Os gastos com servidores ativos e inativos nos estados cresceram quase três vezes mais que o PIB em 2018. O Pará, juntamente com o Ceará, foram os estados que registraram os maiores crescimentos de gastos totais, com servidores ativos e inativos no ano passado.
A taxa de crescimento nos gastos com servidores ativos em 2018 em relação à 2017 no Pará foi de 8,52%, a segunda maior do país, atrás apenas do Ceará; o mesmo aconteceu com a taxa de crescimento do gasto com pessoal total tanto ativo quanto inativo – que foi de 8,0%.
Já a taxa de crescimento do mesmo período, considerando apenas inativo, foi de 6,7%. O aumento real médio, somado de todos os estados, foi de 2,9%, na comparação com 2017, segundo avaliação feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Leia mais:Segundo Cláudio Hamilton dos Santos, um dos autores do estudo, chama atenção o fato de vários Estados terem apresentado elevações nos gastos com ativos, o que não vinha ocorrendo em anos recentes. “Talvez por ter sido um ano eleitoral, o fato é que vários Estados apresentaram pequenos aumentos nos quadros de servidores estatutários em 2018”, observou o pesquisador.
O Ipea mostra que as despesas com inativos mantiveram uma trajetória ascendente na maioria das unidades federativas, alcançando uma taxa média de crescimento de 7,6% em 2018 – dez vezes mais que os gastos com ativos, que fecharam o ano em 0,7%. A análise refere-se a 23 Unidades da Federação (UFs) porque não foi possível construir indicadores com os dados disponíveis para Amapá, Rio Grande do Norte e Roraima, nem com os existentes sobre inativos no Piauí.
Apenas Rio de Janeiro e Sergipe não elevaram as despesas com inativos no ano passado. Rondônia (22,8%) e Tocantins (17,1%) foram os Estados que registraram maior crescimento nas despesas. Esse conjunto de 23 estados gastou com pessoal, em valores reais, mais de R$ 373 bilhões em 2018. O montante inclui servidores ativos e inativos.
De acordo com a tabela apresentada pelo Ipea, considerando os valores deflacionados do total pago pelo Governo do Estado do Pará aos servidores ativos e inativos em dezembro de 2018, esse montante foi de R$ 2,7 bilhões.
“Os dados refletem dois fenômenos interligados. O primeiro é o elevado ritmo de crescimento das novas aposentadorias verificado nos últimos anos reflexo, em grande medida, do ciclo de contratações de servidores públicos ocorrido nos anos 1980 e nos anos 1990”, informa o Ipea em nota técnica divulgada ontem (15). “O segundo é a não reposição de parte significativa dos postos de trabalho antes ocupados pelos recémaposentados”.
(Diário do Pará)