Após a Polícia Civil encontrar mais de 300 documentos de pessoas e veículos na casa do agente de trânsito do Detran Diógenes Samaritano, o delegado Gabriel Henrique informou que isso deve gerar mais processos contra o servidor por extorsão e prevaricação.
A farta documentação foi encontrada na tarde de ontem, terça-feira, 2, após uma pessoa registrar Boletim de Ocorrência denunciado que teve os documentos retidos pelo agente, que pediu dinheiro para liberá-los.
Diógenes foi preso no último domingo, 31, acusado de matar a mulher, Dayse Dyana, jogando ela pela janela do segundo andar da casa onde moravam, no Bairro Parque dos Carajás, em Parauapebas. Ele teve a prisão preventiva homologada pela Justiça e está custodiado em uma cela para presos com bom comportamento na Carceragem do Rio Verde.
Leia mais:De acordo com o delegado Gabriel Henrique Alves, diretor da 20ª Seccional Urbana de Parauapebas, que conduz as investigações sobre a morte de Dayse Dyana, uma das vítimas de extorsão por parte de Samaritano registrou um Boletim de Ocorrência informando que o agente do Detran havia apreendido o documento de uma motocicleta dele e exigiu R$ 200,00 para devolvê-lo e não guinchar o veículo, que estava com documento atrasado e estava sendo pilotado por um menor de idade.
A vítima detalhou que conseguiu arrumar R$ 150,00 e o agente ficou com raiva, o chamou de incompetente e sem palavra e ficou com a CNH dele e com o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) da moto. “Após essa denúncia nós entramos em contato com a família da Dayse Dyana, que está com as chaves da casa onde ela morava com ele e onde aconteceu o crime, e pedimos para entrar no imóvel e tentar encontrar esses documentos. Para nossa surpresa, havia diversos documentos em quase todos os cômodos da casa. Tinha documento no quarto de hóspede, do casal, na dispensa e até no quarto da criança”, informa o delegado.
Segundo ele, foi instaurado um inquérito policial para apurar o caso e ele pede a quem teve o documento confiscado pelo agente sob ameaça de extorsão, que procure a delegacia para registrar o caso e pegar seus documentos. “A gente vai saber com as vítimas como se deu o fato, para ver qual a tipificação legal do crime em que o agente será enquadrado. Pode ser corrupção passiva, concussão ou prevaricação”, frisou Gabriel.
Ainda de acordo com o delegado, com base no que for apurado, pode ser solicitada a prisão do agente pelos crimes. O crime de concussão tem pena de reclusão de 2 a 8 anos, e multa.
Diógenes já responde a processos por corrução passiva e abuso de autoridade. O processo por corrução passiva já está em fase de ser sentenciado pela justiça. Entres os documentos apreendidos estão Carteiras de Identidade, DUT’s e Certificados de Registro e licenciamento de Veículos.
No caso da morte de Dayse Dyana, Gabriel Henrique explica que está ainda levantando informações, ouvindo testemunhas, vizinhos e amigos do casal. Depois ele vai ouvir o acusado.
Além do delegado Gabriel Henrique, participaram da operação que realizou a apreensão de documentos as delegadas Ana Carolina, Yanna Azevedo e o delegado José Aquino. (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)