As chuvas chegaram de vez em Marabá e região. Há quem reclame, porque as ruas ficam encharcadas e a cor da água na torneira se transforma. Mas nas principais feiras da cidade, os vendedores comemoram. É que neste período aparecem as principais frutas da região.
Ao mesmo tempo, o inverno é um tempo em que a vedete das frutas da Amazônia – açaí – dá um tempo, porque os frutos ficam verdes e a produção diminui bastante. O pouco que se consegue nesta época está “parau”, como chamam os tiradores do fruto. Isso significa que não amadureceu adequadamente.
Mas por outro lado, o cupuaçu tem no período de chuva sua estação favorita. Os frutos, plantados ou nativos, são colhidos nesta época do ano e nas feiras a unidade pode ser comprada por cerca de R$ 3,00. A polpa tem preço de R$ 10,00 o quilo.
Leia mais:Também é no inverno que aparece a cajá, ou como se chama na região metropolitana de Belém, taperebá. A fruta não é muito comestível, mas o suco é muito pedido nas lanchonetes e restaurantes. E na feira da Laranjeira ou Folha 28 o que chega para ser comercializado não passa de 10 horas da manhã. A polpa está custando R$ 10,00, mas o litro do caroço pode ser comprado por R$ 2,50.
O murici, uma fruta excêntrica e de sabor forte, não tem apelo comercial tão grande quando a cajá ou cupu, mas mesmo assim é usado em sorvetes e sucos, sendo fonte de vitaminas, potássio, ferro e carboidratos. O valor nas feiras da cidade varia de R$ 3,00 a R$ 4,00 o litro.
Também já há disponível nas feiras da cidade a bacaba, prima do açaí, mas que não alcançou a popularidade da fruta negra mais badalada do País, atualmente. O litro preparado custa R$ 10,00, mas em caroço pode ser encontrado por R$ 3,00 (até R4 2,50 em alguns casos. O consumidor tem de ter certa precaução, porque a danada, se tomada em excesso, causa uma disenteria daquelas.
O cheiro do bacuri também está presente nas feiras. Ele é uma das frutas nativas da região amazônica e usado para fazer doces e sorvetes. Mas não é barato. Uma sacola com quatro frutos custa R$ 5,00. A boa notícia é que a polpa rende bastante e uma sacola prepara, em média, um litro de polpa. Os cientistas afirmam que o bacuri é antioxidante e anti-inflamatório.
Outra fruta em abundância nesta época do ano é a pitomba. A sacolinha custa R$ 2,00, talvez a vedete deste início de inverno. Grande parte das bancas da feira da Laranjeiras – e também da Folha 28 – estão com a fruta em exposição. De tão doce, não há como não levar pelo menos uma para casa e aproveitar o preço de ocasião.
E por fim, embora nãos seja fruta, a castanha-do-pará não pode ficar de fora de uma menção honrosa. Ela só chega quando as chuvas começam a cair com mais intensidade e permanece até o final do verão. O preço nas feiras ainda está salgado – R$ 20,00 o litro sem casca e R$ 8,00 com casca – mas já dá para experimentar a amêndoa mais deliciosa e vendida da Amazônia com sabor fresquinho.
O aposentado José Carlos gomes, 66, diz que aguarda sempre ansioso a chegada do inverno porque com ele aparecem o cupu e a castanha, dois produtos que ele diz que casam muito bem. “Bato o cupu no leite da castanha-do-pará, misturo depois um pouco de bagaço da castanha e tenho um manjá dos deuses em casa. Meus netos não dão valor, mas eu cresci comendo disso aqui”, diz ele, enquanto caminha na Feira da Laranjeiras.
Feira da 7 de Junho se consolida após 11 anos
Resultado do cultivo de vegetais, frutas e legumes em projetos de assentamento e de agricultura familiar, a “Feira da 7 de Junho” (como é popularmente conhecida), na Marabá Pioneira, comemorou 11 anos no último sábado (16). No entanto, a festa de celebração da data ficou para o próximo fim de semana (dia 23), com direito a comida, bebida e muita música. Segundo uma das fundadoras, Maria de Jesus, a iniciativa que começou com a participação de 25 famílias, hoje conta com aproximadamente 75, beneficiadas pelos rendimentos desse mercado.
“Eu fui a quarta coordenadora e a gente começou pelo sindicato. Eu trabalhava como vice-presidente e a gente pediu aos vizinhos licença para ver se eles adequavam a frente das casas para vendermos, porque só podíamos entrar aqui com a licença deles”, revela.
Maria de Jesus diz que a organização da feira, no início, teve o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Pará (Fetagri) e rapidamente começaram a aparecer fregueses de toda parte da cidade.
Maria, que é moradora do Projeto de Assentamento Escada Alta há 26 anos, também é delegada do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, representando a localidade. Conforme ela conta, em breve, os feirantes da 7 de Junho vão realizar uma reunião com o prefeito para pedir apoio. “Há algumas coisas que são necessárias para melhorar a nossa situação. Já que falta estrada, carro, transporte, e eu mesma pago R$200,00 por uma viagem de 54 km”, reclama.
Francisco Vieira, conhecido popularmente como Cantor, também é organizador da feira. Ele é morador do Projeto de Assentamento Talismã desde 2002 e revela que planta frutas e vegetais para vender na Marabá Pioneira. “Eu vendo macaxeira, maracujá, abóbora, pimenta e outros produtos mais”.
Já Antônio Pereira de Andrade tem 17 anos de atuação como feirante em Marabá. Ele deixou de trabalhar na Feira da 28 para se instalar na Marabá Pioneira. “Eu sempre trabalhei na Folha 28, mas agora eu fico aqui no dia de sábado e amanhã estou (domingo) lá no Bairro Araguaia”, revelou.
Quem teve a mesma atitude foi Francisco Alexandre da Silva, que trabalha há dois anos no local. “Eu vendo farinha, maxixe, jiló, pimenta, cebola e tomate. Essa feira já virou tradição e muitos clientes nos procuram no dia de sábado. Porém, quando chove as vendas caem, principalmente, devido à falta de mercadoria”, lamenta.
O feirante Juarez Soares de Souza completou seis anos de atuação na “Feira da 7 de Junho” e estima que seu faturamento tem sido muito bom aos fins de semana. “A tendência da feira é melhorar cada vez mais. E para ficar melhor precisa da ajuda do prefeito Tião Miranda para organizar isso aqui, fazer uma cobertura ou transferir para outro lugar”, insinua. (Ulisses Pompeu e Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)
As chuvas chegaram de vez em Marabá e região. Há quem reclame, porque as ruas ficam encharcadas e a cor da água na torneira se transforma. Mas nas principais feiras da cidade, os vendedores comemoram. É que neste período aparecem as principais frutas da região.
Ao mesmo tempo, o inverno é um tempo em que a vedete das frutas da Amazônia – açaí – dá um tempo, porque os frutos ficam verdes e a produção diminui bastante. O pouco que se consegue nesta época está “parau”, como chamam os tiradores do fruto. Isso significa que não amadureceu adequadamente.
Mas por outro lado, o cupuaçu tem no período de chuva sua estação favorita. Os frutos, plantados ou nativos, são colhidos nesta época do ano e nas feiras a unidade pode ser comprada por cerca de R$ 3,00. A polpa tem preço de R$ 10,00 o quilo.
Também é no inverno que aparece a cajá, ou como se chama na região metropolitana de Belém, taperebá. A fruta não é muito comestível, mas o suco é muito pedido nas lanchonetes e restaurantes. E na feira da Laranjeira ou Folha 28 o que chega para ser comercializado não passa de 10 horas da manhã. A polpa está custando R$ 10,00, mas o litro do caroço pode ser comprado por R$ 2,50.
O murici, uma fruta excêntrica e de sabor forte, não tem apelo comercial tão grande quando a cajá ou cupu, mas mesmo assim é usado em sorvetes e sucos, sendo fonte de vitaminas, potássio, ferro e carboidratos. O valor nas feiras da cidade varia de R$ 3,00 a R$ 4,00 o litro.
Também já há disponível nas feiras da cidade a bacaba, prima do açaí, mas que não alcançou a popularidade da fruta negra mais badalada do País, atualmente. O litro preparado custa R$ 10,00, mas em caroço pode ser encontrado por R$ 3,00 (até R4 2,50 em alguns casos. O consumidor tem de ter certa precaução, porque a danada, se tomada em excesso, causa uma disenteria daquelas.
O cheiro do bacuri também está presente nas feiras. Ele é uma das frutas nativas da região amazônica e usado para fazer doces e sorvetes. Mas não é barato. Uma sacola com quatro frutos custa R$ 5,00. A boa notícia é que a polpa rende bastante e uma sacola prepara, em média, um litro de polpa. Os cientistas afirmam que o bacuri é antioxidante e anti-inflamatório.
Outra fruta em abundância nesta época do ano é a pitomba. A sacolinha custa R$ 2,00, talvez a vedete deste início de inverno. Grande parte das bancas da feira da Laranjeiras – e também da Folha 28 – estão com a fruta em exposição. De tão doce, não há como não levar pelo menos uma para casa e aproveitar o preço de ocasião.
E por fim, embora nãos seja fruta, a castanha-do-pará não pode ficar de fora de uma menção honrosa. Ela só chega quando as chuvas começam a cair com mais intensidade e permanece até o final do verão. O preço nas feiras ainda está salgado – R$ 20,00 o litro sem casca e R$ 8,00 com casca – mas já dá para experimentar a amêndoa mais deliciosa e vendida da Amazônia com sabor fresquinho.
O aposentado José Carlos gomes, 66, diz que aguarda sempre ansioso a chegada do inverno porque com ele aparecem o cupu e a castanha, dois produtos que ele diz que casam muito bem. “Bato o cupu no leite da castanha-do-pará, misturo depois um pouco de bagaço da castanha e tenho um manjá dos deuses em casa. Meus netos não dão valor, mas eu cresci comendo disso aqui”, diz ele, enquanto caminha na Feira da Laranjeiras.
Feira da 7 de Junho se consolida após 11 anos
Resultado do cultivo de vegetais, frutas e legumes em projetos de assentamento e de agricultura familiar, a “Feira da 7 de Junho” (como é popularmente conhecida), na Marabá Pioneira, comemorou 11 anos no último sábado (16). No entanto, a festa de celebração da data ficou para o próximo fim de semana (dia 23), com direito a comida, bebida e muita música. Segundo uma das fundadoras, Maria de Jesus, a iniciativa que começou com a participação de 25 famílias, hoje conta com aproximadamente 75, beneficiadas pelos rendimentos desse mercado.
“Eu fui a quarta coordenadora e a gente começou pelo sindicato. Eu trabalhava como vice-presidente e a gente pediu aos vizinhos licença para ver se eles adequavam a frente das casas para vendermos, porque só podíamos entrar aqui com a licença deles”, revela.
Maria de Jesus diz que a organização da feira, no início, teve o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Pará (Fetagri) e rapidamente começaram a aparecer fregueses de toda parte da cidade.
Maria, que é moradora do Projeto de Assentamento Escada Alta há 26 anos, também é delegada do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, representando a localidade. Conforme ela conta, em breve, os feirantes da 7 de Junho vão realizar uma reunião com o prefeito para pedir apoio. “Há algumas coisas que são necessárias para melhorar a nossa situação. Já que falta estrada, carro, transporte, e eu mesma pago R$200,00 por uma viagem de 54 km”, reclama.
Francisco Vieira, conhecido popularmente como Cantor, também é organizador da feira. Ele é morador do Projeto de Assentamento Talismã desde 2002 e revela que planta frutas e vegetais para vender na Marabá Pioneira. “Eu vendo macaxeira, maracujá, abóbora, pimenta e outros produtos mais”.
Já Antônio Pereira de Andrade tem 17 anos de atuação como feirante em Marabá. Ele deixou de trabalhar na Feira da 28 para se instalar na Marabá Pioneira. “Eu sempre trabalhei na Folha 28, mas agora eu fico aqui no dia de sábado e amanhã estou (domingo) lá no Bairro Araguaia”, revelou.
Quem teve a mesma atitude foi Francisco Alexandre da Silva, que trabalha há dois anos no local. “Eu vendo farinha, maxixe, jiló, pimenta, cebola e tomate. Essa feira já virou tradição e muitos clientes nos procuram no dia de sábado. Porém, quando chove as vendas caem, principalmente, devido à falta de mercadoria”, lamenta.
O feirante Juarez Soares de Souza completou seis anos de atuação na “Feira da 7 de Junho” e estima que seu faturamento tem sido muito bom aos fins de semana. “A tendência da feira é melhorar cada vez mais. E para ficar melhor precisa da ajuda do prefeito Tião Miranda para organizar isso aqui, fazer uma cobertura ou transferir para outro lugar”, insinua. (Ulisses Pompeu e Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)