O comerciante Junior Saraiva procurou a Reportagem do Portal Correio de Carajás na manhã desta sexta-feira, dia 5, afirmando ter sido agredido pelo chefe do Departamento de Postura, Tulio Rosemiro, durante abordagem realizada no Núcleo Cidade Nova, às margens da Rodovia Transamazônica (BR-230).
Ele narrou ter chegado do Maranhão com a intenção de comercializar frutas e verduras em Marabá, instalando um depósito e com cinco carros para a venda. Inicialmente se instalou na Feira da Folha 28, porém foi notificado pelo Departamento de Postura de que não poderia estar instalado naquele local.
Ele então procurou a instituição e questionado sobre o que queria vender respondeu que melancias, recebendo autorização e se instalando em frente ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), no Núcleo Cidade Nova.
Leia mais:“Ontem (quinta) chegou laranja e tanja e eles falaram que não posso vender laranja e tanja aqui porque o outro rapaz aqui já vende, mas não pode só uma pessoa vender, numa cidade desse tamanho. Ontem amanheceu os carros do concorrente no local, sem vender, apenas lá pra eu não encostar. Tiraram de noite e hoje de manhã fui ao DNIT, conversei com eles, informaram que essa área é do DNIT, não pertence ao município e eu poderia ficar até eles avaliarem se eu poderia ficar direto”, declarou.
Nesta manhã, entretanto, o chefe da Postura chegou ao local sem estar fardado, acompanhado de fiscais do departamento, e recolheu parte da mercadoria. “Chegaram jogando minha mercadoria, jogaram em cima do carro, roubaram minha mercadoria. Entrei no meio pedindo pra não fazerem isso e ele me empurrou, cortou meu dedo, meu celular trincou a tela porque bati a mão na carroceria do carro e levaram minha mercadoria”, narrou.
Junior disse que ainda hoje pretendia procurar a Delegacia de Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência por agressão e solicitar exame de corpo de delito. “Eu tenho 38 anos de idade e nunca passei numa delegacia nem pra visitar um preso. Sou cidadão, sou empresário, tenho 65 funcionários com carteira assinada, acho que ele veio achando que eu era algum abestado. Me chamou de vagabundo, moleque , disse que eu não era homem”, reclamou.
Segundo o comerciante, ele tentou explicar para os agentes da Postura que havia pedido autorização ao DNIT, mas mal foi ouvido. “Ele chegou com a maior ignorância. Eu queria saber do prefeito se ele está de acordo com isso, chegaram sem fazer apreensão e nem nada, só tomaram a mercadoria. Ele não se identificou, me empurrou e veio pra brigar, os outros que entraram no meio”.
Junior atribui ao fato haver outra pessoa já vendendo frutas no local. “Ele vende 20 laranjas por 10 reais e eu que vendo 40 por 10 reais não posso vender? A 50 metros tem um cara vendendo laranja, o concorrente, e ninguém mexeu com ele, só ele pode vender?”, questiona.
Procurada pelo Portal, a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá informou que o denunciante possuía autorização apenas para comercializar melancias e que será apurado pelo órgão se houve agressão por parte dos servidores públicos contra o homem. (Luciana Marschall – com informações de Evangelista Rocha)