Correio de Carajás

Acusado de encomendar morte por dívida será julgado

Pouco mais de dois anos após Giuliano Christopher Meireles de Oliveira, de 33 anos, ser executado a tiros enquanto estava sentado em um bar na Rua Aziz Mutran, no Bairro Belo Horizonte, Núcleo Cidade Nova, um dos acusados de ter cometido o crime foi pronunciado pelo juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª Vara Criminal da Comarca de Marabá.

Giuliano, neto do pecuarista Aurelio Anastácio do Carmo, havia sido candidato a vereador nas eleições realizadas três dias antes da morte, esta ocorrida no dia 5 de outubro daquele ano, uma quarta-feira. Após as investigações realizadas pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil, o Ministério Público do Estado do Pará denunciou Daniel Rodolfo Santos Oliveira e Gilberto Alves Feitosa Junior. O processo, no entanto, foi desmembrado, tendo sido excluído Gilberto e seguindo apenas contra Daniel.

A denúncia aponta que na data do crime Gilberto caminhou em direção à vítima e sem falar nada efetuou disparos de arma de fogo, empreendendo fuga em uma motocicleta. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Na ocasião, uma bala perdida ainda atingiu de raspão a perna de uma criança, conforme foi noticiado pelo Jornal Correio, à época.

Leia mais:

As investigações apontaram que Giuliano era credor de Daniel em aproximadamente R$ 20 mil e em função de cobranças e discussões, Daniel, para não pagar a dívida, ofereceu R$ 2 mil para que Gilberto matasse Giuliano. Ao que consta, ao final, Daniel pagou apenas R$ 1 mil.

Após o crime, a Polícia Civil de Marabá recebeu uma denúncia anônima, pelo Serviço de Disque Denúncia, apontando Gilberto como o autor do delito. A informação era de que o padrasto de Gilberto comentou que o viu confessar para a mãe ter sido contratado por Daniel para matar a vítima. Posteriormente intimado, ele confirmou a mesma informação. Ao ser ouvido, na delegacia, Daniel disse ter uma dívida e consequente desentendimento com o homem morto, mas negou que tenha mandado matá-lo.

DEFESA

Posteriormente, em interrogatório junto ao Poder Judiciário, Daniel novamente negou ter contratado alguém para matar a vítima. Falou que tinha uma dívida de R$ 8 mil oriunda de um empréstimo e que também devia à vítima uma compra de um celular feita com o cartão de crédito desta.

Disse que a morte da vítima ocorreu cerca de 40 a 45 dias após o empréstimo e que tentou parcelar a dívida, mas Giuliano não aceitou. Alegou que no dia do crime estava em casa com os filhos e que a vítima lhe cobrava a dívida de forma amigável. Por fim, sustentou não conhecer Gilberto.

A vítima, Giuliano, trabalhava cuidando de loteamentos da família. O avô dele era proprietário de terras que deram origens a alguns bairros grandes do Núcleo Cidade Nova, como São Miguel da Conquista que é conhecido como “Invasão do Aurélio”. Ainda não há data determinada para o Júri. (Luciana Marschall)