A Delegacia de Conflitos Agrários de Redenção (Deca), no sul do Pará, realizou ontem, quinta-feira, 6, uma grande operação no município de Santa Maria das Barreiras, na mesma região, para cumprir dois mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão domiciliar. Na operação, realizada na zona rural do município, foram apreendidas ainda oito armas de fogo.
Coordenada pelo delegado Antônio Mororó Júnior, titular da Deca de Redenção, a operação contou com participação de uma equipe de policiais civis da Superintendência da Região do Araguaia Paraense, comandada pelo delegado Luiz Antônio Ferreira; uma equipe da Delegacia da Mulher de Redenção (Deam), comandada pela delegada Maria de Fátima Chaves; uma equipe de Rio Maria, comandada pelo delegado Vinícius Dias; uma equipe do NAI (Núcleo de Apoio à Investigação), comandada pelo delegado Lúcio Flávio Andrade; e uma equipe da Delegacia de Redenção, comandada pelo delegado Ricardo Ribeiro.
De acordo com a Polícia Civil do Pará, a operação é resultado das investigações sobre uma disputa de terras naquela região, que resultou no homicídio do trabalhador rural Jovenil Martins Rodrigues, 59 anos, conhecido como Foguinho, liderança da ocupação da Fazenda Pontal. O crime ocorreu em 1º de agosto de 2018.
Leia mais:A vítima foi atingida por um tiro na cabeça, dois tiros no tórax, outros dois disparos no abdômen e um na coxa esquerda. Foram presos na operação o fazendeiro José Carlos Silva, apontado em inquérito policial, como o mandante do crime.
Ele foi localizado na fazenda de sua propriedade, denominada Pé do Morro, em Santa Maria das Barreiras. Outros dois envolvidos no homicídio foram presos, no final do ano passado, durante a operação denominada Araguaia, deflagrada pelas Polícias Civis do Pará e Tocantins, para prender assaltantes de banco.
Luan Estefanni Costa de Oliveira é considerado o intermediário do homicídio e está atualmente no presídio de Araguaína, Estado do Tocantins, por envolvimento em roubo a banco. Cassen Souza Costa, também preso na operação Araguaia por envolvimento em roubos a bancos, foi apontado nas investigações como o executor do trabalhador rural. Ele foi morto na prisão por “queima de arquivo”, ainda no mês de dezembro do ano passado.
Foram apreendidas na operação de ontem, oito armas de fogo (uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38 e seis espingardas), além de diversas munições de calibres variados. Além do fazendeiro acusado, duas outras pessoas foram presas em flagrante de posse das armas: João Pereira Lima e José Wanderley do Carmo Reis.
João Pereira estava em uma fazenda, de nome Mumbuca, e José Wanderley estava na fazenda Santa Helena. O fazendeiro José Carlos Silva, além do mandado de prisão preventiva pelo homicídio, foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo em concurso material com posse irregular de arma de fogo.
Repercussão
A morte do trabalhador rural Jovenil Martins teve grande repercussão nacional. Na época, o delegado Antonio Mororó, da Deca de Redenção, chegou a ser chamado pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, para apresentar as medidas adotadas pela Polícia Civil sobre o caso, à integrantes da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), da Câmara dos Deputados Federais. (Tina Santos – com informações da Polícia Civil)