Após serem espalhados boatos e terem ocorrido prisões em decorrência da ocupação da Fazenda Novo Mundo, em Itupiranga, pela União Nacional Camponesa (UNC), os ocupantes decidiram deixar o lugar em no máximo 15 dias após conciliação alcançada em audiência de justificação prévia na Vara Agrária de Marabá, presidida pelo titular, juiz Amarildo José Mazutti, na manhã de hoje, terça-feira (29).
A fazenda foi ocupada no início do ano e, no último dia 10, a equipe da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (Deca) chegou a ser informada que reféns haviam sido feitos na propriedade, o que não foi comprovado. Logo após a ocupação, uma equipe foi ao local e dois membros da sigla foram presos, um por porte ilegal de arma e outro por esbulho possessório.
Durante a audiência desta terça, acordou-se que o autor da ação de reintegração de posse, Augusto Urias da Cruz, fornecerá transporte em caminhões e ônibus para o deslocamento dos ocupantes até Itupiranga ou Marabá, conforme a escolha dos requeridos.
Leia mais:Os requeridos, por sua vez, aceitaram a extinção do processo e se comprometeram a não voltar para a área. Apesar da divulgação das prisões pela Polícia Civil, na primeira quinzena do mês, a defesa do movimento manifestou que “no processo em epígrafe, se fez necessário esclarecer que não foi preso nenhum integrante da UNC, muito menos apreendido qualquer tipo de arma nos perímetros da fazenda em discussão. Todavia, comprova-se que a UNC com os seus integrantes não se encontrava armados ao serem abordados na sede da fazenda pela polícia local”.
Participaram ainda da audiência a promotora de Justiça, Jane Cleide Silva Souza; o defensor público agrário, Francelino Eleutério da Silva; o procurador do Instituto de Terras do Pará, Flávio Ricardo Albuquerque Azevedo; e o ouvidor agrário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Wellington Bezerra da Silva. (Luciana Marschall – com informações de TJPA)