Após breve confusão registrada na Rodovia BR-222, em frente ao Carajás Centro de Convenções e Eventos de Marabá, inclusive com bloqueio da pista por algum tempo, decidiu-se que as pessoas que estavam na fila na manhã desta quarta-feira (10) e não conseguiram senhas para emissão de Registro de Identidade seriam listadas para novo atendimento em menos de 30 dias.
Este foi o último dia de ação social desenvolvida em razão do programa Governo por Todo o Pará. O papiloscopista da Polícia Civil, Ducivaldo Reis da Costa, coordenador da força tarefa desenvolvida por 10 dias em Marabá, informou ter sido programada a entrega de quatro mil atendimentos na ação, o que foi realizado.
“Estamos fechando hoje (quarta) com todo o material que trouxemos de Belém, neste quantitativo. Foram disponibilizados 20 funcionários para fazerem esses quatro mil atendimentos. Atendemos conforme a quantidade de material que tínhamos, foi feita essa previsão”, explicou, acrescentando que após revolta daqueles que não conseguiram ser atendidos foi estudada uma forma de solucionar a questão.
Leia mais:“Entramos em reunião com as lideranças e as pessoas que não conseguiram atendimento – porque sabemos que a procura é muito grande – estamos tentando atender de forma programada. Elas darão os nomes para uma listagem e na próxima ação, em parceria com a Prefeitura de Marabá, serão atendidas com prioridade. Esperamos que em menos de 30 dias”, concluiu.
REVOLTA
Morador da Folha 09, Nova Marabá, Charles Latarano da Silva chegou ao Centro de Convenções às 3 horas desta quarta e não conseguiu atendimento. “Como todo mundo aqui estou precisando do documento por necessidade por ser um documento essencial. Muitos passaram a noite toda aqui. Estou precisando para trabalhar e fazer procedimentos legais”, declarou.
Saindo do Residencial Tocantins, Kemely Pereira de Sousa chegou no local às 6 horas não conseguiu pegar a senha. “Entrei lá com a minha irmã, mas disseram que era prioridade. Fui para o final da fila, mas não consegui a senha. Estou precisando porque a escola está exigindo e estou sem”, diz, afirmando que está com dificuldade em relação à matrícula no 1º Ano do Ensino Médio.
Edmar Ferreira, residente do Jardim União, chegou às 5 horas e também não alcançou mais senhas. O que mais o revoltou, entretanto, foi ver que pessoas aguardaram mais horas e também não conseguiram ser atendidas.
“Tinha gente que chegou ontem, 8 da noite, e não conseguiu pegar senha por falta de organização”, afirma, declarando que pessoas ficam na fila, pegam senha e as vendem posteriormente. “Tem um golpe de mais de 50 pessoas pegando senha e que saíram vendendo. Eu cheguei já 5 horas da manhã, mas teve gente que dormiu aqui ontem e não conseguiu senha, dormiu embaixo de chuva”, reclamou.
Ele foi uma das pessoas que mobilizou um breve protesto, inclusive fechando a rodovia. “Fechamos a rua, mas vieram os policiais e mandaram a gente tirar do meio da rua”, disse. Segundo o tenente-coronel Dayvid Sarah, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, guarnições foram acionadas por conta do protesto e interviram, desmobilizando-o.
“Conversando com eles, a PM conseguiu abrir a via e agora estão no portão. A negociação é que eles sejam cadastrados para em nova oportunidade virem fazer a emissão das identidades e no máximo em 30 dias conseguirmos que todos sejam atendidos”, finalizou. (Luciana Marschall – com informações de Josseli Carvalho)