Correio de Carajás

Apreensões diminuem durante Piracema

Em período de Piracema, órgãos intensificam a fiscalização no Rio Tocantins e Itacaiúnas, em Marabá. O objetivo é abordar donos de embarcações nos rios e, ainda, os feirantes na cidade, suspeitos de estarem realizando pesca ilegal durante a temporada de defeso, que iniciou no dia 1º de novembro do ano passado e que vai até 28 de fevereiro deste ano.

A reportagem do Jornal CORREIO procurou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) para saber como anda o balanço de apreensões no Município até o momento. De acordo com o secretário Rubens Sampaio, a população está a cada ano mais conscientizada da proibição e o número de capturas de objetos utilizados para a pesca ilegal vem diminuindo, assim como a quantidade de peixes.

Em uma apuração feita por nossa equipe juntamente com a secretaria, até a tarde de ontem (16), foram apreendidos poucos materiais, na comparação com outros anos. “Apreendemos mais de 23 km de rede malhadeira, dois espinheis, 17 garrafas pets com anzóis, uma geladeira, três conservadoras com gelo e aproximadamente 3.350 kg de pescado, que foram imediatamente doados para pessoas carentes”, informou o secretário.

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Todo material apreendido é incinerado. Os fiscais ambientais são acompanhados por agentes da Guarda Municipal que dão apoio à operação nos locais visitados. Os fiscais permanecem durante o dia todo evitando que pescadores ajam.

Fiscalização

Além dos rios, a fiscalização também ocorre nos comércios, para verificação de estoque de pescado. Os comerciantes devem apresentar junto a Semma a declaração de estoque, para controle tanto do comerciante, quanto para o próprio órgão e sempre apresentando aos fiscais a declaração no momento da fiscalização.

Os órgãos fiscalizatórios também se fazem presente nas barreiras das rodovias, verificando o transporte ilegal de pescados e materiais de pesca.

Nesse período, só é autorizada a pesca artesanal, ou seja, para subsistência. Com o objetivo de evitar prejuízos aos que dependem da atividade, o governo federal disponibiliza o Bolsa Pesca ou Seguro Defeso, que serve justamente para que os pescadores possam receber um suporte financeiro enquanto não estiverem tirando seu sustento dos rios. Qualquer pescador que for flagrado desobedecendo à lei, perderá o benefício.

Quem quiser ajudar a denunciar e coibir este tipo de crime, pode ligar para o telefone de plantão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente: (94) 99233-0523 ou para o Disque Denúncia do sudeste do Pará: (94) 3312-3350.

Piracema

O termo piracema tem origem tupi e significa “subida do peixe”. Por causa de questões climáticas, como a chuva e o aumento da temperatura da água, os peixes sobem os rios em busca de um local ideal para se reproduzir.

Normalmente, eles estão em busca de água quente, rica em oxigênio, e turva, uma vez que a água límpida facilita a ação de predadores. Com o desgaste físico devido à subida dos rios, as espécies acabam sendo pegas com mais facilidade. Como a piracema é um período de reprodução, a captura de adultos diminui a quantidade de indivíduos da população. (Karine Sued, com informações de Josseli Carvalho)