Desde cedo, nesta quarta-feira (26), moradores de vilas de Canaã dos Carajás bloqueiam o ramal ferroviário da Estrada de Ferro Carajás e as estradas que dão acesso às operações das minas de Sossego e S11D, empreendimentos da mineradora Vale.
Conforme a empresa, a ação impede o direito de ir e vir dos empregados, prestadores de serviço e da população em geral. “Eles reclamam de supostos impactos e indenizações relacionadas à criação do Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, criado por Decreto Presidencial, cabendo ao ICMBio a gestão da unidade e a competência por desapropriações e negociações”, diz a empresa, em nota.
Leia mais:No posicionamento, a Vale ainda reforçou que cumpre a legislação e mantém rígidos controles ambientais em todas as suas operações, que são fiscalizados pelos órgãos responsáveis. Por fim, informou que está tomando medidas judiciais e criminais cabíveis para liberação dos acessos às unidades, assim como a retomada da operação da EFC.
Um dos manifestantes, Jailson da Silva, afirma que a criação do parque, há três anos, ocorreu de forma ‘repetina e obscura’. “Amanheceu e estávamos dentro do parque. Entendemos, desta forma, que somos pessoas prestes a serem despejadas porque se tornou área de utilidade pública e sabemos que a qualquer momento vem ordem pra gente desocupar”, reclamou.
Conforme ele, apesar de serem chamados de invasores, os moradores estavam no local antes da criação do parque e aquisição da área. “A Vale comprou a área ao lado e estávamos lá, depois houve a criação do parque e já estávamos lá. Eles formaram um parque conosco dentro, é ilegalidade, e a outra ilegalidade agora é a gente continuar lá dentro sem poder trabalhar, sem poder se mover”.
Por fim, diz aguardar reunião com representantes da empresa. “Tentamos várias reuniões e nunca tivemos êxito, não houve representante da Vale”, declarou. (Luciana Marschall – com informações de Kevin William/TV Correio/Canaã dos Carajás)