Fãs órfãos do My Chemical Romance podem ter revivido os tempos de choradeira ao constatarem a tímida participação de Gerard Way na trilha de “The Umbrella Academy”, no ar desde 15 de fevereiro na Netflix.
O vocalista do grupo extinto em 2013, um dos ícones do movimento emo, assina só dois covers que tocam na série, inspirada nos quadrinhos de sua autoria, ilustrados pelo brasileiro Gabriel Bá.
Mas isso pode mudar numa eventual próxima temporada. O músico, também produtor da trama, começou a escrever uma canção inspirada numa cena da adaptação.
Leia mais:“Estávamos no primeiro dia de filmagens, numa cena entre Ellen [Page, a Vanya Hargreeves da história] e Aidan [Gallagher, o Número Cinco]”, conta, em entrevista ao G1, durante passagem pelo Brasil para promover a série.
“Eles tiveram uma interação e imaginei o episódio terminando, enquanto ouvia a música em meu cérebro. Então, eu escrevi. Mas ainda tenho que terminar.”
Way não revela qual será o destino da música – se é que há um. Um ano após o fim do My Chemical Romance, ele lançou “Hesitant Alien”, álbum da estreia solo.
Heróis esquisitões
“Umbrella” surgiu bem antes. Já em parceria com Bá, ele começou a escrever os quadrinhos em 2007, pouco depois do auge do grupo. E, se a história tem inspirado a música de Way, o contrário também aconteceu no passado.
Em entrevista à “Rolling Stone”, ele admitiu que a experiência de estar em uma banda ajudou a criar o ambiente de “família disfuncional” da trama na época.
Com um enredo de super-heróis mais esquisito que a maioria, a série adaptada por Jeremy Slater (do roteiro de “Quarteto Fantástico”) mostra a rotina surreal – e os superpoderes – dos sete filhos adotados por um bilionário excêntrico e opressor, que acaba de morrer.
“Quando Jeremy, que escreveu o piloto, desenvolveu e vendeu a ideia e quando tivemos as reuniões com a Netflix, todos adoraram a estranheza da história. Eles queriam isso, e mantiveram o tom [dos quadrinhos]”, lembra Way. Ele acrescenta:
“Fico feliz que dê para notar essa estranheza porque é isso que faz a série tão legal.”
Bá, que conheceu Way através de Scott Allie, editor de “Umbrella”, vê na série uma oportunidade de “ampliar” o universo da HQs. “Ela vai mais fundo nos personagens e em seus relacionamentos”, explica.
“[Nos quadrinhos] temos uma história que é contada de modo direto, e que nunca olha para trás. Na série podemos ir um pouco mais devagar, o que é ótimo.”
(Fonte:G1)