Correio de Carajás

Parauapebas inicia campanha de combate ao tabagismo

Começou nesta segunda-feira, 27, a campanha de combate ao tabagismo em Parauapebas. Com o tema “Alerta para os danos do cigarro à saúde pulmonar”, A programação é coordenada pela Rede de Atenção à Pessoa Com Doença Crônica (DCNT), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), e segue até a próxima sexta-feira, dia 31.

A campanha faz parte da programação alusiva ao Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado no próximo dia 31. O Dia Mundial Sem Tabaco foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) é o responsável pela divulgação e elaboração do material técnico para subsidiar as comemorações em níveis federal, estadual e municipal. Em Parauapebas, durante a semana dedicada à data, serão realizadas ações nas unidades básicas de saúde e algumas escolas da rede pública.

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Amanhã, terça-feira, 28, de 8 às 12 horas, acontece a 1ª Mostra de Estudo de Caso de Tabagismo, que será realizada no auditório do Instituto Federal do Pará (IFPA).

O tabagismo é responsável por mais de dois terços dos casos de câncer de pulmão em todo o mundo. A exposição passiva ao tabaco, em casa ou no ambiente de trabalho, também pode causar a doença. O fumo é a principal causa de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), constituída por bronquite crônica e enfisema pulmonar.

A doença causa excesso de muco nos pulmões, tosse, dor torácica, dificuldade de respirar e cansaço. Segundo a OMS, o risco de desenvolver DPOC é especialmente alto no caso de pessoas que começaram a fumar cedo, porque o cigarro atrapalha o desenvolvimento dos pulmões.

O tabagismo também piora os sintomas da asma, tornando os asmáticos incapazes de cumprir tarefas simples do dia a dia. Segundo a Sociedade Brasileira Pneumologia e Tisiologia,  parar de fumar é a medida mais efetiva para impedir o avanço da DPOC e controlar os sintomas da asma, devolvendo a qualidade de vida para quem tem doenças respiratórias crônicas.

Riscos – A exposição de gestantes e crianças à fumaça tóxica do tabaco reduz o desenvolvimento dos pulmões e piora a função pulmonar com o tempo. Quem convive com fumantes em idade jovem tem mais chances de ter asma, pneumonia e bronquite e infecções frequentes das vias aéreas inferiores (traqueia, pulmões, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares).

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca 165 mil crianças morrem em todo o mundo antes dos cinco anos de idade por causa de infecções do trato respiratório inferior causadas por exposição ao fumo passivo.

Os dados mostram ainda que o tabagismo piora os casos de tuberculose. É que os componentes químicos do cigarro podem fazer com que a tuberculose latente, presente em um quarto da população mundial, evolua para a forma ativa da tuberculose.

Os efeitos do tabagismo nos pulmões agravam a tuberculose e aumentam substancialmente a chance de óbito por insuficiência respiratória. De acordo com especialistas, um cigarro contém mais de 7 mil substâncias tóxicas, sendo que 69 delas são cancerígenas.

No caso dos dispositivos eletrônicos de fumar (e-cigar, vaporizador, etc.), apesar de a fumaça ser invisível e inodora, ela permanece na atmosfera por cerca de cinco horas. Essa exposição também aumenta o risco de desenvolver câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas, além de causar redução da função pulmonar.

Por isso que a campanha do Dia Mundial Sem Tabaco deste ano alerta para medidas mais eficientes para melhorar a saúde dos pulmões é reduzir o consumo de tabaco e a exposição ao fumo passivo e maior divulgação dos riscos do tabaco para a saúde. De acordo com a OMS, a informação sobre as implicações do uso do tabaco em suas diferentes formas ainda é restrita em alguns locais do planeta.

Daí a campanha desta focar na atenção para os riscos do tabagismo ativo e do fumo passivo; os danos do fumo para a saúde pulmonar; a magnitude de doenças e causas de morte em todo o mundo relacionadas ao tabaco, incluindo câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas; as evidências da relação entre o tabagismo e as mortes por tuberculose; as implicações do fumo passivo para a saúde pulmonar em diferentes faixas etárias; e a importância de manter a saúde pulmonar para a saúde de todo o organismo, para melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade.

A campanha também chama a atenção para as alternativas existentes para atingir o público de interesse e os governantes, defendendo as políticas de controle do tabagismo e melhorando a saúde pulmonar da população. Segundo os organizadores, o tema “tabagismo e saúde dos pulmões” é transversal e tem implicações em outros processos globais, como os esforços internacionais para controlar doenças não transmissíveis (DNTs), tuberculose e poluição do ar. (Tina Santos)