O Brasil assumiu, pelos próximos 6 meses, a liderança das atividades culturais do Mercosul. De acordo com um sistema de rotatividade por ordem alfabética, a Argentina passou o comando para o Brasil, que assume a presidência pró-tempore na área cultural.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, recebeu ontem (27), na 45ª Reunião de Ministros da Cultura do Mercosul, em Buenos Aires, a liderança do setor do governo argentino. Terra disse que os países membros do Mercosul vão procurar estimular ao máximo o intercâmbio cultural na América do Sul.
“Uma das coisas que vamos fazer é estimular a integração dos povos das missões jesuítas. É como o Caminho de Santiago [de Compostela], para fazer um turismo cultural, religioso, que vai integrar os 30 povos das missões, que engloba Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil”.
Leia mais:Para o ministro, a aproximação entre os países do bloco é importante para a definição de políticas sociais e para a articulação e desenvolvimento de ações que tragam benefícios à população. Ele defendeu ainda a união com outras esferas do Mercosul, em especial a área social.
Para Osmar Terra, os países do Mercosul devem fortalecer o intercâmbio cultural de forma articulada e avançar em parcerias estratégicas com a Aliança do Pacífico e a União Europeia.
“Estamos discutindo como trabalhar em conjunto as questões culturais, desenvolver o mercado cultural e também exportar essas atividades, a nossa história, a nossa cultura, a nossa música, a nossa dança, o teatro e o cinema”.
Troca de experiências
Para Henrique Pires, secretário especial da Cultura, o trabalho conjunto é fundamental para solucionar problemas comuns a todos os países da região. “É possível encontrar soluções nessas conversas multilaterais, no sentido de trocar experiências e aproximar as nossas comunidades”. Ele acompanhou a agenda e representa o Brasil, hoje (28), na segunda edição da Cúpula Cultural das Américas.
O secretário de Cultura da Argentina, Pablo Avelluto, ressaltou a capacidade de coordenação que o Brasil tem no setor cultural. “O debate das alianças, os novos entornos digitais, o desenvolvimento das indústrias criativas, o desenvolvimento dos patrimônios materiais e imateriais são assuntos que o Brasil tem plenas condições de coordenar”, disse Avelluto.
Para a diretora do escritório da Unesco na Argentina, Lidia Brito, a fala do ministro brasileiro fortalece a continuidade dos acordos de cooperação. “Como vimos, hoje o Brasil tem muito a trazer para esses desafios que são comuns para toda a região. Portanto, o que nós esperamos é um reforço da nossa colaboração com nossos estados-membros e com o Brasil, em particular, pela sua presidência.”
Também estiveram presentes representantes das delegações da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru e Colômbia. (Agência Brasil)