O último dia de aula para as crianças que fazem tratamento contra o câncer no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, e que estudam na classe hospitalar instalada na unidade, colocou em prática todo o conhecimento que elas adquiram ao longo do semestre sobre segurança do paciente. O tema dividiu espaço com disciplinas obrigatórias e um projeto desenvolvido pelo hospital, com o objetivo de empoderar as crianças para o autocuidado no tratamento.
Batizado de ‘Heróis da Segurança’, o projeto levou para as crianças orientações sobre segurança do paciente com base nos protocolos de identificação; comunicação efetiva; administração de medicamentos; cirurgia segura; higiene das mãos; redução do risco de quedas e redução do risco de lesão por pressão.
“Desenvolvemos esse projeto para levar a educação em saúde para as crianças e estimular a participação delas e dos familiares no tratamento com o autocuidado. Essa interação com os profissionais da saúde contribui para uma assistência mais segura, agregando valor e uma experiência favorável ao usuário”, explica a professora Natacha Cardoso, integrante do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP) no Oncológico Infantil.
Leia mais:Dividido em etapas, inicialmente, o projeto trocou os livros de teoria por atividades lúdicas, como a construção de uma enorme pulseira de identificação igual a disponibilizada pelo hospital; a simulação de bactérias nas mãos com uma caixa mágica; a colagem de adesivos em bonecas nos pontos mais comuns de lesão por pressão; e até uma peça de teatro com a simulação de um procedimento para a equipe do centro cirúrgico.
Auditoria – Após essa primeira etapa em sala de aula, o projeto proporcionou às crianças a participação na Auditoria Interna de Riscos da unidade gerenciada pela Pró-Saúde, por meio de contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), para detecção precoce dos riscos de eventos adversos e promoção de melhorias contínuas na segurança do paciente.
Acompanhada dos avaliadores internos do hospital, a jovem Isabella Christinne, de 11 anos, foi uma das auditoras mirins do projeto. Em tratamento há sete meses contra um linfoma, ela questionou enfermeiros e usuários sobre tudo que aprendeu na sala de aula. “Foi um projeto muito legal. A primeira coisa que vi foi se a identificação do paciente estava correta”, conta ela.
Para a médica do NQSP da unidade, Erika Figueiredo, o projeto reforça pontos importantes de suporte ao tratamento. “A educação é uma ferramenta de transformação, por isso, apostamos nela para empoderar o paciente no autocuidado e na sensibilização dos acompanhantes, que é o que vamos buscar no desenvolvimento do projeto”, explica a profissional.
Sobre o Hospital
O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência para diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil. Com atendimento público exclusivo para a oncologia pediátrica, a unidade conta com 89 leitos de internação, sendo 10 destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em três anos foram mais de 800 mil atendimentos realizados, entre eles 87.384 sessões de quimioterapia e 41.049 consultas, com um índice de aprovação atual de 98% dos usuários. (Agência Pará)