Bem menor do que outros atos convocados pela direita nos últimos dois anos por mudanças no País, o ato pró-governo Bolsonaro no dia 26, não deixou de ser barulhento. Segundo os organizadores, era preciso mostrar à comunidade que há muitos simpatizantes da forma como o país está sendo gerido e pressionar os políticos pela aprovação de reformas importantes para o País.
O grupo teve concentração em frente ao Fórum da Comarca, à margem da BR-230 e, de lá, à tarde, saiu em carreata por vários bairros, acompanhados por dois carros de som. Os manifestantes estavam caracterizados de roupas em verde e amarelo, com bandeiras do Brasil, faixas, cartazes, entre outros. Destaque para a presença de muitas famílias. Também não houve bloqueio da rodovia. Segundo a coordenação, a ideia era não ser radical como outros protestos, mas conseguir a simpatia da comunidade. Por onde passou, a carreata ocupou apenas uma das mãos das estradas.
A manifestação terminou ainda à tarde, em frente à loja Havan e próximo ao Aeroporto, onde os apoiadores do governo entoaram o hino nacional, completo, antes de se dispersarem.
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Milhares de manifestantes foram às ruas de cidades brasileiras no domingo, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e em defesa de temas como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. As mobilizações mais significativas foram registradas em São Paulo e no Rio. A pauta dos atos foi marcada também por ataques ao Congresso, personificados no presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao Supremo Tribunal Federal (STF). O atos foram classificados por Bolsonaro como espontâneos e como um recado “para aqueles que, com suas velhas práticas, não deixam que o povo se liberte”.
O Estado contabilizou, até às 19 horas, registros de manifestações em todos os 26 Estados e o Distrito Federal.
Um dos principais nomes do Centrão, o líder do DEM, deputado Elmar Nascimento (BA), defendeu o “diálogo” e o respeito às “opiniões divergentes” após o Congresso ser um dos principais alvos de manifestantes nas ruas. Em nota, Elmar mandou um recado aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro: “Ninguém governa sozinho”.
Convocada pelas redes sociais, a manifestação na Avenida Paulista foi marcada por críticas aos deputados do centrão e ao STF, discursos exaltados em defesa da reforma da Previdência, da CPI ‘Lava Toga’ e exaltação ao pacote anticrime do ministro Sérgio Moro.
O número de manifestantes foi visivelmente menor que nas manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, mas a Polícia Militar não fez estimativas até o momento. O maior foco de concentração de público foi no trecho entre a Rua Peixoto Gomide e a FIESP. Os manifestantes se concentraram ao redor de sete carros de som espalhados por oito quarteirões da Paulista, entre a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e a Rua Augusta.
Estacionado na esquina da Avenida Paulista com Peixoto Gomide, o caminhão do Nas Ruas foi o ponto de encontro dos políticos presentes (a maioria do PSL) e também o principal foco de aglomeração de manifestantes. O grupo ocupou o espaço que nas manifestações de 2014 foi do Movimento Brasil Livre e do Vem Pra Rua — as duas organizações optaram por não apoiar o movimento em defesa de Jair Bolsonaro.
O Nas Ruas levou um boneco inflável gigante do presidente e tocou o jingle de campanha de Bolsonaro. Os parlamentares presentes minimizaram as palavras de ordem mais radicais que pregavam o fechamento do Congresso e intervenção no STF.
Brasília
Em Brasília, o ato começou por volta das 10h e, de acordo com estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), 20 mil pessoas estiveram na Esplanada dos Ministérios, que parecia vazia vista de cima. A maior concentração se deu no gramado em frente ao Congresso.
Membros do Legislativo, os parlamentares do chamado Centrão foram alvo de críticas na manifestação, que defendeu a aprovação de pautas encampadas pelo Executivo, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. “Centrão, fica aqui o aviso, se não tiver a nova Previdência, o negócio vai feder”, disse um dos manifestantes ao microfone.
Dos trios, o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), foi citado diversas vezes de forma negativa. Uma das faixas pedia #foraMaia e #foraSTF, Corte que também foi alvo de insatisfação durante o ato. Um grupo de pessoas em um dos trios elétricos se fantasiou de lagosta, em forma de protesto ao edital do STF que prevê refeições com lagosta e vinhos com premiação internacional.
Outro assunto bastante recorrente entre os manifestantes foi o pedido para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fique nas mãos de Moro. O ministério que irá coordenar as atividades do conselho será definido pelo Congresso, que vota a reforma administrativa do governo Bolsonaro. A Câmara já votou para que o Coaf fique com Ministério da Economia.
Bandeiras diversas marcam ato em Copacabana
No Rio de Janeiro, o público que participou do ato em apoio ao governo de Jair Bolsonaro se distribui ao longo de 800 metros da avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul da cidade, entre as ruas Sousa Lima e Constante Ramos. Embora as duas pistas tenham sido interditadas para o trânsito de carros, só foi ocupada a pista mais perto da praia. A Polícia Militar não divulga estimativa de público, e, como não há uma liderança única do ato, ninguém emitiu essa estimativa.
As bandeiras defendidas pelas manifestantes foram diversas e foram além do mote oficial dos atos de hoje, que eram a defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. O bacharel Márcio Ávila, de 38 anos, exigiu o fim do exame nacional promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Já o militar Marcelo Forte, de 51 anos, levou faixas a Copacabana cobrando a renovação da frota de ônibus municipais de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense.
Também houve, no Rio, a presença de cartazes contrários a Rodrigo Maia e ao Supremo. Outros chegaram a sair em defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, que é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Uma faixa pedia ainda uma “intervenção militar agora” no País.
Em Belém, apoio a reformas e críticas à imprensa
Em Belém do Pará, os manifestantes começaram a se reunir por volta das 9 horas, na Escadinha do Cais do Porto, área turística da capital paraense. Sob sol forte, caminharam pelas duas principais avenidas da cidade, Presidente Vargas e Nazaré. No alto do trio elétrico, um cartaz exibia foto do ministro da Justiça, Sérgio Moro, com apoio ao pacote anticrime.
Vestidos de verde e amarelo, a maioria dos manifestantes optou por levar bandeiras para o ato. Nos poucos cartazes encontrados, havia mensagens de apoio à reforma da Previdência e críticas à imprensa. No trio elétrico, um locutor mandava recados para os políticos. “Coalizão quem faz somos nós. Bolsonaro está rompendo com o sistema e implantando nova forma de governar.”
No meio da passeata, um grupo de motoqueiros pedia que os manifestantes não falassem com a imprensa. Segundo ele, os jornalistas eram petistas infiltrados que estavam querendo que os apoiadores do presidente respondessem a questionários.
O ato foi encerrado, por volta de 12 horas, na avenida Doca de Souza Franco, área nobre da capital paraense. Antes da dispersão, os manifestantes cantaram o Hino Nacional e rezaram um Pai Nosso. Ao microfone, o locutor ainda fez uma última crítica à imprensa — que, segundo ele, tentaria esconder a “grandeza dos atos”. A saída, disse, era inundar as redes sociais com fotos e vídeos dos atos. “Você que trouxe seu celular, que fez vídeo, poste nas redes para mostrar a verdade”. A Polícia Militar do Pará informou que a manifestação reuniu cerca de 3 mil pessoas.
Cidades do interior também tiveram atos
Além das capitais, municípios do interior também foram às ruas, em pequeno número, para defender o governo. Em Campinas, São Paulo, o ato dos bolsonaristas em defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime reuniu 3 mil pessoas, conforme estimativa da Polícia Militar. Os manifestantes se reuniram no Largo do Rosário, região central da cidade. Até o encerramento, por volta das 13 horas, a PM não registrou incidentes. Já em Ribeirão Preto, a Polícia Militar calculou em 6 mil pessoas o público que compareceu à manifestação.
Com faixas e bandeiras do Brasil, o público se concentrou no cruzamento das avenidas 9 de Julho e Presidente Vargas e saiu em marcha pelo centro. Agentes de trânsito interditaram as vias principais. Não houve incidentes. Em Sorocaba, os dois atos marcados reuniram, juntos, 480 pessoas, segundo a Polícia Militar.
Foram 400 no que foi realizado no Jardim do Paço, em frente à Prefeitura, e 80 na manifestação da Praça da Bandeira, região central da cidade. O protesto de estudantes e professores contra o corte de verbas da educação, no dia 15 último, em Sorocaba, reuniu mais gente: 2,5 mil pessoas, segundo a estimativa da PM na ocasião. (Da redação)