Mais uma rodovia é bloqueada no sudeste do Pará motivada pela iminência do fim da atividade mineral. Desta vez, manifestantes mantêm bloqueada desde as primeiras horas da manhã de hoje, quarta-feira, 12, a PA-279, próximo ao Cateté, no sentido ao município de Água Azul do Norte.
Na segunda-feira, 10, empregados da Vale e de terceirizadas da mineradora fecharam a PA-275, pedindo celeridade na liberação da licença de expansão do projeto Serra Leste, em Curionópolis.
Agora o protesto é organizado por moradores e empresários de Ourilândia do Norte, também no sudeste do Estado, contra a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1,) que determinou a paralisação definitiva das atividades da mineradora Vale no município, que explorava o Projeto Onça Puma, que é apontado em denúncia de ter contaminado o Rio Cateté, que corta a reserva dos índios Xinkrin.
Leia mais:A paralisação do projeto, que se arrasta na justiça em uma briga judicial entre os índios e a Vale, gerou revolta na população e classe empresarial, porque o projeto era o que fazia girar a engrenagem da economia do município. Essa é a segunda manifestação realizada pelo fechamento do projeto e da usina só este mês, com fechamento da PA-279.
Os manifestantes pedem revogação da decisão judicial e, que o projeto Onça Puma volte a operar na região. Eles iniciaram o fechamento da rodovia por volta de 5h e não tem hora para terminar a manifestação.
Os manifestantes alegam que a justiça não parou para ouvir o clamor dos moradores, que realmente dependem da permanência da Vale, operando, para garantir a renda e o sustento de muitas famílias. Ainda de acordo com os manifestantes, mais de 80% da área geográfica de Ourilândia é de reserva ambiental sobrando apenas 12% para se produzir, sendo que desses 12%, pelo menos 50% é improdutivo.
Em nota, a Vale nega que o projeto seja o responsável pela contaminação do Rio Cateté e que está tomando as medidas judiciais para tentar reativar o projeto. Veja a integra da nota.
Sobre as atividades de mineração em Onça Puma, a Vale informa que sete laudos elaborados por peritos judiciais demonstram a inexistência de relação entre as atividades da empresa e a suposta contaminação do Rio Cateté. A empresa já adotou medida cabível perante o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, visando manter a usina em funcionamento, além do retorno das atividades nas minas de Onça e Puma, paralisadas desde setembro de 2017.
A Vale reforça que o empreendimento Onça Puma está licenciado e com condicionantes cumpridas, e confia que o Poder Judiciário garantirá a manutenção de cercas de mil empregos, entre próprios e terceiros permanentes, e a geração de tributos para o município de Ourilândia e região. (Tina Santos)