Ao menos cinquenta indígenas de duas etnias – Gavião e Xikrin do Djudje-Kô – ocuparam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) – Coordenação Regional do Baixo Tocantins, em Marabá, na manhã desta quinta-feira (25). As poucas atividades que ainda vinham sendo desenvolvidas, por descaso do Governo Federal, foram suspensas. Há mais de 10 meses, a unidade sequer tem uma pessoa que responda por ela.
Em decorrência dos grandes cortes no orçamento da Funai, realizados no ano passado pelo presidente Michel Temer, em todo o país funcionários contratados pelo órgão foram exonerados. Foi o caso de Eric Oliveira, que atuou diversos anos junto aos indígenas do Baixo Tocantins e estava respondendo pela regional. Desde a saída dele, não houve mais nomeação para o cargo.
Segundo a indígena Jopramré Parkatejê, a ocupação só deve acabar quando o presidente nacional da Funai, general do Exército Franklimberg Ribeiro de Freitas, sentar com os povos e apresentar uma solução para o problema. Aguarda-se para amanhã, sexta-feira (26), a chegada de representantes de outras comunidades atendidas pela unidade.
Leia mais:“Precisamos da ajuda da Funai porque temos muitas demandas que muitas vezes necessitam do de aval da Funai e não temos ninguém nem pra assinar um documento. Tem meses que estamos sem coordenação e ninguém para responder por nossas causas”, desabafa.
Conforme ela, houve no ano passado uma reunião com o presidente do órgão, na qual o general teria afirmado que “os povos indígenas não estão unidos porque uma indígena assumiu o cargo e em seguida saiu”. No caso, ele falava sobre Conserlei Aracipiguara Sompré, irmã do ex-vereador de Marabá, Ubirajara Sompré, que passou pouco tempo a frente do órgão. Apesar de não responder pela Funai de Marabá há bastante tempo, o nome dela ainda figura como coordenadora na aba que apresenta a coordenação, na página do Ministério da Justiça.
“Mas a questão não é desunião, é ter consulta prévia com os povos que moram aqui na base. Não adianta simplesmente colocar um indígena, mas se forem colocar alguém que escutem as bases, o que elas querem, se concordam, se conhecem a pessoa ou que apresentem para a gente quem quiserem indicar. A nossa manifestação aqui não é em tirar e colocar, mas que tenham respeito com nosso povo”, diz Jopramré, acrescentando que para as etnias já bastam todas as demais decisões tomadas sem consultá-las.
Ainda conforme ela, na mesma reunião foi informado que os indígenas deveriam se manifestar por meio de documento, indicando o nome de um indígena que quisessem na coordenação. “Saiu esse documento, onde indicamos uma pessoa do nosso povo. A maioria dos povos assinou o documento em apoio, mas parece que não valeu”.
Agora, os indígenas exigem a presença do presidente, que já mandou recado informando que não deve pisar tão cedo no sudeste do Pará “A gente queria a presença para ele nos esclarecer muita coisa. A gente não sabe com quem fala, com quem resolve. E para ele nos ouvir também porque ainda não teve esse momento de ele ouvir os povos indígenas. Agora pouco ele acabou de falar com o pessoal que está à frente e disse que ainda não veio até aqui porque está com a agenda cheia e que se pudesse viria, mas que vai marcar esse diálogo com o pessoal”.
Na página da coordenação regional, consta que a unidade atende a mais de 6 mil indígenas pertencentes a 13 diferentes povos e que estes vivem em 18 Terras Indígenas, além de três áreas localizadas em Projetos de Assentamento. Juntas, segundo o órgão, correspondem a mais de 1,2 milhões de hectares. Estão submetidas a ela oito coordenações técnicas, inclusive em Belém, responsáveis pelo atendimento direto às comunidades indígenas.
O Correio de Carajás enviou e-mail à assessoria de comunicação da Funai, questionando acerca da ocupação, do sucateamento da unidade regional, dos motivos que impedem a nomeação de um coordenador, quem está respondendo, neste momento, pelo órgão nesta região, se há previsão de uma solução para a questão e se a presidência pretende se reunir com os indígenas que estão protestando. Até o fechamento desta reportagem, no entanto, o órgão não havia encaminhado posicionamento. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)
Ao menos cinquenta indígenas de duas etnias – Gavião e Xikrin do Djudje-Kô – ocuparam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) – Coordenação Regional do Baixo Tocantins, em Marabá, na manhã desta quinta-feira (25). As poucas atividades que ainda vinham sendo desenvolvidas, por descaso do Governo Federal, foram suspensas. Há mais de 10 meses, a unidade sequer tem uma pessoa que responda por ela.
Em decorrência dos grandes cortes no orçamento da Funai, realizados no ano passado pelo presidente Michel Temer, em todo o país funcionários contratados pelo órgão foram exonerados. Foi o caso de Eric Oliveira, que atuou diversos anos junto aos indígenas do Baixo Tocantins e estava respondendo pela regional. Desde a saída dele, não houve mais nomeação para o cargo.
Segundo a indígena Jopramré Parkatejê, a ocupação só deve acabar quando o presidente nacional da Funai, general do Exército Franklimberg Ribeiro de Freitas, sentar com os povos e apresentar uma solução para o problema. Aguarda-se para amanhã, sexta-feira (26), a chegada de representantes de outras comunidades atendidas pela unidade.
“Precisamos da ajuda da Funai porque temos muitas demandas que muitas vezes necessitam do de aval da Funai e não temos ninguém nem pra assinar um documento. Tem meses que estamos sem coordenação e ninguém para responder por nossas causas”, desabafa.
Conforme ela, houve no ano passado uma reunião com o presidente do órgão, na qual o general teria afirmado que “os povos indígenas não estão unidos porque uma indígena assumiu o cargo e em seguida saiu”. No caso, ele falava sobre Conserlei Aracipiguara Sompré, irmã do ex-vereador de Marabá, Ubirajara Sompré, que passou pouco tempo a frente do órgão. Apesar de não responder pela Funai de Marabá há bastante tempo, o nome dela ainda figura como coordenadora na aba que apresenta a coordenação, na página do Ministério da Justiça.
“Mas a questão não é desunião, é ter consulta prévia com os povos que moram aqui na base. Não adianta simplesmente colocar um indígena, mas se forem colocar alguém que escutem as bases, o que elas querem, se concordam, se conhecem a pessoa ou que apresentem para a gente quem quiserem indicar. A nossa manifestação aqui não é em tirar e colocar, mas que tenham respeito com nosso povo”, diz Jopramré, acrescentando que para as etnias já bastam todas as demais decisões tomadas sem consultá-las.
Ainda conforme ela, na mesma reunião foi informado que os indígenas deveriam se manifestar por meio de documento, indicando o nome de um indígena que quisessem na coordenação. “Saiu esse documento, onde indicamos uma pessoa do nosso povo. A maioria dos povos assinou o documento em apoio, mas parece que não valeu”.
Agora, os indígenas exigem a presença do presidente, que já mandou recado informando que não deve pisar tão cedo no sudeste do Pará “A gente queria a presença para ele nos esclarecer muita coisa. A gente não sabe com quem fala, com quem resolve. E para ele nos ouvir também porque ainda não teve esse momento de ele ouvir os povos indígenas. Agora pouco ele acabou de falar com o pessoal que está à frente e disse que ainda não veio até aqui porque está com a agenda cheia e que se pudesse viria, mas que vai marcar esse diálogo com o pessoal”.
Na página da coordenação regional, consta que a unidade atende a mais de 6 mil indígenas pertencentes a 13 diferentes povos e que estes vivem em 18 Terras Indígenas, além de três áreas localizadas em Projetos de Assentamento. Juntas, segundo o órgão, correspondem a mais de 1,2 milhões de hectares. Estão submetidas a ela oito coordenações técnicas, inclusive em Belém, responsáveis pelo atendimento direto às comunidades indígenas.
O Correio de Carajás enviou e-mail à assessoria de comunicação da Funai, questionando acerca da ocupação, do sucateamento da unidade regional, dos motivos que impedem a nomeação de um coordenador, quem está respondendo, neste momento, pelo órgão nesta região, se há previsão de uma solução para a questão e se a presidência pretende se reunir com os indígenas que estão protestando. Até o fechamento desta reportagem, no entanto, o órgão não havia encaminhado posicionamento. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)