Docentes e técnicos da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) paralisaram as atividades e realizam nesta manhã, sexta-feira (22), um ato em frente ao prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Rodovia Transamazônica (BR-230), no Núcleo Cidade Nova.
A paralisação, com apoio de parte dos discentes, acontece também em outras universidades federais do estado e do país, integra a pauta do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência e Rumo à Greve Geral, convocado pelas centrais sindicais brasileiras.
Segundo o coordenador geral do Sindicato dos Docentes da Unifesspa (SindUnifesspa), professor Rigler Aragão, a proposta bate de frente com os trabalhadores. “É um ato unificado e como é um dia nacional de luta é um dia para a gente esclarecer sobre os perigos da reforma, ponto a ponto, e quais os benefícios que serão retirados com a reforma”, afirma.
Leia mais:Um deles, exemplifica, é o benefício de prestação continuada. “Hoje a pessoa idosa em situação de miséria tem direito aos 65 anos de um salário mínimo e a reforma reduz isso para 400 reais e aumenta a idade para ter direito, apenas com 70 anos teria direito a um salário mínimo”, diz.
Acrescenta que a reforma atacará diretamente os direitos dos professores. “Hoje uma professora que pode se aposentar com 50 anos, terá que se aposentar com 60 anos”. Destaca que a idade mínima não é fixa pelo projeto. “Ela cresce de quatro em quatro anos, conforme a expectativa de vida. Começa aos 65 anos, mas em algum tempo pode chegar a 70 anos. A realidade das regiões brasileiras é diversa. Em determinada região a expectativa é menor que 65 anos e tentar aumentar isso progressivamente é massacrar esse trabalhador, principalmente o trabalhador rural”.
Por fim, defende que o projeto apresentado não ataca os privilégios de determinadas classes. Ataca os poucos direitos que temos a uma previdência pública e ampla e pelos quais setores da classe trabalhadora têm uma segurança quando chegar à velhice ou, por uma eventualidade ou acidente se torne inválido ao mercado de trabalho”. Sobre o assunto, o professor concedeu longa entrevista ao Portal Correio no último mês.
No ato em frente ao INSS, o grupo está bloqueando a Transamazônica por três minutos e abrindo novamente para liberação do tráfego. (Luciana Marschall)