Uma operação da Delegacia de Crimes Funcionais da Polícia Civil do Pará (Decrif), com o apoio da Superintendência de Polícia Civil do Sudeste do Pará, Corregedoria Regional da Polícia Militar, Corregedoria Regional da Polícia Civil e 20ª Seccional Urbana, deu cumprimento na manhã de hoje, quarta-feira, 24, aos mandados de prisão e busca e apreensão contra quatro pessoas em Parauapebas.
Entre os presos, estão os soldados Cosme Neto Sousa Medeiros e Arthur Sampaio Pinheiro Martins, ambos lotados no 23º Batalhão da Polícia Militar. Outro acusado que já está atrás das grades é o civil Marcelo Silva Cardoso. A quarta pessoa acusada de envolvimento no crime não teve o nome divulgado ainda porque não foi presa e a polícia continua em diligências para cumprir o mandado judicial.
O quarteto é acusado de homicídio, lesão corporal, formação de bando e associação criminosa. Os acusados foram ouvidos durante a manhã de hoje na 20ª Seccional Urbana de Parauapebas e depois encaminhados para fazer exame de corpo de delito. Os policiais militares irão passar por audiência de custódia amanhã, quinta-feira, 25, quando o juiz irá decidir se eles irão responder ao processo presos ou em liberdade.
Leia mais:Os militares já estão custodiados no quartel do 23º BPM e caso a prisão seja mantida pela Justiça amanhã, deverão ser transferidos para o presídio Coronel Anastácio das Neves, em Santa Izabel, na região Metropolitana de Belém.
A operação para prisão dos policiais foi acompanhada pela Corregedoria da Polícia Militar, sediada em Marabá. Segundo o tenente-coronel Sabá, presidente da Comissão da Corregedoria, que atua em Marabá, Parauapebas e Rondon do Pará, ele acompanhou a operação para tentar evitar que houvesse algum atrito durante os cumprimentos dos mandados de prisão e busca apreensão entre os policiais civis e os militares alvos da ação.
“Eu e o major Robert estamos acompanhando o caso, e fomo em dois locais, onde os alvos eram os policiais militares, como forma de evitar constrangimento ou mesmo que acontecesse algum desentendimento entre as duas forças. Graças a Deus, tudo ocorreu de forma tranquila”, frisou Sabá.
Ele adiantou que após o depoimento dos policiais, pedirá cópia do documento e avaliar se cabe ou não dar entrada nos procedimentos administrativos contra os acusados. Ainda de acordo com o oficial, se mantida a prisão dos acusados, a justiça irá decidir se eles ficam custodiados em Parauapebas ou irão para o Centro de Recuperação Especial Regional Coronel Anastácio das Neves (CRECAN), em Santa Izabel, Região Metropolitana de Belém, onde ficam presos os servidores públicos.
Os fatos
De acordo com o delegado Gabriel Henrique, diretor da 20ª Seccional Urbana de Parauapebas, os dois policiais e os outros dois acusados estariam envolvidos na morte de um jovem e lesão corporal de outros. O caso aconteceu no mês de março deste ano.
O delegado recorda que um grupo de jovens estava no cemitério da cidade e depois já foram localizados no hospital. Um deles, Lucas Sampaio de Oliveira, de 18 anos de idade, foi encontrado morto a tiros, no dia 11 de março deste ano, em uma área de mata, no bairro Montes Claros, em Parauapebas. A vítima estava desaparecida havia dois dias.
Foi aberto inquérito e no decorrer das investigações foi apurado o indício de participação de policiais nos crimes. O caso foi informado à Decrif, que enviou uma equipe a Parauapebas para acompanhar as investigações.
No final do inquérito, o delegado que conduziu as investigações representou pela prisão dos policiais e há poucos dias a justiça deferiu as prisões, que foram cumpridas hoje. Foi realizada a operação para prendê-los. “Agora, é com a justiça. É ela quem vai decidir se ficarão presos ou irão responder ao processo em liberdade”, frisa o delegado.
Com a prisão de mais dois militares, sobe para seis o número de policiais presos em Parauapebas em menos de um mês, acusados de envolvimento em crimes. (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)