Correio de Carajás

Caçamba envolvida em colisão que matou mulher usava adesivo irregular da Sevop

Caçamba envolvida no acidente usava logomarca da Sevop de forma ilegal, segundo a Ascom/ Foto: Evangelista Rocha

Atualização 20 de agosto de 2019 por Redação

O acidente da última sexta-feira, dia 16, provocando a morte de Elieth Alves Pires, de 32 anos, traz à tona um problema sério que vem passando despercebido pelas autoridades locais: a caçamba envolvida no acidente, embora tivesse a logomarca da Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop), não pertence à secretaria e muito menos estava prestando serviço para o município.

No final da manhã de sábado, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura (Ascom) entrou em contato com o CORREIO para repassar essa informação. Mas isso não é tudo: existem outros veículos grandes fazendo a mesma coisa. Ou seja, os proprietários mandam imprimir a logo da Sevop em alguma gráfica e colam o adesivo no veículo para não serem incomodados em Blitzen dos órgãos de trânsito.

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Em muitos casos, não se trata de veículos que em algum momento foram alugados ou contratados pela Sevop e que nunca tiraram o adesivo da secretaria por esquecimento. Trata-se de má fé mesmo, de pessoas agindo deliberadamente para burlar a fiscalização de trânsito, diz a Ascom.

O ACIDENTE

O acidente em questão – que motivou a descoberta dessa irregularidade – aconteceu entre o Hotel Golden Ville e o Magazan Líder, área duplicada no perímetro urbano da BR230, na altura da Folha 31. A vítima estava com uma senhora idosa e duas crianças em um automóvel Gol que foi atingido na traseira por uma caçamba. Só Elieth morreu.

O motorista da caçamba, identificado como Leandro Rodrigues dos Santos, fugiu do local do sinistro, abandonando a caçamba. Horas mais tarde ele se apresentou na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil acompanhado de um advogado. Ele foi submetido ao bafômetro e foi constatado que ele não tinha bebido. Em seu depoimento o motorista diz que seu veículo foi “fechado” por outro, o que o obrigou a desviar e acabou atingindo o carro da vítima na traseira, em cheio.

Para a polícia, o motorista Leandro – que é habilitado – disse que fugiu sem prestar socorro à vítima porque temia ser agredido pela multidão. Mas esse não é o procedimento correto, segundo explicou o delegado Vinícius Cardoso das Neves, diretor da 21ª Seccional.

“Na verdade, o correto é que o condutor que se envolva num acidente que permaneça no local do fato e que preste todo auxílio necessário”, relata o delegado, acrescentando que o motorista foi liberado e irá responder por homicídio culposo na direção de veículo automotor.

SAIBA MAIS

Diante da fraude que vem acontecendo, envolvendo o nome da Sevop, o Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) foi orientado a fazer uma espécie de “pente fino” para identificar a possível ocorrência desse tipo de situação ilegal nas ruas da cidade.

(Chagas Filho)