Pelo quarto dia consecutivo, os servidores de educação de São Domingos do Araguaia seguem em greve. A paralisação iniciou no dia 21 com a ocupação dos docentes no prédio da Secretaria de Educação do município. A lista de queixas dos educadores é extensa e vai desde a cobrança dos salários de dezembro, atrasados, como os ajustes no plano de cargos e carreira, assim como a reivindicação de que a Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel Castor Braga não seja fechada. Ali são 200 alunos.
Na manhã de ontem, a equipe de reportagem do CORREIO finalmente conseguiu entrar em contato com o secretário de Educação, Carlos Rodrigues, que nos atendeu por telefone e deu a sua versão. Ele afirmou não reconhecer o ato e deu mais detalhes. “O sindicato dos professores não propôs pauta, eles apenas nos comunicaram que iriam paralisar em função do atraso do salário do mês de dezembro do ano passado”, disse.
De acordo com o secretário, os grevistas tentaram trancar os funcionários dentro do prédio e também impediram a passagem dos colaboradores. Com a ocupação, ficou inviável seguir com o expediente da secretaria, já que os docentes seguem ocupando a entrada do bloco.
Leia mais:Segundo Carlos, na última terça-feira (22) houve uma reunião na Câmara Municipal para que explicações fossem dadas pelo secretário sobre o atraso dos salários de dezembro. “O atraso realmente existe em função de escassez de recurso. A previsão é de que até o dia 30 de janeiro o Ministério da Educação repasse o dinheiro”, explicou, dizendo confiar em aporte do Governo Federal.
“A parcela residual do ano anterior cai até o último dia do primeiro mês do ano subsequente. Como ainda não caiu, a gente acaba tendo que aguardar. Essa conversa sobre previsão de pagamento já tivemos com os membros do sindicato dos professores, inclusive foi adiantado em uma audiência que nós tivemos no Ministério Público, em dezembro”, alegou.
Ao CORREIO, o secretário afirmou estar disponível para dialogar com os professores. “Estou à disposição do movimento, da sociedade civil em forma geral, aos pais, de quem quer se seja. Eu sempre estive, eles sabem disso”, afirmou.
Ocupação segue
Procurada pela reportagem, a coordenadora geral do Sintepp (Sindicato dos Professores do Pará), Cleuzimar Gonçalves de Oliveira, informou não haver nenhum posicionamento formal do secretário e nem da Prefeitura. “Estamos tentando encontrar uma forma da gente ter uma conversa com eles, mas ninguém sinalizou nada”, denuncia.
“Continua tudo do mesmo jeito, não tem nenhum encaminhamento por parte deles, e por isso nós estamos aqui. Os professores estão de acordo da nossa permanência aqui na porta da Secretaria de Educação”, finalizou.
Por telefone, tentamos contato com a Prefeitura de São Domingos do Araguaia e com o prefeito Pedro Paraná, mas até o fechamento desta edição não foi possível localizá-los. (Karine Sued)