Deve ser concluída, nos próximos 20 dias, a etapa de cravação de estacas que darão origem ao novo mastro de sustentação do trecho da ponte rio Moju, que está sendo construída. Segundo a Secretaria de Estado de Transportes (Setran), a obra está sendo tocada em uma força-tarefa, que representa o maior desafio da engenharia no Pará, pelo curto espaço de tempo para entrega da estrutura.
O trecho da ponte, que desmoronou após o choque com uma embarcação no mês de abril passado, faz parte do complexo de quatro pontes da Alça Viária, que liga a região metropolitana de Belém ao sul e sudeste do Pará.
Segundo o titular da Setran, Pádua Andrade, nesta fase, ocorre a instalação das estacas metálicas, cuja ponta é cravada cerca de 60 metros no fundo do rio. “A construção das fundações de uma obra submersa, como ocorre no trecho da ponte rio Moju, tem nível de imprevisibilidade muito alto, pois todo o trabalho é regido pelo sistema de marés, um grande desafio da engenharia. A equipe da Setran trabalha dia e noite, 24 horas, para devolver a trafegabilidade de veículos naquela área”, pontua o secretário.
Leia mais:Equipe de mergulho – Todo trabalho subaquático da ponte é vistoriado por uma equipe de dez mergulhadores, que garante que a instalação dos pilares ocorra conforme o planejamento prévio e com total segurança. Também é feita filmagem para que os engenheiros possam acompanhar como as fundações estão se comportando no fundo do rio.
O chefe da equipe de mergulhadores, Yuri Rinaldi, detalha que o trabalho subaquático é um grande desafio, pois são as marés que determinam os momentos de atuação. “O rio Moju permite janelas de mergulho em dois horários, um diurno e outro noturno, e nossa equipe está preparada para fazer todo o trabalho necessário no fundo do rio e ainda ser os ‘olhos’ dos engenheiros fora da água”, disse.
O trabalho dos mergulhadores também foi crucial na operação de corte e retirada de mais de 1.200 toneladas de escombros da área onde está sendo construído o novo mastro da ponte rio Moju.
O novo trecho de 268 metros será construído pelo sistema de estais, uma construção arrojada, mas que permite maior vão de navegabilidade. Trata-se de uma ponte suspensa por cabos de aço revestidos, ancorados em mastros centrais de concreto armado. Quatro elementos principais compõem esse tipo de obra: os estais (cabos que suportam os tabuleiros), os mastros (ou torres), o tabuleiro (composto por vigas e laje) e a fundação.
Para dar agilidade à construção, a Setran baseou seu método construtivo em dois eixos de ações: pré-fabricação da pista e parte do mastro, e a construção, in loco, da fundação e pilares, ou seja, partes da nova ponte chegarão prontas para serem montadas. (Agência Pará)