A Eternit anunciou nesta sexta-feira (31) que os ativos imobilizados da Sama, mineradora de amianto localizada em Minaçu (GO), serão mantidos em condição de “hibernação”. Ela também divulgou que demitiu todos os 400 funcionários da controlada.
Em fato relevante, a empresa informou que as medidas foram tomadas em função da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de novembro de 2017, que proibiu a extração e o uso de amianto crisotila em todo o país.
A Eternit informou a decisão de hibernar os ativos da Sama foi tomada diante da não apreciação pelo STF do pedido de efeito suspensivo da decisão até a apreciação do mérito dos embargos de declaração apresentados em fevereiro.
Leia mais:A operação na mina está paralisada desde fevereiro. “Nos embargos, foi requerida a modulação para o encerramento das atividades de mineração, período no qual a Sama continuaria, exclusivamente, como exportadora de amianto crisotila”, diz trecho do fato relevante. “Desde 11 de fevereiro, portanto há mais de três meses, a Sama encontra-se com suas atividades paralisadas aguardando a decisão do STF quanto ao pedido de efeito suspensivo, o que não ocorreu.”
Segundo a Eternit, a paralisação temporária das atividades da Sama gerou um efeito negativo no resultado do primeiro trimestre de R$ 4,7 milhões. A hibernação deve resultar na perda de faturamento da mineradora, que correspondeu a 18% da receita consolidada nos primeiros três meses do ano.
Em entrevista ao “Valor Econômico”, o diretor-presidente da Eternit, Luís Augusto Barbosa, disse que o custo total da rescisão dos 300 funcionários diretos e 100 indiretos deve alcançar R$ 12 milhões.
Segundo o presidente da Eternit, a demissão dos funcionários da Sama não significa o encerramento da mina de amianto — uma equipe será mantida para ligar e desligar equipamentos, para que as operações possam ser retomadas a qualquer momento, conforme for a decisão do STF. Em caso de retomada das atividades da Sama, os demitidos terão preferência nas contratações.
No Brasil, existe um movimento no Congresso Nacional para que a exploração do amianto volte. (Fonte:G1)