O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, agradeceu nesta segunda-feira em uma conversa telefônica o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, “por ter permitido concluir positivamente” o caso de Cesare Battisti, ex-membro de um grupo terrorista de extrema-esquerda e condenada à prisão perpétua na Itália, que foi detido na Bolívia e chegou nesta segunda-feira a Roma após ter sido extraditado.
“Reiterei o enorme agradecimento em nome dos 60 milhões de italianos por ter permitido concluir positivamente o caso Battisti”, afirmou Salvini em declaração enviada aos veículos de imprensa locais.
Salvini explicou que durante a conversa ambos demonstraram a vontade de se encontrar em breve na Itália ou no Brasil “para estreitar os vínculos entre nossos povos, nossos Governos e a nossa amizade pessoal”.
Leia mais:Battisti, de 64 anos, antigo membro do grupo terrorista italiano Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e condenado por quatro homicídios cometidos na Itália na década de 70, chegou hoje ao aeroporto de Ciampino de Roma diretamente desde a Bolívia, onde foi capturado após fugir há um mês do Brasil.
Embora a princípio foi ventilada a possibilidade de Battisti ser primeiro levado ao Brasil, depois que a Suprema Corte ordenou em dezembro sua detenção “imediata” com a finalidade de extraditá-lo ao país europeu, finalmente as autoridades bolivianas ordenaram sua mudança à Itália.
Segundo os veículos de imprensa, a Itália tinha pretendido que chegasse diretamente ao país para evitar assim um possível último recurso dos advogados de Battisti à Justiça brasileira.
Outro motivo, aponta a imprensa italiana, é que se a extradição ocorresse desde o Brasil, a pena teria sido inferior, enquanto na Itália foi condenado à prisão perpétua.
Em sua chegada a Roma, Battisti foi imediatamente conduzido à prisão de Rebibbia, onde cumprirá uma pena de prisão perpétua após a a condenação em 1993 pelos assassinatos do joalheiro Pierluigi Torregiani, de dois policiais e de um açougueiro, enquanto o grupo realizava alguns assaltos para se financiar.(EFE)