Achar a melhor posição para dormir diz respeito à qualidade do sono e a diversos fatores físicos que incluem postura, dores nas costas e saúde, em geral. Apesar de estarmos falando de conforto pessoal, a forma mais saudável de pegar no sono é uma só. Para nos explicar mais sobre o assunto, os fisioterapeutas Santiago Munhos, diretor da Santibras Fisoterapia, e o Roberto Matheus Durli, do Kurotel – Centro Médico de Longevidade e Spa de Gramado esclarecem as dúvidas mais comuns.
A melhor posição
“O ideal é que a pessoa fique com o corpo quase que esticado, com um travesseiro em uma altura que não deixe a cabeça inclinada nem para baixo e nem para cima, e com um travesseiro entre as pernas, para alinhar melhor o tronco”, afirma Santiago, considerando que esse tipo de acomodação neutraliza os efeitos da gravidade sobre o corpo, durante a noite.
Leia mais:Enquanto isso, Roberto corrobora a ideia e aponta que o travesseiro deve estar na horizontal e o indivíduo posicionado para o lado esquerdo, de preferência.
A pior posição
Chamado de “queda livre”, o ato de dormir de barriga para baixo pode acarretar uma série de problemas. “Nesse caso, não há nada que possa ser feito para não prejudicar a coluna”, afirma Santiago. Isso acontece pois a cabeça fica flexionada, enquanto o corpo encara o colchão. “Nessa posição cria-se uma pressão sob a região abdominal e torácica que exige demasiado esforço da musculatura respiratória para os movimentos da respiração. Também há compressão das vísceras abdominais que tendem a reduzir a mobilidade e acarreta também na redução das suas funções”, esclarece o especialista do Kurotel, apontando para a sobrecarga cervical, a grande causadora de tensões na região e torcicolo.
De barriga para cima
Não é a melhor opção para dormir, mas, segundo o fisioterapêuta da Santibras, pode-se reverter a situação tirando o travesseiro da cabeça e colocando-o sob os joelhos. Ainda assim, há contraindicações: “Nesse caso, vale um alerta para as pessoas obesas: dormir nessa posição pode atrapalhar as vias aéreas, fazendo com que quem está acima do peso ronque”.
Problemas e soluções
Muito além das tensões, distúrbios osteoarticulares, viscerais, vasculares e neurológicos podem ser desenvolvidos devido às posições eleitas para passar longos períodos de descanso. E transformar os hábitos ruins em práticas saudáveis exige tempo, paciência e persistência. Para Roberto, é necessário preparar-se para dormir, observando pequenos detalhes e considerando pedir para que alguém observe seus movimentos durante a noite, se possível.
Caso você tenha o sono inquieto, procure deitar-se na posição lateral em primeiro lugar e, caso acorde no meio da noite, retorne a ela. Deve haver policiamento para que o seu corpo se adapte.
A fim de acalmar os nervos, as dicas mais recomendadas conferem a desconexão de aparelhos tecnológicos durante a noite, a criação de uma atmosfera favorável ao descanso e a prática de atividades físicas. Para isso, Santiago indica ameditação. “A pessoa consegue se concentrar, melhorar a consciência corporal e relaxar”.
Escolhendo o colchão
A saúde da coluna também é assegurada pela qualidade do seu colchão. Na hora da compra, não invista grandes quantias de dinheiro sem provar e não siga conselhos de terceiros. “Colchão tem que ser no teste: deitar e sentir. Existem diversas tabelas de densidades e peso corporal, mas elas servem para dar um noção aproximada. O melhor é deitar e sentir a acomodação do corpo”, aponta Roberto.
Deite-se na lateral e observe o comportamento da superfície e em relação a seu corpo. Eles devem estar alinhados e não deve haver muito impacto entre o material e a pele. “Um colchão muito duro não se adapta ao corpo. Levando ao extremo, imagine que a pessoa está dormindo no chão e que está deitada de lado, como é o mais recomendado. O quadril e o ombro, que têm o maior contato com a superfície dura, vão ficar doloridos e a pessoa vai acordar com dor”, alerta Santiago. Já a instabilidade das opções mais moles também não é a melhor opção, uma vez que pode acarretar em problemas nas articulações. (Fonte:G1)