Com uma frota superior a 100 mil veículos, Marabá realmente tem problemas de estacionamento em vias comerciais de alguns bairros. E a Prefeitura Municipal, embora tenha demorado a tomar uma atitude, quando o fez, não resolveu o dilema definitivamente e ainda atraiu a revolta de dezenas de internautas e condutores.
As vias em debate nos últimos dias são as avenidas Antônio Vilhena – que corta os bairros Laranjeiras, Liberdade e Independência – e ainda a Itacaiúnas, na Cidade Nova, mais precisamente no trecho às proximidades do Hospital Unimed. Como o fluxo nas duas vias em questão é intenso, a estratégia usada pelo DMTU (Departamento Municipal de Trânsito Urbano) foi colocar placas proibindo o estacionamento em um dos lados. Com isso, muitos condutores têm de percorrer caminhos mais longos e estacionar em vias transversais ou paralelas.
Entre os que se manifestaram contrário à medida da Prefeitura foi o arquiteto Vinícius Abreu usou uma rede social para se queixar e fez três perguntas que instigaram dezenas de comentários. “O engenheiro de tráfego só conhece a placa de proibido estacionar?”; O estoque do departamento só tinha esse tipo de sinalização?; Acharam bonito? (na realidade uma baita poluição visual);
Leia mais:Vinícius recorda que existe a regulamentação inteligente de local e de horários e questiona se – em frente ao Hospital da Unimed, por exemplo – Até durante a madrugada é proibido estacionar? Qual motivo? Por que não direcionam a mesma avenida Itacaiunas numa só direção no trecho mais estreito?
O engenheiro civil Jesus Castanheira Branco disse que “já tinha visto essa situação logo no início da implantação das placas polêmicas. Pensei em fazer o que você (Vinícius) fez, mas resolvi esperar porque sabia que cedo ou tarde vc postaria aqui. A minha observação não é nem o critério das placas estarem de um lado ou outro. Parto do princípio que foi feito um estudo e este foi o lado correto. A minha observação se atém ao horário não comercial. Depois das 18 horas até às 07 horas e aos sábados à tarde e domingo o dia todo. Proibir parece ser mais fácil que regulamentar”, alfineta Castanheira.
O engenheiro civil faz outros questionamentos, entre os quais por que não se regulamenta o horário? Por que só resolvem fazer “projetos” micros e pontuais? Por que não fazem as vias de mão única? “Isso sem falar as inúmeras lojas do comércio que têm terrenos de testada de 15 a 30 metros e colocam cones com regulamentação ilegal de proibido estacionar. Cadê os órgãos fiscalizadores?”, indaga.
SEM ACESSIBILIDADE
Ana Beatriz chamou a atenção para outro fator importantes, a falta de acessibilidade nas vias do núcleo Cidade Nova. “Deveria ter uma (placa) também escrito: proibido andar cadeirantes”.
Francisco de Assis Santana Duarte também reclamou da falta de acessibilidade, como determina a lei. “A maioria das ruas é de mão dupla, quando só comportam mão única. Agora acho que a nossa cidade é sinalizada de forma a gerar arrecadação através das multas. A tal indústria das multas. Só acho”.
Secretário Jair defende mudanças emergenciais
Questionado sobre as recentes mudanças realizadas em algumas vias de Marabá, Jair Guimarães, secretário municipal de Segurança Institucional, alega que foi necessário atuar “emergencialmente” em algumas delas, devido ao risco de acidentes e estrangulamento do trânsito. Segundo ele, a instalação de semáforos na Rodovia Transamazônica (BR-230), à altura do Bairro Amapá, núcleo Cidade Nova, era uma demanda antiga e debatida por anos em reuniões no Ministério Público Estadual com órgãos de segurança.
Como a passarela não é viável para a travessia de pessoas idosas ou com deficiência, porque não possui acessibilidade, foi necessário pensar em uma alternativa. “A solução final foi a gente fazer uma sinalização melhor para a passagem de pedestres que já havia em frente ao Hemopa”, reafirma.
O secretário disse que foram feitas algumas adequações no local para garantir a segurança dos transeuntes, com a troca do material usado para fazer a faixa de pedestre e com sistema adaptado para deficientes visuais e físicos.
“Foi um semáforo colocado para atender o pedestre que tem necessidades especiais. Os outros podem atravessar pela passarela, porque ela não está condenada, só não está no padrão de acessibilidade”, garante, admitindo que ela ainda precisa de alguns ajustes, como a implantação de um sistema de iluminação e de uma nova tela de proteção.
Com relação à alteração no trânsito de veículos nas Avenidas Itacaiunas e Antônio Vilhena, ele disse que elas foram feitas em caráter de urgência. “Nós estamos deixando ainda mão e contramão, só que já estamos começando a colocar placas de proibido estacionar, de um lado para o outro, para que o estacionamento fique só de um lado. Principalmente, em lugares em frente a academias, esquinas e etc. Só que futuramente nós vamos fazer o que chamamos de binário (ruas paralelas que operam em sentido oposto)”, explica, acrescentando ainda que a sinalização é passível de alteração.
ENGENHEIRO DE TRÁFEGO
Jair disse ainda que a SMSI está providenciando a contratação de um engenheiro de trânsito para fazer um estudo da mobilidade de Marabá. “Mas tinha algumas coisas que estavam gritantes no município, a Antônio Vilhena, por exemplo, e na Itacaiunas. A gente estava vendo um carro do lado, um carro do outro e a pessoa ficava com uma via muito pequena para o fluxo e caminhão arrancava retrovisor de automóveis e os ônibus não conseguiam passar. Então nós achamos uma solução imediata”, atestou.
O titular da SMSI também explicou que foram realizadas reuniões com pessoas do comércio e da feira da Laranjeiras, para tratar do estacionamento. “E agora, nós vamos abrir alguns locais para a carga e descarga de material, em determinados horários”.
Ele também informou à Reportagem do Correio, que existe previsão de colocar semáforo em outras vias que estão ficando cada vez mais problemáticas na cidade, como o cruzamento da Avenida 2000 com a Tocantins, no núcleo Cidade Nova. “Perto do Sesi, a gente pode colocar um semáforo, assim como na Avenida Getúlio Vargas, Marabá Pioneira, onde vamos ter a feira coberta”, anunciou.
CONVÊNIO
Guimarães destaca que, além destas intervenções “emergenciais”, está prevista a execução de toda a planta de sinalização da cidade, que consta no convênio de mais de R$5 milhões, fechado em julho do ano passado entre Prefeitura de Marabá e Detran. Além disso, garantiu que após a implantação de toda essa rede, uma empresa de manutenção será contratada para garantir o funcionamento dos semáforos, pintura de faixas e demais serviços nesta área. (Nathália Viegas)
Com uma frota superior a 100 mil veículos, Marabá realmente tem problemas de estacionamento em vias comerciais de alguns bairros. E a Prefeitura Municipal, embora tenha demorado a tomar uma atitude, quando o fez, não resolveu o dilema definitivamente e ainda atraiu a revolta de dezenas de internautas e condutores.
As vias em debate nos últimos dias são as avenidas Antônio Vilhena – que corta os bairros Laranjeiras, Liberdade e Independência – e ainda a Itacaiúnas, na Cidade Nova, mais precisamente no trecho às proximidades do Hospital Unimed. Como o fluxo nas duas vias em questão é intenso, a estratégia usada pelo DMTU (Departamento Municipal de Trânsito Urbano) foi colocar placas proibindo o estacionamento em um dos lados. Com isso, muitos condutores têm de percorrer caminhos mais longos e estacionar em vias transversais ou paralelas.
Entre os que se manifestaram contrário à medida da Prefeitura foi o arquiteto Vinícius Abreu usou uma rede social para se queixar e fez três perguntas que instigaram dezenas de comentários. “O engenheiro de tráfego só conhece a placa de proibido estacionar?”; O estoque do departamento só tinha esse tipo de sinalização?; Acharam bonito? (na realidade uma baita poluição visual);
Vinícius recorda que existe a regulamentação inteligente de local e de horários e questiona se – em frente ao Hospital da Unimed, por exemplo – Até durante a madrugada é proibido estacionar? Qual motivo? Por que não direcionam a mesma avenida Itacaiunas numa só direção no trecho mais estreito?
O engenheiro civil Jesus Castanheira Branco disse que “já tinha visto essa situação logo no início da implantação das placas polêmicas. Pensei em fazer o que você (Vinícius) fez, mas resolvi esperar porque sabia que cedo ou tarde vc postaria aqui. A minha observação não é nem o critério das placas estarem de um lado ou outro. Parto do princípio que foi feito um estudo e este foi o lado correto. A minha observação se atém ao horário não comercial. Depois das 18 horas até às 07 horas e aos sábados à tarde e domingo o dia todo. Proibir parece ser mais fácil que regulamentar”, alfineta Castanheira.
O engenheiro civil faz outros questionamentos, entre os quais por que não se regulamenta o horário? Por que só resolvem fazer “projetos” micros e pontuais? Por que não fazem as vias de mão única? “Isso sem falar as inúmeras lojas do comércio que têm terrenos de testada de 15 a 30 metros e colocam cones com regulamentação ilegal de proibido estacionar. Cadê os órgãos fiscalizadores?”, indaga.
SEM ACESSIBILIDADE
Ana Beatriz chamou a atenção para outro fator importantes, a falta de acessibilidade nas vias do núcleo Cidade Nova. “Deveria ter uma (placa) também escrito: proibido andar cadeirantes”.
Francisco de Assis Santana Duarte também reclamou da falta de acessibilidade, como determina a lei. “A maioria das ruas é de mão dupla, quando só comportam mão única. Agora acho que a nossa cidade é sinalizada de forma a gerar arrecadação através das multas. A tal indústria das multas. Só acho”.
Secretário Jair defende mudanças emergenciais
Questionado sobre as recentes mudanças realizadas em algumas vias de Marabá, Jair Guimarães, secretário municipal de Segurança Institucional, alega que foi necessário atuar “emergencialmente” em algumas delas, devido ao risco de acidentes e estrangulamento do trânsito. Segundo ele, a instalação de semáforos na Rodovia Transamazônica (BR-230), à altura do Bairro Amapá, núcleo Cidade Nova, era uma demanda antiga e debatida por anos em reuniões no Ministério Público Estadual com órgãos de segurança.
Como a passarela não é viável para a travessia de pessoas idosas ou com deficiência, porque não possui acessibilidade, foi necessário pensar em uma alternativa. “A solução final foi a gente fazer uma sinalização melhor para a passagem de pedestres que já havia em frente ao Hemopa”, reafirma.
O secretário disse que foram feitas algumas adequações no local para garantir a segurança dos transeuntes, com a troca do material usado para fazer a faixa de pedestre e com sistema adaptado para deficientes visuais e físicos.
“Foi um semáforo colocado para atender o pedestre que tem necessidades especiais. Os outros podem atravessar pela passarela, porque ela não está condenada, só não está no padrão de acessibilidade”, garante, admitindo que ela ainda precisa de alguns ajustes, como a implantação de um sistema de iluminação e de uma nova tela de proteção.
Com relação à alteração no trânsito de veículos nas Avenidas Itacaiunas e Antônio Vilhena, ele disse que elas foram feitas em caráter de urgência. “Nós estamos deixando ainda mão e contramão, só que já estamos começando a colocar placas de proibido estacionar, de um lado para o outro, para que o estacionamento fique só de um lado. Principalmente, em lugares em frente a academias, esquinas e etc. Só que futuramente nós vamos fazer o que chamamos de binário (ruas paralelas que operam em sentido oposto)”, explica, acrescentando ainda que a sinalização é passível de alteração.
ENGENHEIRO DE TRÁFEGO
Jair disse ainda que a SMSI está providenciando a contratação de um engenheiro de trânsito para fazer um estudo da mobilidade de Marabá. “Mas tinha algumas coisas que estavam gritantes no município, a Antônio Vilhena, por exemplo, e na Itacaiunas. A gente estava vendo um carro do lado, um carro do outro e a pessoa ficava com uma via muito pequena para o fluxo e caminhão arrancava retrovisor de automóveis e os ônibus não conseguiam passar. Então nós achamos uma solução imediata”, atestou.
O titular da SMSI também explicou que foram realizadas reuniões com pessoas do comércio e da feira da Laranjeiras, para tratar do estacionamento. “E agora, nós vamos abrir alguns locais para a carga e descarga de material, em determinados horários”.
Ele também informou à Reportagem do Correio, que existe previsão de colocar semáforo em outras vias que estão ficando cada vez mais problemáticas na cidade, como o cruzamento da Avenida 2000 com a Tocantins, no núcleo Cidade Nova. “Perto do Sesi, a gente pode colocar um semáforo, assim como na Avenida Getúlio Vargas, Marabá Pioneira, onde vamos ter a feira coberta”, anunciou.
CONVÊNIO
Guimarães destaca que, além destas intervenções “emergenciais”, está prevista a execução de toda a planta de sinalização da cidade, que consta no convênio de mais de R$5 milhões, fechado em julho do ano passado entre Prefeitura de Marabá e Detran. Além disso, garantiu que após a implantação de toda essa rede, uma empresa de manutenção será contratada para garantir o funcionamento dos semáforos, pintura de faixas e demais serviços nesta área. (Nathália Viegas)