O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, permanece no esforço de resolver a questão das indenizações com as famílias dos dez atletas de base mortos em incêndio no Ninho do Urubu, no dia 8 de fevereiro, e dos três acidentados. Ele informou ontem (24), em coletiva na sede do clube, na Gávea, que todas as famílias estão recebendo R$ 5 mil por mês do clube.
Os atletas tinham seguro de vida estabelecido na Lei Pelé. Rodolfo Landim assegurou, porém, que a indenização vai ser mais significativa quando as conversações chegarem a bom termo, o que ele espera ocorra em até dois meses. Em três ocasiões, as famílias estiveram no clube, levadas pela diretoria.
Landim tranquilizou a sociedade, os sócios e a torcida do clube, no sentido de que tudo está sendo feito em relação às famílias, mas negou que os valores veiculados pela mídia sejam corretos, uma vez que o clube pretende negociar individualmente com cada família, de acordo com os seus interesses e necessidades. “O que estamos nos propondo fazer aqui é sem precedentes no Brasil”, disse.
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O advogado Álvaro Piquet, contratado pelo Flamengo para representá-lo na questão das indenizações, esclareceu que os valores que têm saído na imprensa não são realidade. Eles não são revelados por uma questão de sigilo e de segurança das famílias que, desde o início, o clube vem procurando preservar. Piquet deixou claro, entretanto, que as indenizações que estão sendo negociadas são em valores muito superiores. “Nós estamos aqui para conversar com eles”, disse, referindo-se às famílias.
Na última sexta-feira (22), uma das famílias esteve no clube conversando sobre a questão da indenização e já existem outros encontros agendados para esta semana. O advogado explicou que os valores poderão ser diferenciados, porque uma família pode querer, por exemplo, que o Flamengo custeie os estudos do irmão de um jogador, enquanto outras podem pedir outras coisas, como uma casa própria.
O clube vai se basear na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em acidentes ocorridos no Brasil, disse Landim, sem revelar qual seria esse parâmetro específico. “O clube está disposto a pagar o dobro (dessa jurisprudência)”, reiterou o advogado.
Centro de Treinamento
Rodolfo Landim informou que a tragédia preocupa o clube com relação ao projeto de vida de uma série de outros garotos que alimentam o sonho de jogar no clube. Por causa do acidente, o Flamengo suspendeu a permanência de outros atletas no Centro de Treinamento, em Vargem Grande. Também os jogadores profissionais não estão dormindo no local. A concentração atualmente é em hotéis.
O presidente do Flamengo reconheceu que é um direito das famílias contratarem advogados para representá-las nesse processo indenizatório. Reforçou, no entanto, que o clube continua empenhado em solucionar o caso o mais rápido possível, com a mediação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
A apenas um mês na presidência do Flamengo e em sua primeira coletiva após a tragédia do Ninho do Urubu, Rodolfo Landim disse que não tinha conhecimento de 31 multas relativas a licenciamentos para o funcionamento do local. Desse total, ele identificou 23 multas, das quais disse que 12 foram recebidas pelo clube após a acidente. (Agência Brasil)