Na tarde desta segunda-feira, 11, a comunidade de Marabá ganhou um presente de Natal valioso. Trata-se do lançamento do Índice de Inflação pelo LAINC (Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá). O evento de apresentação aconteceu no auditório do Senai, Folha 31, Nova Marabá, com a participação de professores, alunos do curso de Ciências Econômicas da Unifesspa e do reitor daquela universidade, Maurílio Monteiro.
Responsável pelo projeto e coordenador do curso de Ciências Econômicas, o professor José Stênio Souza revelou que o convênio foi feito há mais de um ano e de lá para abriram a base de dados do IBGE para entendê-la. “Descobrimos que os dados da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) não demonstravam o interior. Só dava visibilidade à capital e metrópoles. Isso quer dizer que Marabá, na base de dados do IBGE, era igual a Bragança e Santarém, porque os dados não discriminam quem é cada um”.
E em quatro meses, os alunos fizeram as pesquisas de campo. Tiveram que voltar a estudar e reabrir a base de dados, fizeram estudos, entrevistaram pessoas. “E agora você tem uma cesta de consumo que foi construída para Marabá, ou seja, essa cesta não serve para Santarém, Belém ou Parauapebas, só para Marabá”, explica.
Leia mais:Mais desafiador, segundo o professor, foi elaborar a cesta, abrir as portas das lojas, porque os lojistas expulsaram os alunos, sendo que alguns deles foram ameaçados. “Hoje não, hoje eu fico feliz, porque todos os lojistas de Marabá estão com as portas abertas e nos recebem com muito carinho”, diz.
O terceiro momento mais difícil foi na hora de construir o índice. A equipe elaborou umas 10 vezes seguidas, porque cada produto tem um peso. Além disso, há alimentos que são vendidos em quilo em supermercados, e em unidade nas feiras. “Nós descobrimos que em 66% dos domicílios de Marabá, as famílias ganham até um salário mínimo. Calcular a inflação aqui passa a ser algo muito importante, porque a inflação tem o poder de depreciar a renda das famílias, especialmente o salário. Ou seja, quando a inflação aparece o poder de compra diminui”.
Aplicativo
A pedido do reitor Maurílio Monteiro, está sendo produzido um aplicativo que chegue às mãos do povo. Com isso, dois pesquisadores da UFPA estão debruçados sobre essa ferramenta digital, que deverá mostrar a inflação do mês atual em comparação com a do mês anterior. “Ele vai demonstrar quanto você perdeu de poder de compra em relação a cada mês, de forma simulada. Você vai no aplicativo simular os seus gastos, ou seja, vai pegar o seu salário e quanto você gasta. O resultado é saber se você gasta bem ou não. Daqui a três ou quatro meses, eles [pesquisadores] vão voltar a Marabá para lançar o aplicativo”, prevê.
Todo mês vai ser lançado um boletim com o do Índice de Inflação de Marabá. E os dados já coletados, desde agosto, serão transformados em quatro boletins.
Foram visitados 140 estabelecimentos e analisados 283 produtos das categorias: alimentação e bebida; habitação; transportes; saúde e cuidados pessoais; despesas e serviços pessoais; vestuário; educação, leitura e papelaria; móveis e equipamentos domésticos; e preços administrados (de produtos que variam de valores anualmente).
“A principal informação que a gente pode passar é que, na média, a nossa inflação não está muito distante das outras inflações, de outros índices de estados e municípios. Agora, é levar em conta também que, apesar de sermos uma cidade que importa tudo em termos de bens e consumo (roupas, bolsas, alimentos) e na história da inflação dos quatro meses, o grande vilão é o setor de habitação. Porque lá dentro está o combustível, a energia elétrica, o gás butano e moradia”, diz o professor Stênio.
Educação será a vilã em dezembro e janeiro
O professor José Stênio Souza, LAINC (Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá), estima que os itens relacionados à educação é que vão pesar em dezembro e janeiro, devido aos materiais escolares. Além de bebidas e comidas, devido ao fim de ano. Mas todos os meses, a habitação tem inflação positiva.
O reitor da Unifesspa, Maurílio Monteiro, destacou a importância do projeto para a sociedade local, alunos e também a nível nacional, dizendo que o laboratório “transforma a informação em instrumentos que vão ajudar a sociedade”. E que a universidade, com este projeto, concretiza o ensino, pesquisa e extensão.
O LAINC é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA) e está vinculado ao Instituto de Estudos do Desenvolvimento Agrário e Regional (IEDAR), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Para dar “corpo” ao laboratório, o responsável pelo projeto e coordenador do curso de Ciências Econômicas, professor José Stênio Souza, conta com o apoio de 12 alunos bolsistas, seis professores e estudantes voluntários. (Nathália Viegas e Ulisses Pompeu)
Na tarde desta segunda-feira, 11, a comunidade de Marabá ganhou um presente de Natal valioso. Trata-se do lançamento do Índice de Inflação pelo LAINC (Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá). O evento de apresentação aconteceu no auditório do Senai, Folha 31, Nova Marabá, com a participação de professores, alunos do curso de Ciências Econômicas da Unifesspa e do reitor daquela universidade, Maurílio Monteiro.
Responsável pelo projeto e coordenador do curso de Ciências Econômicas, o professor José Stênio Souza revelou que o convênio foi feito há mais de um ano e de lá para abriram a base de dados do IBGE para entendê-la. “Descobrimos que os dados da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) não demonstravam o interior. Só dava visibilidade à capital e metrópoles. Isso quer dizer que Marabá, na base de dados do IBGE, era igual a Bragança e Santarém, porque os dados não discriminam quem é cada um”.
E em quatro meses, os alunos fizeram as pesquisas de campo. Tiveram que voltar a estudar e reabrir a base de dados, fizeram estudos, entrevistaram pessoas. “E agora você tem uma cesta de consumo que foi construída para Marabá, ou seja, essa cesta não serve para Santarém, Belém ou Parauapebas, só para Marabá”, explica.
Mais desafiador, segundo o professor, foi elaborar a cesta, abrir as portas das lojas, porque os lojistas expulsaram os alunos, sendo que alguns deles foram ameaçados. “Hoje não, hoje eu fico feliz, porque todos os lojistas de Marabá estão com as portas abertas e nos recebem com muito carinho”, diz.
O terceiro momento mais difícil foi na hora de construir o índice. A equipe elaborou umas 10 vezes seguidas, porque cada produto tem um peso. Além disso, há alimentos que são vendidos em quilo em supermercados, e em unidade nas feiras. “Nós descobrimos que em 66% dos domicílios de Marabá, as famílias ganham até um salário mínimo. Calcular a inflação aqui passa a ser algo muito importante, porque a inflação tem o poder de depreciar a renda das famílias, especialmente o salário. Ou seja, quando a inflação aparece o poder de compra diminui”.
Aplicativo
A pedido do reitor Maurílio Monteiro, está sendo produzido um aplicativo que chegue às mãos do povo. Com isso, dois pesquisadores da UFPA estão debruçados sobre essa ferramenta digital, que deverá mostrar a inflação do mês atual em comparação com a do mês anterior. “Ele vai demonstrar quanto você perdeu de poder de compra em relação a cada mês, de forma simulada. Você vai no aplicativo simular os seus gastos, ou seja, vai pegar o seu salário e quanto você gasta. O resultado é saber se você gasta bem ou não. Daqui a três ou quatro meses, eles [pesquisadores] vão voltar a Marabá para lançar o aplicativo”, prevê.
Todo mês vai ser lançado um boletim com o do Índice de Inflação de Marabá. E os dados já coletados, desde agosto, serão transformados em quatro boletins.
Foram visitados 140 estabelecimentos e analisados 283 produtos das categorias: alimentação e bebida; habitação; transportes; saúde e cuidados pessoais; despesas e serviços pessoais; vestuário; educação, leitura e papelaria; móveis e equipamentos domésticos; e preços administrados (de produtos que variam de valores anualmente).
“A principal informação que a gente pode passar é que, na média, a nossa inflação não está muito distante das outras inflações, de outros índices de estados e municípios. Agora, é levar em conta também que, apesar de sermos uma cidade que importa tudo em termos de bens e consumo (roupas, bolsas, alimentos) e na história da inflação dos quatro meses, o grande vilão é o setor de habitação. Porque lá dentro está o combustível, a energia elétrica, o gás butano e moradia”, diz o professor Stênio.
Educação será a vilã em dezembro e janeiro
O professor José Stênio Souza, LAINC (Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá), estima que os itens relacionados à educação é que vão pesar em dezembro e janeiro, devido aos materiais escolares. Além de bebidas e comidas, devido ao fim de ano. Mas todos os meses, a habitação tem inflação positiva.
O reitor da Unifesspa, Maurílio Monteiro, destacou a importância do projeto para a sociedade local, alunos e também a nível nacional, dizendo que o laboratório “transforma a informação em instrumentos que vão ajudar a sociedade”. E que a universidade, com este projeto, concretiza o ensino, pesquisa e extensão.
O LAINC é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (FAPESPA) e está vinculado ao Instituto de Estudos do Desenvolvimento Agrário e Regional (IEDAR), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Para dar “corpo” ao laboratório, o responsável pelo projeto e coordenador do curso de Ciências Econômicas, professor José Stênio Souza, conta com o apoio de 12 alunos bolsistas, seis professores e estudantes voluntários. (Nathália Viegas e Ulisses Pompeu)