Correio de Carajás

Mulher suspeita de matar colono vai ser ouvida hoje

Está marcada para esta terça-feira (15) a tomada de depoimento da mulher que bateu com uma garrafa na cabeça do colono Carlos Henrique de Souza Silva, de 35 anos, na noite da última sexta-feira (11), em um bar durante uma briga. Ele foi encontrado morto em sua cama, no sábado (12), por volta das 4h da madrugada, e a família inicialmente imaginou que se tratava de overdose, mas a história não é bem assim. O episódio se registrou na Vila Sororó, a 35 km de Marabá, na BR-155.

Durante coletiva à Imprensa local ontem (14), o delegado Ivan Pinto da Silva, titular do Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá, disse ter sido acionado pelo plantão da 21ª Seccional Urbana, por volta das 11h da manhã de sábado (12), a respeito de uma morte suspeita acarretada por overdose de drogas. O corpo estava no Hospital Municipal de Marabá (HMM), mas chegando lá a história era outra.

A família da vítima contratou uma funerária para levar o corpo até o HMM, onde o médico de plantão, ao perceber escoriações pelo corpo da vítima, se recusou a emiti-la. Diante disso, a família lavrou Boletim de Ocorrência e requisitou a remoção e necropsia do corpo ao Instituto Médico Legal (IML) de Marabá.

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Carlos Henrique morreu horas depois de levar uma pancada na cabeça / Foto: Divulgação

Uma equipe do Departamento de Homicídios se deslocou até a Vila Sororó, onde começou a investigar o caso mais detalhadamente e descobriu que na noite de sexta-feira, Carlos Henrique tentou separar uma briga entre a filha da dona de um bar e uma mulher, momento em que esta mulher (cuja identidade ainda não foi repassada para a Imprensa) bateu com uma garrafa na cabeça de Carlos Henrique.

Depois da confusão, ele foi embora para casa dormir. Depois disso, já por volta das 4h da madrugada, a dona do bar, preocupada com o rapaz, pediu que um conhecido dela fosse até a casa de Carlos Henrique para saber como ele estava. Chegando lá, o homem encontrou a vítima já sem vida na cama.

Como a família não sabia da confusão no bar e como a vítima, aparentemente, tinha um histórico de uso de substancias entorpecentes, a dedução inicial é de que ele teve uma overdose, por isso contrataram uma ambulância. Mas somente no hospital é que as coisas começaram a ficar mais claras. Inclusive, na casa de saúde os familiares confirmaram para a polícia que Carlos Henrique fazia uso apenas de álcool e não de drogas ilegais, como foi especulado inicialmente.

Segundo o delegado Ivan Silva, o laudo do IML constatou que se tratava de causa mortis indeterminada, mas ele tem uma teoria. “A gente vai indiciar (a suspeita) ou por homicídio ou por lesão corporal. Estamos colhendo mais elementos de informação. E embora a causa mortis seja indeterminada, possivelmente advém da pancada que a vítima recebeu na cabeça”, afirmou o policial.

Ainda conforme o delegado, quando os investigadores do Departamento de Homicídios estiveram na casa da mulher suspeita, ela já não estava mais no local. Por isso a intimação foi entregue aos familiares dela, sob o compromisso de se apresentar hoje (15) na sede da Delegacia de Homicídios. (Chagas Filho)