Aproximadamente 250 moradores de três acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se concentram em frente ao Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, em Marabá, em mobilização contra reintegrações de posse previstas para acontecerem nos próximos dias em áreas ocupadas pelo movimento.
Uma das decisões judiciais está prevista para ser cumprida no Acampamento Helenira Resende, localizado na Fazenda Cedro, às margens da Rodovia BR-155, palco de constantes conflitos agrários. De acordo com Paulo Pereira da Silva, coordenador em educação do acampamento, os trabalhadores rurais solicitam a suspensão das decisões judiciais junto ao juiz Amarildo José Mazutti, titular da Vara Agrária da Comarca de Marabá.
“Queremos a suspensão das reintegrações de posse das áreas ocupadas pelo MST haja vista que há terra pública e lá foram cometidos crimes. Terra que foi comprada com dinheiro ilegal, de lavagem de dinheiro”, afirma, acrescentando que o acampamento existe há oito anos e fazendo acusações contra o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Leia mais:“Até hoje o Incra não tomou qualquer providência. O Incra não tomou pé para dar uma resposta plausível aos trabalhadores e estamos reivindicando que o órgão se posicione. Que o juiz convoque o Incra para se posicionar pelos trabalhadores haja vista que no complexo Cedro há áreas públicas”.
Além de famílias do acampamento em questão, há membros do Maria Bonita e Hugo Chávez concentrados desde 13h30 em frente ao Fórum de Marabá. Ao todo, as três áreas somam 1.200 famílias acampadas. Os manifestantes afirmam que irão permanecer no local até que o magistrado converse com eles.
REUNIÕES
Enquanto isso, no interior do prédio, o magistrado se reúne com representantes dos trabalhadores, do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar, de órgãos ligados à reforma agrária e de áreas que devem passar por reintegração até o final do mês. Estas audiências – com o objetivo de convencer os ocupantes a deixarem pacificamente as propriedades – ocorrem desde a última semana, quando a tropa do CME chegou à região com 115 homens para desocupar quase 20 fazendas.
Em nota, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o MST destacaram que cerca de 8 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças, estão sendo expulsas das casas e tendo plantações destruídas em decorrência da operação que, conforme a entidade e o movimento, atende aos pedidos dos fazendeiros. Destaca, ainda, que três das fazendas – Cedro, Maria Bonita e Fortaleza – pertencem ao grupo Santa Bárbara.
A CPT lembra que as áreas estão em processo de venda para a União, por meio do Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária, e na Maria Bonita, por exemplo, há 212 famílias já em na posse da terra há quatro anos, com lotes divididos, casas construídas, energia instalada e produção ativa. “O processo está na fase final para pagamento. A Santa Bárbara não exerce atividade em nenhuma dessas fazendas. A pergunta que os movimentos fazem é: se o Incra está comprando os imóveis, porque a Justiça vai mandar despejar essas famílias?”, diz o posicionamento.
Em relação à Fazenda Fortaleza, a nota afirma que a área 2.900 hectares é resultado de “fraude grosseira” e seria totalmente pertencente à União. “Criminosamente, foi utilizado um título ‘voador’, expedido pelo Estado do Pará, para outra área, a mais de 150 km do local, localizada no município de Água Azul do Norte”, afirma. A CPT e o MST defendem que o processo judicial responsável pela ordem de reintegração foi “nebuloso”.
O texto trata também de outras áreas, denunciando que estas estão ligadas a outros movimentos sociais e que algumas também incidem em terras públicas. “Os despejos ocorrem no momento em que inicia o período chuvoso e as famílias já estão plantando suas roças. Despejadas, as famílias não terão para onde ir. A situação é de desespero e indignação”.
INCRA
O Correio de Carajás entrou em contato com a assessoria de comunicação do Incra, a qual informou que em relação ao processo da Fazenda Cedro o órgão está conduzindo os trabalhos de levantamento da cadeia dominial do imóvel, a fim de verificar a existência ou não de área pública da União.
“O Incra aguarda ainda manifestação do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) a respeito da legitimidade da documentação do imóvel em questão, visto que parte da área é terra do Estado. Neste momento, ocorre uma reunião na Vara Agrária de Marabá, que trata da situação deste processo. Esperamos que o Poder Judiciário auxilie para que haja celeridade no repasse de informações ao Incra”, diz o posicionamento. (Luciana Marschall com informações de Evangelista Rocha)
Aproximadamente 250 moradores de três acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se concentram em frente ao Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, em Marabá, em mobilização contra reintegrações de posse previstas para acontecerem nos próximos dias em áreas ocupadas pelo movimento.
Uma das decisões judiciais está prevista para ser cumprida no Acampamento Helenira Resende, localizado na Fazenda Cedro, às margens da Rodovia BR-155, palco de constantes conflitos agrários. De acordo com Paulo Pereira da Silva, coordenador em educação do acampamento, os trabalhadores rurais solicitam a suspensão das decisões judiciais junto ao juiz Amarildo José Mazutti, titular da Vara Agrária da Comarca de Marabá.
“Queremos a suspensão das reintegrações de posse das áreas ocupadas pelo MST haja vista que há terra pública e lá foram cometidos crimes. Terra que foi comprada com dinheiro ilegal, de lavagem de dinheiro”, afirma, acrescentando que o acampamento existe há oito anos e fazendo acusações contra o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
“Até hoje o Incra não tomou qualquer providência. O Incra não tomou pé para dar uma resposta plausível aos trabalhadores e estamos reivindicando que o órgão se posicione. Que o juiz convoque o Incra para se posicionar pelos trabalhadores haja vista que no complexo Cedro há áreas públicas”.
Além de famílias do acampamento em questão, há membros do Maria Bonita e Hugo Chávez concentrados desde 13h30 em frente ao Fórum de Marabá. Ao todo, as três áreas somam 1.200 famílias acampadas. Os manifestantes afirmam que irão permanecer no local até que o magistrado converse com eles.
REUNIÕES
Enquanto isso, no interior do prédio, o magistrado se reúne com representantes dos trabalhadores, do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar, de órgãos ligados à reforma agrária e de áreas que devem passar por reintegração até o final do mês. Estas audiências – com o objetivo de convencer os ocupantes a deixarem pacificamente as propriedades – ocorrem desde a última semana, quando a tropa do CME chegou à região com 115 homens para desocupar quase 20 fazendas.
Em nota, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o MST destacaram que cerca de 8 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças, estão sendo expulsas das casas e tendo plantações destruídas em decorrência da operação que, conforme a entidade e o movimento, atende aos pedidos dos fazendeiros. Destaca, ainda, que três das fazendas – Cedro, Maria Bonita e Fortaleza – pertencem ao grupo Santa Bárbara.
A CPT lembra que as áreas estão em processo de venda para a União, por meio do Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária, e na Maria Bonita, por exemplo, há 212 famílias já em na posse da terra há quatro anos, com lotes divididos, casas construídas, energia instalada e produção ativa. “O processo está na fase final para pagamento. A Santa Bárbara não exerce atividade em nenhuma dessas fazendas. A pergunta que os movimentos fazem é: se o Incra está comprando os imóveis, porque a Justiça vai mandar despejar essas famílias?”, diz o posicionamento.
Em relação à Fazenda Fortaleza, a nota afirma que a área 2.900 hectares é resultado de “fraude grosseira” e seria totalmente pertencente à União. “Criminosamente, foi utilizado um título ‘voador’, expedido pelo Estado do Pará, para outra área, a mais de 150 km do local, localizada no município de Água Azul do Norte”, afirma. A CPT e o MST defendem que o processo judicial responsável pela ordem de reintegração foi “nebuloso”.
O texto trata também de outras áreas, denunciando que estas estão ligadas a outros movimentos sociais e que algumas também incidem em terras públicas. “Os despejos ocorrem no momento em que inicia o período chuvoso e as famílias já estão plantando suas roças. Despejadas, as famílias não terão para onde ir. A situação é de desespero e indignação”.
INCRA
O Correio de Carajás entrou em contato com a assessoria de comunicação do Incra, a qual informou que em relação ao processo da Fazenda Cedro o órgão está conduzindo os trabalhos de levantamento da cadeia dominial do imóvel, a fim de verificar a existência ou não de área pública da União.
“O Incra aguarda ainda manifestação do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) a respeito da legitimidade da documentação do imóvel em questão, visto que parte da área é terra do Estado. Neste momento, ocorre uma reunião na Vara Agrária de Marabá, que trata da situação deste processo. Esperamos que o Poder Judiciário auxilie para que haja celeridade no repasse de informações ao Incra”, diz o posicionamento. (Luciana Marschall com informações de Evangelista Rocha)