O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Estado do Pará (Sincort/PA) informou nesta segunda-feira (26) que a partir da meia noite do dia 12 de março, os servidores da empresa pública entrarão em greve em todo o território nacional por tempo indeterminado. O motivo da paralisação seria a eventual retirada de pais, filhos e cônjuges da cobertura do plano de saúde dos funcionários que está sendo discutido em Brasília pelos Correios e o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Segundo Israel Rodrigues, presidente do Sincort/PA, o plano de saúde dos Correios é uma conquista histórica da categoria, dado como contrapartida em substituição ao reajuste salarial. Além de ir contra o acordo coletivo, o sindicato alega que falta transparência ao governo para justificar a medida. “Neste momento, a empresa alega um déficit de 1,8 bilhão de reais e culpa o plano de saúde por causa disso”, frisa.
Atualmente, existe uma modalidade de desconto em que é pago pelo funcionário, de 10% a 20% do valor das consultas. Com a mudança, passaria a ser descontado 30% do salário. “Ou seja, um funcionário que recebe R$1.500,00 por mês e tem que sustentar sua família, talvez tenha que pagar R$400,00 de plano de saúde. Existem casos de colegas que deixaram de ir para outros empregos porque aqui tinha essa segurança”, destaca Israel.
Leia mais:Os Correios contam com cerca de 108 mil funcionários ativos e 32 mil aposentados, mas paga as despesas de saúde de 400 mil pessoas devido a cobertura se estender a família do servidor. “Se essa situação não for resolvida, o plano de saúde vai quebrar e a empresa também”, afirma Guilherme Campo, presidente dos Correios, através de nota oficial enviada à imprensa.
O estado do Pará, que já chegou a ter três mil funcionários nos Correios, hoje tem pouco mais de 2.300. “Estes estão trabalhando pelos 700 que saíram. E infelizmente a sociedade é prejudicada, por conta do número de funcionários da empresa ser insuficiente e não dar conta de atender toda a demanda”, explica Israel.
Se por um lado os Correios dizem que existe funcionários demais, o Sincort/PA sustenta haver déficit de mão de obra, afirmando que em Marabá, por exemplo, apenas 40 servidores respondem pela entrega, ou seja, uma deficiência de pelo menos 10 a 15 funcionários só nesse departamento. “Uma cidade com quase 300 mil habitantes, é praticamente um carteiro para cada 10 mil moradores. Por isso muitas vezes existe atraso na correspondência e a população não entende”, ressalta.
“Nosso pedido à população é que entendam que não estamos fazendo greve por não querer trabalhar. A greve é o único meio de tentar conseguir que os nossos direitos sejam mantidos”, conclui o presidente do Sincort/PA.
(Ana Bortoletto)
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Estado do Pará (Sincort/PA) informou nesta segunda-feira (26) que a partir da meia noite do dia 12 de março, os servidores da empresa pública entrarão em greve em todo o território nacional por tempo indeterminado. O motivo da paralisação seria a eventual retirada de pais, filhos e cônjuges da cobertura do plano de saúde dos funcionários que está sendo discutido em Brasília pelos Correios e o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Segundo Israel Rodrigues, presidente do Sincort/PA, o plano de saúde dos Correios é uma conquista histórica da categoria, dado como contrapartida em substituição ao reajuste salarial. Além de ir contra o acordo coletivo, o sindicato alega que falta transparência ao governo para justificar a medida. “Neste momento, a empresa alega um déficit de 1,8 bilhão de reais e culpa o plano de saúde por causa disso”, frisa.
Atualmente, existe uma modalidade de desconto em que é pago pelo funcionário, de 10% a 20% do valor das consultas. Com a mudança, passaria a ser descontado 30% do salário. “Ou seja, um funcionário que recebe R$1.500,00 por mês e tem que sustentar sua família, talvez tenha que pagar R$400,00 de plano de saúde. Existem casos de colegas que deixaram de ir para outros empregos porque aqui tinha essa segurança”, destaca Israel.
Os Correios contam com cerca de 108 mil funcionários ativos e 32 mil aposentados, mas paga as despesas de saúde de 400 mil pessoas devido a cobertura se estender a família do servidor. “Se essa situação não for resolvida, o plano de saúde vai quebrar e a empresa também”, afirma Guilherme Campo, presidente dos Correios, através de nota oficial enviada à imprensa.
O estado do Pará, que já chegou a ter três mil funcionários nos Correios, hoje tem pouco mais de 2.300. “Estes estão trabalhando pelos 700 que saíram. E infelizmente a sociedade é prejudicada, por conta do número de funcionários da empresa ser insuficiente e não dar conta de atender toda a demanda”, explica Israel.
Se por um lado os Correios dizem que existe funcionários demais, o Sincort/PA sustenta haver déficit de mão de obra, afirmando que em Marabá, por exemplo, apenas 40 servidores respondem pela entrega, ou seja, uma deficiência de pelo menos 10 a 15 funcionários só nesse departamento. “Uma cidade com quase 300 mil habitantes, é praticamente um carteiro para cada 10 mil moradores. Por isso muitas vezes existe atraso na correspondência e a população não entende”, ressalta.
“Nosso pedido à população é que entendam que não estamos fazendo greve por não querer trabalhar. A greve é o único meio de tentar conseguir que os nossos direitos sejam mantidos”, conclui o presidente do Sincort/PA.
(Ana Bortoletto)