O escritor marabaense, Airton Souza, lança neste sábado (3), pela manhã, na Livraria Vanelli, o livro Pragmatismo das Flores, que tem como temática o amor aos pais, uma forma que o autor encontrou para homenageá-los. Dividido em três partes, e com 60 poemas no total, a obra foi concluída em 2015. Até que a morte de ambos, em um espaço de meses, fez com que Airton mergulhasse em uma profunda imersão existencial, resgatando memórias e vivências do passado.
Distribuído pela editora Penalux, a primeira publicação da obra recebeu o Prêmio Literário Assabeça 2015 na categoria Poema e seria lançado neste mesmo ano, o que acabou não ocorrendo devido a morte dos pais do autor. Apesar da perda que sofreu, Airton não fez nenhuma modificação na obra.
Pragmatismo das Flores também arrebatou outros prêmios, como o Prêmio Cruz e Sousa de Poesia, em 2017, que lhe valeu uma tradução para o Espanhol, com distribuição no Brasil e em outros países da Europa.
Leia mais:Feliz com o reconhecimento em importantes prêmios país a fora, Airton relembra suas primeiras incursões na poesia. “Comecei muito cedo, mais ou menos em 1998, não lembro do meu primeiro poema, mas me recordo quando comecei a publicar nos jornais. Um dos primeiros poemas que escrevi foi publicado em um jornal aqui de Marabá, por volta do ano 2000. Então já são dezoito anos fazendo publicações em jornais, revistas e livros” comenta.
Em mais de 20 anos de estrada, já são 28 livros publicados, sendo cinco voltados para o público infantil. “Grande parte dos meus livros são premiados. No Pará, por exemplo, já venci duas vezes um dos prêmios mais importantes, o Prêmio Dalcídio Jurandir, em 2013 e 2017. Também já tive livros premiados pela União Brasileira de Escritores, que é uma das maiores instituições literárias do país. E somente no ano passado, recebi 28 premiações”, comemora o autor.
Airton credita o reconhecimento do público e da crítica a temática de seus poemas. “Minha inspiração é a vida. Meus últimos livros, por exemplo, falam de saudade, perda, ausência. Pragmatismo das Flores é um trabalho que o leitor que perdeu o pai ou mãe vai se identificar no decorrer da leitura”, pondera.
Conhecedor da cena literária, o poeta comemora o atual momento da produção artística de Marabá que, segundo ele, avançou bastante nos últimos cinco anos. “Temos hoje na região três entidades representativas da produção literária: a Academia de Letras de Marabá, Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará e a Academia de Letras do Brasil. Também montamos a Associação dos Escritores do Sul e Sudeste do Pará, todas em plena atividade”, diz o autor, frisando a importância dessas entidades no apoio dos escritores que estão dando os primeiros passos.
Polo
Marabá hoje é considerada um dos polos literários do país. Somente no ano de 2016, ocorreram 80 lançamentos na cidade, algo atípico até mesmo para a realidade nacional. “Somos os maiores produtores de literatura do Pará. Recebemos muitos elogios, principalmente de pessoas de outras regiões. Há mais de 150 pessoas produzindo diariamente, um número muito alto para a região, principalmente pela falta de apoio que existe aqui”, avalia, referindo-se a ausência de políticas públicas de incentivo a cultura de um modo geral.
“Para se ter ideia, desses 28 livros que já publiquei, nunca vendi nenhum exemplar para a Prefeitura de Marabá. Se alguém for à Biblioteca Pública da cidade, por exemplo, só vai encontrar exemplares de obras que foram doadas pelos próprios autores. Não existe uma política de compra, e esse é um dos maiores problemas que enfrentamos no dia-a-dia. Eu cheguei a usar meu 13º [salário] para publicar um livro”, lamenta o autor.
De acordo com Airton Souza, existe um Projeto de Lei tramitando na Câmara Municipal de Marabá, de autoria do falecido vereador José Sidinei Oliveira, que obriga a Prefeitura a retirar 20% do valor total que recebe para a compra de livros para adquirir obras de autores locais. “Isso faria com que as escolas marabaenses tivessem acesso às obras de escritores locais, expandindo a cultura literária e formando novos leitores”, conclui.
A livraria Vanelli fica na Rua Castelo Branco, 325, núcleo Cidade Nova.
(Ana Bortoletto com informações de adilson poltronieri)
O escritor marabaense, Airton Souza, lança neste sábado (3), pela manhã, na Livraria Vanelli, o livro Pragmatismo das Flores, que tem como temática o amor aos pais, uma forma que o autor encontrou para homenageá-los. Dividido em três partes, e com 60 poemas no total, a obra foi concluída em 2015. Até que a morte de ambos, em um espaço de meses, fez com que Airton mergulhasse em uma profunda imersão existencial, resgatando memórias e vivências do passado.
Distribuído pela editora Penalux, a primeira publicação da obra recebeu o Prêmio Literário Assabeça 2015 na categoria Poema e seria lançado neste mesmo ano, o que acabou não ocorrendo devido a morte dos pais do autor. Apesar da perda que sofreu, Airton não fez nenhuma modificação na obra.
Pragmatismo das Flores também arrebatou outros prêmios, como o Prêmio Cruz e Sousa de Poesia, em 2017, que lhe valeu uma tradução para o Espanhol, com distribuição no Brasil e em outros países da Europa.
Feliz com o reconhecimento em importantes prêmios país a fora, Airton relembra suas primeiras incursões na poesia. “Comecei muito cedo, mais ou menos em 1998, não lembro do meu primeiro poema, mas me recordo quando comecei a publicar nos jornais. Um dos primeiros poemas que escrevi foi publicado em um jornal aqui de Marabá, por volta do ano 2000. Então já são dezoito anos fazendo publicações em jornais, revistas e livros” comenta.
Em mais de 20 anos de estrada, já são 28 livros publicados, sendo cinco voltados para o público infantil. “Grande parte dos meus livros são premiados. No Pará, por exemplo, já venci duas vezes um dos prêmios mais importantes, o Prêmio Dalcídio Jurandir, em 2013 e 2017. Também já tive livros premiados pela União Brasileira de Escritores, que é uma das maiores instituições literárias do país. E somente no ano passado, recebi 28 premiações”, comemora o autor.
Airton credita o reconhecimento do público e da crítica a temática de seus poemas. “Minha inspiração é a vida. Meus últimos livros, por exemplo, falam de saudade, perda, ausência. Pragmatismo das Flores é um trabalho que o leitor que perdeu o pai ou mãe vai se identificar no decorrer da leitura”, pondera.
Conhecedor da cena literária, o poeta comemora o atual momento da produção artística de Marabá que, segundo ele, avançou bastante nos últimos cinco anos. “Temos hoje na região três entidades representativas da produção literária: a Academia de Letras de Marabá, Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará e a Academia de Letras do Brasil. Também montamos a Associação dos Escritores do Sul e Sudeste do Pará, todas em plena atividade”, diz o autor, frisando a importância dessas entidades no apoio dos escritores que estão dando os primeiros passos.
Polo
Marabá hoje é considerada um dos polos literários do país. Somente no ano de 2016, ocorreram 80 lançamentos na cidade, algo atípico até mesmo para a realidade nacional. “Somos os maiores produtores de literatura do Pará. Recebemos muitos elogios, principalmente de pessoas de outras regiões. Há mais de 150 pessoas produzindo diariamente, um número muito alto para a região, principalmente pela falta de apoio que existe aqui”, avalia, referindo-se a ausência de políticas públicas de incentivo a cultura de um modo geral.
“Para se ter ideia, desses 28 livros que já publiquei, nunca vendi nenhum exemplar para a Prefeitura de Marabá. Se alguém for à Biblioteca Pública da cidade, por exemplo, só vai encontrar exemplares de obras que foram doadas pelos próprios autores. Não existe uma política de compra, e esse é um dos maiores problemas que enfrentamos no dia-a-dia. Eu cheguei a usar meu 13º [salário] para publicar um livro”, lamenta o autor.
De acordo com Airton Souza, existe um Projeto de Lei tramitando na Câmara Municipal de Marabá, de autoria do falecido vereador José Sidinei Oliveira, que obriga a Prefeitura a retirar 20% do valor total que recebe para a compra de livros para adquirir obras de autores locais. “Isso faria com que as escolas marabaenses tivessem acesso às obras de escritores locais, expandindo a cultura literária e formando novos leitores”, conclui.
A livraria Vanelli fica na Rua Castelo Branco, 325, núcleo Cidade Nova.
(Ana Bortoletto com informações de adilson poltronieri)