Os padres paulistas donos da Pró-Saúde entraram em pânico diante da possibilidade concreta de o governador Helder Barbalho cancelar contratos assinados durante o governo de Simão Jatene para manutenção dos hospitais de Marabá e Altamira. O governador, no mês passado, passou a faca no contrato de R$ 662 milhões do Hospital Abelardo Santos, em Icoracy, distrito de Belém. Helder recebeu relatórios devastadores sobre irregularidades da Pró-Saúde na gestão de 8 hospitais no estado. A coisa está feia.
Aneel, para que serve?
Essas agências reguladoras do governo federal não servem para nada. Não regulam coisa alguma. Só servem para atrapalhar e prejudicar a vida dos consumidores. Vejam o exemplo dessa tal de Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), criada para “regular” o setor elétrico. O que ela faz para punir a Celpa? A empresa pinta e borda, corta a luz de quem já pagou, faz cobranças abusivas, mas nada acontece. Se deixasse de existir, a Aneel não faria a menor falta.
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Do mesmo quilate omissivo é a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que deveria regular os planos de saúde. É outra inutilidade nacional. Os reajustes dos planos coletivos, que representam 81 por cento do mercado, em muitos casos são bem maiores do que os índices oficiais de inflação. E o que faz a ANS? Nada. Nos últimos 5 anos, o custo médio desses planos cresceu além de 50 por cento. O plano individual, aquele em que o usuário faz o contrato diretamente com a operadora, só não aumentou porque há lei que impede isso.
A cena do crime
O pacote anticrime do ministro Sérgio Moro prevê melhores condições para que a cena do crime seja de fato preservada e facilite a investigação policial. Isso não acontece hoje. Pelo contrário, a dificuldade é enorme. Em um homicídio na rua, populares mexem no cadáver, alguns até roubam os pertences da vítima, dificultando a coleta de informações técnicas. No IML é comum se dizer que o “morto fala durante a perícia”. Só se for em filme americano.
Informante pago
Outra novidade desse pacote de Moro é a figura do informante que colabore com a investigação de crimes de corrupção. Na mudança na legislação penal e processual, estaria assegurado o direito de qualquer pessoa delatar o criminoso. Além da proteção contra retaliações e preservação de sua identidade, o delator ainda teria a possibilidade de ganhar recompensa financeira. Há controvérsias a respeito dessa proposta, inspirada nos Estados Unidos.
Fábrica de caguetas
A juíza federal Cláudia Dadico, de Santa Catarina, tem uma preocupação: a possível introdução, no Brasil, da figura do informante profissional, principalmente se houver recompensa em dinheiro. “O juiz teria que também velar ali pelos interesses desse informante, se é o caso realmente de dar recompensa ou não”, diz ela. O deputado petista Paulo Teixeira vai no embalo e já enxerga uma “fábrica de delatores”.
________________________Bastidores___________________________
* O médico Diego Góes, do Hospital Regional do Sudeste do Pará, a respeito da mania do paraense em se automedicar, faz um alerta.
* “Até a década de 80, era difícil o acesso a médicos hospitalares na região Norte do país. Então, muitas pessoas foram acostumadas a usar medicações fitoterápicas, como os chás, sem qualquer indicação profissional”, recorda Diego.
* Hoje, diz ele, infelizmente, muitas farmácias vendem produtos sem exigir prescrição médica e há pessoas que têm em casa medicamentos de uso restrito hospitalar.
* O hábito de tomar remédios por conta própria, sem a orientação de um profissional, pode ocasionar riscos para a saúde. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% das internações hospitalares são causadas por mau uso de medicamentos.
* Resumo: somente um profissional da saúde, que tem completo conhecimento sobre medicamentos, é quem deve prescrever e ditar horários certos. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia, por meio do Instituto Datafolha, revelou que 77% dos brasileiros se automedicam.