Com um sorriso largo no rosto, seu José Augusto Bezerra da Silva é um contador de histórias nato, adora falar dos tempos antigos e de locais que conheceu ao longo de seus 73 anos de vida, parte deles vividos no Lar São Vicente de Paulo, em Marabá. De uma maneira divertida e espontânea, ele brinca com a reportagem, dá conselhos e descreve o que espera de 2018. Mas também se emociona ao relembrar das memórias mais felizes que teve ao lado da família, quando ainda morava no Rio Grande do Norte.
Seu José se lembra de estar sentado à mesa, ao lado dos pais, durante a Ceia de Natal e diz que guarda essa lembrança com muito carinho. “Eu me lembro do tempo em que papai era mecânico pesado, Deus o tenha, e mamãe era professora. A ceia era simples, não tinha muita coisa, mas eu lembro como se fosse hoje”, narra, com a voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas.
Filho único, ele esteve em muitos lugares, conheceu pessoas, viveu aventuras e veio para Marabá em busca de um paradeiro. Passou mais de cinco anos no Lar, foi embora e há 10 meses retornou para o abrigo que hoje chama de casa. Conseguir uma vaga não foi fácil, morou em hotéis e perseverou para voltar. Agora que conseguiu, garante que não quer mais sair. “Eu vou morrer aqui, sair para quê? Tratam bem a mim e a todo mundo”, exclama.
Leia mais:Seu José foi lutador de boxe, mecânico e já passou por cirurgia de risco, mas permanece forte e agradecido por estar em um lugar acolhedor. Ele garante à equipe do Jornal que a “Dona Neusa”, presidente do abrigo, é uma mãe e que seu único desejo para o próximo ano é que a Prefeitura de Marabá faça mais pelo espaço, que olhe pela necessidade de todos que residem no local.
O maranhense Pedro Fidélis da Silva, de 80 anos, também quer melhorias. Segundo ele, os 14 anos que tem vivido no Lar São Vicente estão sendo muito bons, porém acredita que pode melhorar. Questionado sobre alguma memória marcante de Natal, ele afirma que todos foram especiais. Pedro saiu de Carolina, no Maranhão, com a esperança de ganhar a vida trabalhando nos castanhais. Hoje, já tem 50 anos que mora em Marabá, 10 dos quais no abrigo.
Avanços
Há um ano e oito meses como presidente do abrigo, Neusa Ventura de Faria busca cada vez mais mudanças. Mas, afirma que não faz nada sozinha e que tem uma equipe de oito pessoas para trabalhar ao lado dela nessa empreitada. “Aqui é uma residência com 32 crianças doentes, a nossa realidade é essa. Porque cada idoso que se encontra aqui tem um problema de saúde e isso gera despesa. E quanto mais a gente se envolve, mais se sensibiliza e quer resolver”, declara.
Ela relata que a luta para manter o espaço sempre abastecido de comida, produtos de limpeza e higiene tem ficado mais fácil, graças à solidariedade de muitas pessoas anônimas. “A gente conta mesmo é com a ajuda da sociedade”, resume.
Neusa destaca também o trabalho de funcionários do judiciário, como promotores, juízes e advogados, que recentemente encabeçaram uma campanha para arrecadar móveis e eletrodomésticos para os abrigados e que foi um sucesso. E revela que o local está de portas abertas para todos que querem ajudar. As visitas podem ser agendadas diretamente com Neusa, por meio do telefone (94) 99138-0350. O Lar São Vicente está localizado na Folha 6, Quadra 32, Lote 50, Nova Marabá.
Sabia Mais – O Lar São Vicente conta, hoje, com uma horta cultivada por um dos idosos e com um espaço de confraternização totalmente reformado. O abrigo também foi murado e cercado para dar mais segurança aos residentes.
(Nathália Viegas)
Com um sorriso largo no rosto, seu José Augusto Bezerra da Silva é um contador de histórias nato, adora falar dos tempos antigos e de locais que conheceu ao longo de seus 73 anos de vida, parte deles vividos no Lar São Vicente de Paulo, em Marabá. De uma maneira divertida e espontânea, ele brinca com a reportagem, dá conselhos e descreve o que espera de 2018. Mas também se emociona ao relembrar das memórias mais felizes que teve ao lado da família, quando ainda morava no Rio Grande do Norte.
Seu José se lembra de estar sentado à mesa, ao lado dos pais, durante a Ceia de Natal e diz que guarda essa lembrança com muito carinho. “Eu me lembro do tempo em que papai era mecânico pesado, Deus o tenha, e mamãe era professora. A ceia era simples, não tinha muita coisa, mas eu lembro como se fosse hoje”, narra, com a voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas.
Filho único, ele esteve em muitos lugares, conheceu pessoas, viveu aventuras e veio para Marabá em busca de um paradeiro. Passou mais de cinco anos no Lar, foi embora e há 10 meses retornou para o abrigo que hoje chama de casa. Conseguir uma vaga não foi fácil, morou em hotéis e perseverou para voltar. Agora que conseguiu, garante que não quer mais sair. “Eu vou morrer aqui, sair para quê? Tratam bem a mim e a todo mundo”, exclama.
Seu José foi lutador de boxe, mecânico e já passou por cirurgia de risco, mas permanece forte e agradecido por estar em um lugar acolhedor. Ele garante à equipe do Jornal que a “Dona Neusa”, presidente do abrigo, é uma mãe e que seu único desejo para o próximo ano é que a Prefeitura de Marabá faça mais pelo espaço, que olhe pela necessidade de todos que residem no local.
O maranhense Pedro Fidélis da Silva, de 80 anos, também quer melhorias. Segundo ele, os 14 anos que tem vivido no Lar São Vicente estão sendo muito bons, porém acredita que pode melhorar. Questionado sobre alguma memória marcante de Natal, ele afirma que todos foram especiais. Pedro saiu de Carolina, no Maranhão, com a esperança de ganhar a vida trabalhando nos castanhais. Hoje, já tem 50 anos que mora em Marabá, 10 dos quais no abrigo.
Avanços
Há um ano e oito meses como presidente do abrigo, Neusa Ventura de Faria busca cada vez mais mudanças. Mas, afirma que não faz nada sozinha e que tem uma equipe de oito pessoas para trabalhar ao lado dela nessa empreitada. “Aqui é uma residência com 32 crianças doentes, a nossa realidade é essa. Porque cada idoso que se encontra aqui tem um problema de saúde e isso gera despesa. E quanto mais a gente se envolve, mais se sensibiliza e quer resolver”, declara.
Ela relata que a luta para manter o espaço sempre abastecido de comida, produtos de limpeza e higiene tem ficado mais fácil, graças à solidariedade de muitas pessoas anônimas. “A gente conta mesmo é com a ajuda da sociedade”, resume.
Neusa destaca também o trabalho de funcionários do judiciário, como promotores, juízes e advogados, que recentemente encabeçaram uma campanha para arrecadar móveis e eletrodomésticos para os abrigados e que foi um sucesso. E revela que o local está de portas abertas para todos que querem ajudar. As visitas podem ser agendadas diretamente com Neusa, por meio do telefone (94) 99138-0350. O Lar São Vicente está localizado na Folha 6, Quadra 32, Lote 50, Nova Marabá.
Sabia Mais – O Lar São Vicente conta, hoje, com uma horta cultivada por um dos idosos e com um espaço de confraternização totalmente reformado. O abrigo também foi murado e cercado para dar mais segurança aos residentes.
(Nathália Viegas)