Feriado estadual, o dia de Adesão do Pará, celebrado nesta quinta-feira (15), marca o momento em que o Estado, que foi a última província a aderir a Independência do Brasil, deixou de fazer parte da coroa portuguesa e passou a fazer parte da coroa brasileira, em 1823.
Historiador, Michel Pinho explica que a Adesão do Pará à independência é fruto de um longo processo de “negociações e conflitos entre os interesses do império brasileiro capitaneados no início por Dom Pedro I, e os interesses de uma elite nacional presente em Belém”.
“De um lado você tem, por exemplo, uma figura que é Felipe Patroni, um homem adepto às ideias liberais portuguesas do início do século 20. Do outro tem uma elite portuguesa na cidade de Belém que tem a percepção clara que era muito mais interessante ficar ligado a Portugal. Diante de todos esses conflitos, é importante identificar que Dom Pedro I decidiu, pela força, que nós fossemos anexados ao território nacional, momento que marca a data” explica.
Leia mais:Questionados sobre o fato de termos sido a última província a conquistar a independência, Pinho afirma que o processo foi de “idas e vindas e nós éramos os últimos que tínhamos um vasto território”. “Você tinha 60% do território nacional presente no Grão Pará, que ia do que hoje é o Maranhão até a Guiana Francesa e do Mato Grosso até a Bolívia. Nós tínhamos um território enorme, daí a necessidade de que nós aderíssemos ao processo da independência” pondera.
O historiador ainda afirma que a Adesão do Pará, assim como todos os feriados cívicos, tem uma importância significativa no sentido de lembrar a população de elementos históricos que constituem a identidade política. “No nosso caso, o feriado de 15 de agosto remonta o processo da construção política do Pará imperial, já que até 1823 nós pertencíamos à Coroa Portuguesa e a partir da interferência direta de Dom Pedro, nós passamos a fazer parte, então, da Coroa Brasileira”.
( O Liberal)