Ontem (15) fez dois anos da morte do sargento Daniel Dedablio Poczwardowski, do Exército, durante o curso denominado Estágio de Caçador Militar, realizado no 52º BIS, em Marabá. Por meio de uma Live no Instagram, na noite de ontem, a viúva do militar, Irla Oliveira Fernandes, de 34 anos, falou sobre o caso. Comentou a respeito das questões que já estão resolvidas e também do que ainda há de mistério envolvendo o rumoroso caso.
O jornal conversou com Irla antes da Live, por meio do WhatsApp. Ela disse que, a respeito da pensão por morte e da indenização, o Exército “fez os processos que deveria fazer”, sem entrar em maiores detalhes, mas deixando claro que a instituição resguardou todos os direitos dela como viúva.
Morando hoje em Santa Cruz do Sul (RS), terra onde vivem muitos familiares de Daniel Poczwardowski, Irla falou, na Live, sobre a morte do esposo; disse como ela ficou sabendo, toda sua peregrinação em busca de informações e também respondeu a perguntas de amigos de rede social.
Leia mais:Na Live, ela disse que o inquérito foi finalizado, mas ainda há muitas dúvidas no ar. “Eu não tenho acesso se foi oferecido alguma denúncia ou solicitado arquivamento. Segundo eles (Exército), eu não sou parte, apesar de ser cônjuge”, lamentou Irla, acrescentando que o caso corre em segredo de Justiça, por isso ela ainda não teve acesso, mas, no momento em que conversava com os amigos pelo Instagram, ela foi informada pela advogada dela que possivelmente terá acesso ao processo a partir de hoje (16).
O CASO
Além de Daniel, outros quatro sargentos que também participavam do curso passaram mal e tiveram de ser socorridos. Na época, Irla relatou para a Imprensa que Daniel sempre pedia para ela não se preocupar, pois o treinamento não seria pesado demais. A ideia era apenas para ele aprimorar sua qualidade no tiro. Mas o que Daniel encontrou em Marabá foi outra realidade. Ele conversava todo dia, ao cair da noite, por telefone com Irla e relatava o treinamento. Disse que não esperava esse tipo de instrução.
A viúva do militar lembra que, depois de uma semana de curso, quando ela veio para Marabá, ficou perplexa com o tanto que Daniel tinha emagrecido. Segundo Irla, ele tinha perdido uns cinco quilos, mas o militar até brincou dizendo que não precisava fazer dieta.
Ainda segundo Irla, Daniel tinha muito orgulho da farda que usava, e ela tinha orgulho dele também. Os dois amavam a vida militar
Na época, o Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva emitiu nota informando que foi instaurado um Inquérito Policial Militar para apurar e investigar a causa do infortúnio. Mas Irla até hoje lamenta não ter maiores informações sobre o processo.
QUEM ERA
Sargento Poczwardowski era natural de Guaraí (RS) e veio para o Pará a serviço o Exército, instituição na qual ingressou em 2009, tendo cursado Escola de Sargento de Armas. Aqui em Marabá, conheceu e casou com a sua esposa e, com ela chegou a mudar-se de novo para o seu estado de origem nos últimos anos, servindo em Santa Cruz do Sul (RS). De lá, há cinco meses, retornaram ao Pará, tendo ele sido transferido para o 51º BIS, em Altamira, sua atual lotação. A vinda a Marabá, onde perdeu a vida, foi por contingência do treinamento.
O sargento também participou do último envio de tropas de Marabá ao Haiti para participação no contingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), no ano de 2014. Era tido como um militar dedicado e orgulhoso da sua profissão. Ele provavelmente seria promovido ainda este ano.
(Chagas Filho)