Sirenes, gritos, ruídos provenientes de disparos de balas de borracha e de bombas de gás lacrimogênio, além de palavras de ordem contra o prefeito municipal, Artur Brito, são os sons que podem ser ouvidos em uma sequência de vídeos gravados na noite de ontem, terça-feira (3), em Tucuruí, no sudeste paraense.
As imagens mostram a resistência dos servidores públicos municipais em desobstruir a Rodovia BR-422 e a ação da Polícia Militar para cumprir medida judicial que determinou a desocupação ainda à tarde. Ainda de manhã a via que liga o município à Vila Permanente foi ocupada pelos manifestantes, que já haviam iniciado uma série de protestos um dia antes, na segunda-feira (1º).
Leia mais:A revolta se dá após decisão monocrática da desembargadora Nadja Nara Cobra Meda, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que deferiu parcialmente medida liminar para suspender a eficácia do artigo 21, incisos V, XIV e XV, da Lei Orgânica do Município de Tucuruí.
A legislação suspensa trata de gratificações e vantagens salariais aos servidores municipais e o pedido, por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade, foi feito pelo prefeito, defendendo a inconstitucionalidade da previsão legal dos dispositivos pelos quais criou-se gratificação de nível superior de 40% sobre o salário base, por proposição de vereador, em violação ao poder de iniciativa do Chefe do Executivo municipal.
Na tarde desta terça, a pedido da administração municipal, uma decisão partiu da 1ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Tucuruí deferindo pedido de Tutela Antecipada para desobstrução da pista. A tropa de choque da Polícia Militar cumpriu a decisão às 20h15, utilizando, inclusive bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. O tráfego foi liberado às 20h20. Houve princípio de confronto entre manifestantes e policiais.
Na última segunda-feira o Portal Correio de Carajás enviou pedido de posicionamento ao Departamento de Comunicação Social da Prefeitura de Tucuruí, acerca da situação envolvendo os servidores, mas até hoje, quarta-feira (3), não recebeu retorno. (Luciana Marschall)