Correio de Carajás

São Félix: Moradores clamam por socorro

A pedidos, a Reportagem do Jornal CORREIO esteve esta semana nos bairros São Félix I e II onde os moradores reivindicam serviços de urbanização na Avenida Tiradentes. A via, que deveria ser uma das principais do complexo, é a mais utilizada por crianças, pois liga duas escolas públicas, e se transformou em um lago de lama cercado de um matagal e lixo. Segundo os moradores o caso só piora com o período das chuvas, pois o ‘lago’ transborda e a via fica intrafegável.

O professor Carlos Faria reclama da falta de atenção da Prefeitura Municipal de Marabá para com o bairro. “Eu sempre fico batendo na tecla que tem de fazer a obra, por causa dos alunos que ficam caindo aqui na grota, os pais de alunos caem, a gente não pode atravessar ali para o São Félix II, para fazer compras, para ir à igreja”, conta o professor.

Moradores cobram antiga promessa Bairro São Felix I

Carlos, que mora no local há mais de dez anos, acrescenta que a reivindicação e promessa de resolução do problema é antiga. “Acreditamos no Tião, votamos nele em peso, acreditando que ele seria melhor. Isso aqui é uma carência muito enorme. Isso aqui não existe mais no século XXI”, e completa: “A gente não pode mais viver numa situação dessas, de não ter infraestrutura. Na escola em que eu trabalho, se eu esclareço para os meus alunos nas aulas de geografia e história, que temos de ter serviços públicos de qualidade, serviços de infraestrutura, de saúde, de segurança pública e na hora não acontece, o aluno vai dizer que eu estou mentindo, que não tá acontecendo isso”.

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Iramar Souza, que mora no local há 20 anos, narra que os moradores estão insatisfeitos com a atual gestão, pois, segundo eles, o Bairro São Félix está abandonado pelo poder público. “Eu comparo aqui, do lado do rio para cá, como um filho esquecido na rodoviária, que o pais vai embora e esquece do filho na rodoviária, só é lembrado na época da política, que pula pra cá todo mundo, mas se acabou”, diz o morador.

Populares improvisaram uma pinguela com ripa de madeira como ‘ponte’ no local

Como a Avenida Tiradentes não tem iluminação pública, a noite se torna um local perigoso, onde já ocorreram diversos assaltos, segundo os moradores. Ivoneide Pereira reside no bairro há 19 anos e cobra mais empenho da atual gestão municipal. “Eu já dei muito banho em aluno sujo de lama. Hoje está beleza porque passou uns dias sem chover, as crianças chegam todas meladas, as máquinas da prefeitura vêm revira tudo e não faz nada. Aqui é roubo de celulares, roubo de motos, já tentaram atacar meninas aqui, imagina um matagal desses de noite”, conta a artesã. (Adriana Oliveira)