Nos próximos dias 24 e 25, será realizado o Encontro para Restauração Florestal em Terras Indígenas do Pará – Etapa Paragominas, no campus da Universidade do Estado do Pará (Uepa) do município. Mais de 60 indígenas do Pará e do Maranhão iniciarão uma formação em técnicas de restauração das florestas em terras indígenas. O evento está sendo promovido de forma conjunta pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), Uepa, Funai, secretarias municipais de Educação (Semec) e de Meio Ambiente (Semma) de Paragominas.
A agenda visa estabelecer princípios e diretrizes voltadas para o desenvolvimento dessa temática. Além disso, a ação também faz parte do projeto de restauração da Terra Indígena Alto Rio Guamá (Tiarg), que abrange os municípios de Santa Luzia, Paragominas e Nova Esperança do Piriá, na região nordeste do Estado, uma iniciativa realizada com recursos do Fundo Estadual de Desenvolvimento Florestal (Fundeflor), do Ideflor-Bio.
“A Terra Indígena Alto Rio Guamá é a área com maior índice de desmatamento no Estado e que concentra a maioria das espécies ameaçadas de extinção. Estamos com essa parceria com a Uepa, que tem um curso de formação de professores indígenas, onde trabalhamos para que esses futuros professores sejam capacitados em técnicas e tecnologias de restauração de florestas”, esclarece a gerente de Sociobiodiversidade do Ideflor-Bio, Claudia Kahwage. Ela ressalta que o objetivo é de que os acadêmicos sejam multiplicadores desse conhecimento nas aldeias.
Leia mais:Dos 60 indígenas que participarão da capacitação, 28 são acadêmicos da Uepa em Paragominas e os demais são lideranças indígenas do Pará e Maranhão. O evento contará com oficinas de práticas em coleta de sementes florestais da Amazônia, organização produtiva de produtos florestais, compostagem de resíduos orgânicos, prática de produção de mudas e viveiros temporários, entre outros.
Intercâmbio – De acordo com Claudia, é a primeira vez que a Gerência de Sociobiodiversidade articula com a Funai do Maranhão o intercâmbio entre indígenas daquele estado com lideranças do Pará. Segundo ela, trata-se de uma iniciativa importante, já que os dois estados abrigam as terras indígenas mais afetadas pelo desmatamento.
“Vai ser um intercâmbio de experiências e o objetivo geral é fazer a formação desses indígenas em técnicas e tecnologias em restauração. A oficina será de mão na massa para que quando aconteça nas aldeias eles consigam multiplicar esse conhecimento. Vai ter feirinha de troca de sementes e artesanato, além de ter a participação de alunos da Uepa”, detalha. (Agência Pará)