Tranquilidade e muita comemoração marcaram a reabertura do Estádio Estadual Jornalista Edgar Augusto Proença – Mangueirão na tarde deste domingo (3). A vitória do Remo contra o Tapajós, por 1×0, em jogo referente à primeira rodada do Parazão, foi acompanhada de perto por 19,2 mil torcedores, e dentre eles, muitas crianças acompanhadas pelos pais e familiares.
Um efetivo de 60 bombeiros militares e três viaturas – incêndio, resgate e salvamento – e outros 310 policiais militares, com 44 viaturas dentro e fora do complexo esportivo, garantiram a segurança de quem foi ao jogo.
Como parte da estrutura do estádio Mangueirão está em obras, após o desabamento de uma parte do forro do Lado A da arquibancada, ocorrido no dia 9 de janeiro, a lotação máxima do evento foi reduzida de 35 mil para 22 mil pessoas, como forma de garantir a segurança dos torcedores.
Leia mais:O acesso aos assentos ocorreu tanto pelo Lado B quanto pelo Lado A, só que neste último, ninguém permaneceu por conta das restrições demarcadas e vigiadas por agentes da Segurança Pública.
Planejamento – “Tivemos uma restrição diferenciada em relação aos outros jogos por conta do isolamento do Lado A, mas, mesmo com a mudança temporária, tudo correu de forma tranquila”, destacou a Major Flávia Zell, do Corpo de Bombeiros, que comandou o esquema de segurança pela corporação durante a partida.
O professor Osmar Júnior, de 43 anos, levou o sobrinho Yuji Nepomuceno, de 11, para ver o time azulino em ação. “A gente veio tranquilo, não pegou tumulto nem aqui nem no trânsito. Ele até ponderou comigo se era uma boa virmos, mas tranquilizei ele, reforçando que os órgãos competentes liberaram o Mangueirão, e por isso a gente veio!”, contou o torcedor, enquanto se encaminhava para a arquibancada.
Força-tarefa – Já o Cel. Mário Antônio, responsável pelo Comando de Policiamento Especializado (CPE) da Polícia Militar, reforçou o esforço conjunto que uniu vários órgãos do Governo para garantir mais segurança dentro do estádio.
“O fato de tantas famílias terem vindo ao Mangueirão, já para a reabertura, é reflexo da confiança do torcedor no nosso trabalho. Vamos nos desdobrar para oferecer cada vez mais segurança aos que fazem questão de ver seus times no estádio”, afirmou.
O Comando de Policiamento da Capital (CPC) também integrou a operação. O comandante-geral da Polícia Militar, Cel. José Dilson Melo de Souza Júnior, acompanhou a partida como espectador e na companhia dos filhos.
Confiança – “Depois de todos os laudos que foram apresentados, eu não tenho o que questionar. Ainda mais sendo engenheiro”, declarou o torcedor Marcos Sá, 48, enquanto pegava a rampa de acesso na companhia do filho, Marcos Pietro e o enteado Luiz Fernando, ambos de 14 anos.
O secretário de Estado de Esporte e Lazer (Seel), Arlindo Penha da Silva, também esteve no Mangueirão no domingo. Satisfeito com o comparecimento do público ao jogo, ele confirmou que as obras continuam no Lado A e disse estar confiante em um Re x Pa no dia 17 de fevereiro com lotação máxima liberada.
“Nossa preocupação sempre foi com o bem estar dos torcedores. O governador esteve aqui, pessoalmente, para checar a situação desde que ocorreu o incidente. A parceria com a PM, com Bombeiros, e outros órgãos, nos permitiram garantir a reabertura do estádio com toda a segurança”, reafirmou.
A bacharel em Direito, Walnessy Barreto, levou toda a família para o jogo: nada menos que quatro sobrinhos e dois filhos, com idade entre 3 e 14 anos. “E ainda tem mais gente lá fora, que vai entrar depois!”, contou. “A gente confiou na vistoria que foi feita e estamos aqui confiantes que vamos ter um placar de vitória também”, justificou, ainda antes da abertura do placar, sem bem imaginar que o “pé quente” daria certo.
Homenagem – Antes do jogo, foi feito um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia ocorrida em Brumadinho (MG) após a destruição de uma barragem da empresa mineradora Vale. No telão, no início da partida e no intervalo, foi exibido o nome da paraense Lenilda Cavalcante Andrade, de 36 anos. Lenilda era de Tucuruí e estava há 10 anos trabalhando na Vale. Começou em Parauapebas, mas havia sido transferida há três anos para o setor administrativo da Mina do Feijão, na cidade mineira.
A outra homenageada foi Andrea Ferreira Lima, de 40 anos, apesar de ser natural do estado do Paraná (PR), Andrea morou por 10 anos em Marabá, onde, até hoje, vive a maior parte de sua família. Ela era advogada e estava há 12 anos na mineradora como empregada de uma terceirizada. (Agência Pará)