Correio de Carajás

Venezuela anuncia reabertura da fronteira com o Brasil

O governo da Venezuela anunciou a reabertura da fronteira com o Brasil a partir desta sexta-feira (10). O anúncio foi feito pelo vice-presidente econômico, Tareck El Aissami, que disse que, além das fronteiras com o Brasil, também seriam abertas as comunicações marítimas e aéreas com a ilha de Aruba.

As fronteiras entre Venezuela e Brasil estavam fechadas há quase três meses, assim como as comunicações marítimas entre a Venezuela e a ilha de Aruba, de acordo com informações da Reuters.

“O presidente Maduro anuncia à comunidade internacional a reabertura da fronteira terrestre com o Brasil a partir do dia de hoje. Gradualmente, iremos restabelecendo os mecanismos de controle fronteiriço para que esta fronteira seja cada vez mais uma fronteira robusta de desenvolvimento econômico produtivo e que beneficie a ambos os povos, a ambas as nações”, anunciou El Aissami na televisão estatal VTV.

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Um militar brasileiro que atua na fronteira com a Venezuela em Pacaraima (RR) informou à reportagem do G1 que, até as 12h43 desta sexta (10), não havia ocorrido nenhuma mudança no local.

Mapa mostra fronteira da Venezuela com o Brasil — Foto: Infografia: G1
Mapa mostra fronteira da Venezuela com o Brasil — Foto: Infografia: G1

Sem mencionar a Colômbia, cujas fronteiras com a Venezuela também foram fechadas em fevereiro pelo governo de Maduro, El Aissami afirmou que outras fronteiras permaneceriam fechadas “até que as posições de hostilidade de agressividade fossem cessadas”, diz a Reuters.

Com fronteira fechada por ordem de Nicolás Maduro, estudantes venezuelanos cruzavam rotas ilegais para ter aulas em Pacaraima. — Foto: Emily Costa/G1 RR
Com fronteira fechada por ordem de Nicolás Maduro, estudantes venezuelanos cruzavam rotas ilegais para ter aulas em Pacaraima. — Foto: Emily Costa/G1 RR

O fechamento da fronteira foi determinado pelo governo de Maduro na noite de 21 de fevereiro, para tentar barrar a ajuda humanitária oferecida pelos EUA e por países vizinhos, incluindo o Brasil, que havia sido pedida pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó. Maduro viu a oferta dessa ajuda como uma interferência externa na política da Venezuela.

No mesmo dia do anúncio do fechamento, venezuelanos correram para Pacaraima para comprar estoques de mantimentos.

Mesmo com o fechamento, venezuelanos continuaram cruzando a fronteira entre Santa Elena de Uairén, na Venezuela, e Pacaraima por rotas clandestinas, as chamadas “trochas”, para estudar, comprar comida ou deixar o país.

Crise

Maduro e Guaidó — Foto: Federico Parra/ AFP
Maduro e Guaidó — Foto: Federico Parra/ AFP

Outro opositor, Leopoldo López, libertado de sua prisão domiciliar, se refugiou no edifício do corpo diplomático espanhol.

Imagem mostra Maduro (ao centro) e ministro da Defesa, Vladimir Padrino (esq.) em marcha militar — Foto: Divulgação/ Ministério Defesa da Venezuela
Imagem mostra Maduro (ao centro) e ministro da Defesa, Vladimir Padrino (esq.) em marcha militar — Foto: Divulgação/ Ministério Defesa da Venezuela

Dois dias depois, o presidente Nicolás Maduro marchou com militares para mostrar apoio das Forças Armadas. A cúpula militar reafirmou sua adesão a Maduro, e 25 rebeldes pediram asilo na embaixada brasileira, que foi concedido. Na quarta-feira (8), o governo anunciou a expulsão de 56 militares acusados de envolvimento no levante.

Também na quarta, foi preso o vice-presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Edgar Zambrano. O parlamentar, que é aliado de Guaidó, foi preso preventivamente por participação no levante militar, segundo anúncio feito nesta sexta (10) pelo Tribunal Supremo de Justiça do país.

(Fonte:G1)