A partir da próxima sexta-feira, 1º de fevereiro, o preço da passagem do transporte público de Parauapebas passa de R$ 3,00 para R$ 3,30. O anúncio foi feito através de comunicado emitido pela Central, que tem a concessão do transporte público do município.
A notícia, no entanto, não agradou aos usuários, que acham a cobrança abusiva. Para eles, esse não é o momento para reajustar o valor da passagem porque muita gente está desempregada na cidade, que ainda não se equilibrou da crise econômica que afetou o País e, consequentemente, também Parauapebas, que tem matriz econômica na mineração.
No comunicado, a Central argumenta que há dois anos o preço da passagem não era reajustado. A entidade queria um reajuste de R$ 3,36, mas o governo municipal bateu o martelo em R$3,30.
Leia mais:“Embora tenhamos apresentado R$ 3,36, valor este que está abaixo do proposto em 2018, informamos que resolvemos aceitar a proposta do Poder Público e iremos continuar prestando um serviço eficaz aos usuários, em respeito à população de Parauapebas, a quem devemos toda satisfação”, informa o comunicado público, assinado pelo presidente da Central, Francisco Monteiro Brito.
Segundo Brito, o último reajuste aconteceu em dezembro de 2016, quando o valor da passagem teve uma majoração de 20%, passando de R$ 2,50 para R$ 3,00.
Nos dados apresentados, a Central defende o reajuste dizendo que se fosse atualizado o reajuste dos valores dos insumos, que são peças, manutenções, desgaste, reajuste salarial dos servidores, o valor da tarifa de energia elétrica e preços dos combustíveis, o valor seria bem acima do apresentado.
“Mas, em respeito aos cidadãos, que são os verdadeiros titulares do serviço de transporte público coletivo, resolvemos concordar com o valor proposto e seguir mantendo o serviço com o mesmo empenho de dedicação”, destaca a Central.
O transporte público de passageiros em Parauapebas é feito atualmente por micro-ônibus. Segundo os dados, até 2011 o serviço era prestado por sete cooperativas, mas houve unificação delas. Em dezembro de 2014, começou a operar com a Central, formada por três cooperativas.
De acordo com Brito, a entidade tem buscado aprimorar seu sistema tecnológico para garantir mais segurança aos usuários, assim como melhorar o serviço prestado. Segundo a Central, hoje todos os veículos são monitorados por câmeras de segurança internas e externas; GPS, rádios e aplicativo que permite aos usuários visualizarem os veículos de suas respectivas linhas em tempo real.
Para facilitar o acesso da população, foram implantados quatro pontos de cadastros onde os usuários podem adquirir os cartões/passes e recarregá-lo com os valores para serem usados em qualquer veículo da Central, sendo um na Central das Cooperativas, na Rua Sol Poente, Bairro da Paz; Partage Shopping; Karajás Shopping, inaugurado recentemente, e mais um ponto de cadastro itinerante.
“Além destes, contamos com outros 15 pontos de vendas espalhados pela cidade, tudo manter a qualidade e a regularidade do serviço, buscando sempre a excelência e o atendimento digno aos usuários do transporte público”, afirma o presidente.
Usuário acha preço absurdo
Mas os argumentos da Central se contrapõe à opinião dos usuários, que acham que o reajuste está sendo feito em um momento inoportuno. Estudante e precisando usar diversas vezes o transporte público por dia, Pedro Wiliam diz que o preço pago é caro diante do achatamento orçamentário da população assalariada, que é quem usa o transporte público.
“A cada dia o custo de vida fica mais caro e o salário não tem reajuste. Com isso, o orçamento vai ficando ainda mais apertado. Quem ganha um salário mínimo hoje, por exemplo, mal consegue comer”. Com mais esse acréscimo, que pode parecer pequeno, o aumento ao final do mês chega a R$ R$ 28,80 para quem paga quatro passagens por dia, de segunda a sábado. “Com esse valor, o trabalhador já poderia comprar alimento para casa”, frisa o estudante, que ainda reclama do serviço, dizendo que há demora e alguns motoristas são ignorantes.
O vigilante Ivaldo Gonçalves também discorda do aumento. Ele diz que Parauapebas já era para ter um terminal de integração, para reduzir os custos para quem usa o transporte público, que pagaria apenas uma passagem e poderia ir a qualquer bairro da cidade.
“Eu, que moro na VS 10, muitas vezes preciso pegar dois ou mais transportes porque as linhas não passam em todos os lugares. Se tivesse o terminal, isso facilitaria a vida do usuário e reduziria custos”, destaca o vigilante. (Tina Santos – com a colaboração de Ronaldo Modesto)