Começa nesta semana em Parauapebas, no sudeste do Pará, a mobilização da Campanha Julho Amarelo, destinada ao combate e orientação sobre prevenção e risco das Hepatites Virais. O mês de julho é dedicado ao combate à doença, em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado no dia 28 de julho pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Este ano, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a Lei nº 13.802, de 2019, de dezembro do ano passado, que institui o “Julho Amarelo”, a ser realizado a cada ano, em todo o território nacional, com o objetivo de promover ações relacionadas à luta contra as hepatites virais. A doença é considerada um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
A hepatite é uma inflamação do fígado e pode ser causada por vírus ou pelo uso de remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Na campanha que será deslanchada este ano em todo o País, o Ministério da Saúde alerta que as hepatites virais são doenças silenciosas, que nem sempre apresentam sintomas no início.
Leia mais:No entanto, quando os sintomas aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda os vírus D e E, sendo que o último é mais frequente na África e na Ásia.
Milhões de pessoas no Brasil, segundo o MS, são portadoras do vírus B ou C e não sabem. “Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite”, dizem as recomendações do ministério.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, anualmente, ocorram cerca de 1,34 milhões de óbitos associados às hepatites virais. Entre eles, 96% dos casos estejam relacionados às hepatites virais B ou C.
Estima-se que aproximadamente 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos casos de câncer primário do fígado estejam associados à infecção pelos vírus das hepatites B e C. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui cerca de 17 mil casos confirmados de hepatite B a cada ano e cerca de 14 milhões de pessoas podem já ter sido expostos à doença.
Já em relação à hepatite C, estima-se que aproximadamente 1 milhão de pessoas tenham tido contato com o vírus. A maior concentração de casos de hepatite C está entre a população acima de 40 anos de idade. De 2000 a 2016, foram identificados no país mais de 65 mil óbitos por causas básicas e associadas às hepatites virais, sendo a maioria relacionadas à hepatite C.
Durante a campanha, as unidades de saúde de todo o País estarão disponibilizando os testes rápidos para a doença. Os testes rápidos são aqueles cuja execução, leitura e interpretação dos resultados são feitas em, no máximo, 30 minutos. Além disso, são de fácil execução e não necessitam de estrutura laboratorial.
Os testes rápidos são, primariamente, recomendados para testagens presenciais. Podem ser feitos com amostra de sangue total obtida por punção venosa ou da polpa digital, ou com amostras de fluido oral. Dependendo do fabricante, podem também ser realizados com soro e/ou plasma.
Em Parauapebas, a campanha do Julho Amarelo vai se entender a todos os postos de saúde da zona urbana e rural. O objetivo é atingir o maior número possível de pessoas, para tentar traçar um mapa real da doença no município.
O cronograma da campanha no município vai ser divulgado amanhã, quarta-feira, 3, pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). (Tina Santos)