Durante a sessão ordinária da última terça-feira, 18, os vereadores de Marabá levantaram voz para garantir a defesa da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Na ocasião, a Câmara concedeu meia hora para que o reitor Maurílio Monteiro apresentasse um relatório com dados sobre a importância da referida instituição para a comunidade regional e como o chamado “contingenciamento” ou cortes de verbas por parte do governo federal estão causando sérios danos à educação pública.
Além do reitor, estiveram presentes à sessão professores, técnicos e acadêmicos da Unifesspa. Maurílio Monteiro mostrou como a universidade está impactando positivamente a realidade de milhares de estudantes e o próprio mercado de trabalho regional, além de incrementar a economia de Marabá e diversos outros municípios onde há campi da “caçula” Unifesspa, que tem seis anos de criação. “Já formamos mais de 2 mil profissionais para o mercado de trabalho e nossos alunos do curso de Artes Visuais, recentemente graduados”.
Maurílio Monteiro explicou aos vereadores e à comunidade presentes que os cortes do governo federal atingiram 40% do orçamento da Unifesspa e ressaltou que isso precisa ser revertido o mais rápido possível. Apontou que a universidade saltou de 2.581 alunos em 2013, quando foi criada, para 5.144 alunos matriculados atualmente e que o crescimento não para por aí.
Leia mais:A área da Unifesspa, que era de 10.144,59 m² há seis anos – ampliou para 44.695 m² atualmente. “Estamos construindo a maior obra de educação do estado com 13.000 m², o que vai proporcionar aos nossos alunos e servidores mais condições para estudar e desenvolver suas atividades e projetos”, garantiu.
Ele disse ainda que a Unifesspa começou este ano algumas obras exclusivamente com apoio de emendas parlamentares e conclamou a cada um dos vereadores que mobilizem os deputados federais e senadores de seus partidos para que essa situação seja revertida e que os mais de 5 mil alunos da Unifesspa não sejam prejudicados.
Vários vereadores usaram a tribuna para defender a universidade. Gilson Dias revelou que sua filha cursa Engenharia Química na Unifesspa e que ela está orgulhosa da instituição, que tem mudado sua vida. “Todos os dias vou levá-la ao Campus 2 e vejo essa satisfação nela. “Essa universidade nasceu dos movimentos populares e, nós, o povo, não vamos deixá-la nessa situação”
Outra entusiasta da Unifesspa, a vereadora Irismar Araújo Melo, que é presidente da Comissão de Desenvolvimento da Câmara, propôs que o Poder Legislativo Municipal articule uma reunião com os deputados federais e na sede do Ministério da Educação para cobrar uma solução para o impasse que está instalado. “O senhor tem dessa casa não só a solidariedade, mas o compromisso de resolvermos essa questão. Vamos articular uma reunião com a bancada paraense para marcarmos uma audiência com o ministro da Educação e solicitarmos o desbloqueio do orçamento da Unifesspa, para que a nossa Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará continue dando bons frutos, disse ela.
Como vereador mais experiente do Poder Legislativo de Marabá, Miguel Gomes Filho, o Miguelito, advertiu os colegas que eles têm a obrigação moral de defender a Unifesspa porque ela é de todos e representa a “inteligência dessa região. Nós não vamos deixá-la morrer. Vamos aonde for em defesa da nossa universidade”, admoestou.
O vereador Ilker Moraes destacou o crescimento da Unifesspa ao longo de seis anos e os impactos da forte inserção social na região. “Se a gente pensar pelo capital humano, temos um valor incalculável. Ela tem formado profissionais excelentes em diversas áreas e isso é algo que deve ser referendado por todos nós. A universidade também tem papel crucial por acolher a diversidade, fundamental na nossa sociedade”, afirmou.