Correio de Carajás

Inflação: vestuário foi o que mais pesou

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) fechou o mês de dezembro com variação de 0,30%, de acordo com o Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá, vinculado ao curso de Ciências Econômicas, da Unifesspa. O valor é 0,17% inferior ao mês de novembro, devido à retração (0,05%) no custo dos alimentos. O Lainc aponta também que a maior elevação de preços foi vista no setor de vestuário (0,19%), que representa quase 10% do orçamento familiar do marabaense.

Segundo os pesquisadores, isso se deve ao aumento do gasto do brasileiro com roupas e sapatos no último mês de 2017, em decorrência das festas de final de ano – Natal e Réveillon. O grupo de Alimentação e Bebidas, que teve deflação no mês de dezembro, tem grande peso (43,17%) no orçamento familiar da população marabaense com renda de um a cinco salários mínimos, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE que serve de parâmetro para os pesquisadores do Lainc. A queda no valor dos alimentos também resultou em deflações nos meses de agosto, setembro e novembro, em função do período safra favorável no País.

Os segmentos de despesas pessoais e comunicação permaneceram estáveis, sem aumento ou queda, enquanto as menores variações foram percebidas nos grupos de artigos de residências (0,01%), transportes (0,03%), saúde e cuidados pessoais (0,02%), e educação (0,03%). Já o setor de habitação registrou alta de 0,07%. Conforme o professor José Stênio Souza, coordenador do Lainc, a previsão é que no mês de janeiro o grande vilão do orçamento seja a educação, devido ao aumento de gastos em material escolar e o reajuste nos preços das mensalidades escolares.

Leia mais:

Perfil

Para chegar aos dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ele explica que foi necessário traçar o perfil da cidade de Marabá, com pesquisas de campo, já que a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fornecia apenas informações sobre as capitais do país.

Hoje, são avaliados 273 itens em 140 estabelecimentos locais para compor o índice mensal. Stênio ressalta que este é apenas o primeiro passo do projeto, e que o próximo será a construção do custo da cesta básica na cidade.

Cálculos

Para chegar aos dados finais, os pesquisadores do Lainc se basearam em um no índice de nome complicado (Laspeyre), que calcula a inflação e gera o IPC de cada mês. Para colher os dados, 10 alunos bolsistas do projeto vão a campo pesquisar preços e variações, entre quarta e sábado, pela manhã e à tarde, enquanto outros dois estudantes coordenam a equipe. “Toda semana essa pesquisa vai gerar um preço médio para cada produto; na outra semana outro preço médio, e no final do mês, vai calcular o preço médio do mês”, afirma o professor.

Ele destaca ainda o quanto essa inovação é importante para Marabá, que foi a primeira cidade do interior do Brasil a calcular essa taxa. “Esse projeto está nos permitindo enxergar umas coisas que são imprescindíveis para a cidade, para o gestor público. Por exemplo, nós precisamos saber o que a cidade oferece para quem está disposto a vir para cá. Então já está na nossa agenda trabalhar um projeto chamado Índice de Desenvolvimento Municipal”.

O Lainc é mantido com recursos da Fapespa (Federação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas) e a própria Unifesspa.

 

Grupos de Despesas

Participação no orçamento familiar (%)

     Índice por grupo de despesas ( % ) 2017

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Alimentação e bebidas

43,17

-0,27

-0,14

0,60

-0,36

-0,05

Habitação

13,50

0,08

0,13

0,13

0,57

0,07

Artigos de residência

5,94

0,04

-0,01

0,01

-0,01

0,01

Vestuário

9,74

0,04

-0,06

-0,49

0,29

0,19

Transportes

8,67

0,09

0,04

0,02

0,04

0,03

Saúde e cuidados pessoais

9,58

0,11

-0,03

-0,01

-0,06

0,02

Despesas pessoais

5,32

-0,01

0,00

-0,03

0,00

0,00

Educação

1,72

0,03

0,00

0,10

0,00

0,03

Comunicação

2,35

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Índice Geral

100,00

0,11

-0,06

0,33

0,47

0,30

Fonte: LAINC/Marabá, UNIFESSPA, 2017

 (Nathália Viegas)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) fechou o mês de dezembro com variação de 0,30%, de acordo com o Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá, vinculado ao curso de Ciências Econômicas, da Unifesspa. O valor é 0,17% inferior ao mês de novembro, devido à retração (0,05%) no custo dos alimentos. O Lainc aponta também que a maior elevação de preços foi vista no setor de vestuário (0,19%), que representa quase 10% do orçamento familiar do marabaense.

Segundo os pesquisadores, isso se deve ao aumento do gasto do brasileiro com roupas e sapatos no último mês de 2017, em decorrência das festas de final de ano – Natal e Réveillon. O grupo de Alimentação e Bebidas, que teve deflação no mês de dezembro, tem grande peso (43,17%) no orçamento familiar da população marabaense com renda de um a cinco salários mínimos, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE que serve de parâmetro para os pesquisadores do Lainc. A queda no valor dos alimentos também resultou em deflações nos meses de agosto, setembro e novembro, em função do período safra favorável no País.

Os segmentos de despesas pessoais e comunicação permaneceram estáveis, sem aumento ou queda, enquanto as menores variações foram percebidas nos grupos de artigos de residências (0,01%), transportes (0,03%), saúde e cuidados pessoais (0,02%), e educação (0,03%). Já o setor de habitação registrou alta de 0,07%. Conforme o professor José Stênio Souza, coordenador do Lainc, a previsão é que no mês de janeiro o grande vilão do orçamento seja a educação, devido ao aumento de gastos em material escolar e o reajuste nos preços das mensalidades escolares.

Perfil

Para chegar aos dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ele explica que foi necessário traçar o perfil da cidade de Marabá, com pesquisas de campo, já que a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fornecia apenas informações sobre as capitais do país.

Hoje, são avaliados 273 itens em 140 estabelecimentos locais para compor o índice mensal. Stênio ressalta que este é apenas o primeiro passo do projeto, e que o próximo será a construção do custo da cesta básica na cidade.

Cálculos

Para chegar aos dados finais, os pesquisadores do Lainc se basearam em um no índice de nome complicado (Laspeyre), que calcula a inflação e gera o IPC de cada mês. Para colher os dados, 10 alunos bolsistas do projeto vão a campo pesquisar preços e variações, entre quarta e sábado, pela manhã e à tarde, enquanto outros dois estudantes coordenam a equipe. “Toda semana essa pesquisa vai gerar um preço médio para cada produto; na outra semana outro preço médio, e no final do mês, vai calcular o preço médio do mês”, afirma o professor.

Ele destaca ainda o quanto essa inovação é importante para Marabá, que foi a primeira cidade do interior do Brasil a calcular essa taxa. “Esse projeto está nos permitindo enxergar umas coisas que são imprescindíveis para a cidade, para o gestor público. Por exemplo, nós precisamos saber o que a cidade oferece para quem está disposto a vir para cá. Então já está na nossa agenda trabalhar um projeto chamado Índice de Desenvolvimento Municipal”.

O Lainc é mantido com recursos da Fapespa (Federação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas) e a própria Unifesspa.

 

Grupos de Despesas

Participação no orçamento familiar (%)

     Índice por grupo de despesas ( % ) 2017

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Alimentação e bebidas

43,17

-0,27

-0,14

0,60

-0,36

-0,05

Habitação

13,50

0,08

0,13

0,13

0,57

0,07

Artigos de residência

5,94

0,04

-0,01

0,01

-0,01

0,01

Vestuário

9,74

0,04

-0,06

-0,49

0,29

0,19

Transportes

8,67

0,09

0,04

0,02

0,04

0,03

Saúde e cuidados pessoais

9,58

0,11

-0,03

-0,01

-0,06

0,02

Despesas pessoais

5,32

-0,01

0,00

-0,03

0,00

0,00

Educação

1,72

0,03

0,00

0,10

0,00

0,03

Comunicação

2,35

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Índice Geral

100,00

0,11

-0,06

0,33

0,47

0,30

Fonte: LAINC/Marabá, UNIFESSPA, 2017

 (Nathália Viegas)