Dentre os 21 vereadores que compõem a legislatura 2017-2020 da Câmara Municipal de Marabá, apenas três são mulheres. Essa proporção pode parecer injusta, e muitos consideram que seja mesmo, porém, isso não as impede de defender a classe feminina. Várias proposições, inclusive, já foram feitas por elas para melhorar questões voltadas à saúde da mulher e à melhoria de políticas públicas de gênero.
“Mesmo em número reduzido, nós temos conseguido levar a nossa voz. Todas as três trabalham nas questões voltadas à mulher, cada uma com sua especificidade. Eu, como tenho a formação na área da saúde, sou médica, meus projetos são mais voltados para a saúde da mulher”, revela a vereadora Cristina Mutran (PMDB).
Ela é autora de, pelo menos, três anteprojetos de lei voltados exclusivamente ao gênero feminino. Um deles, o “Programa Pró-Meninas”, visa dar assistência às adolescentes com vivência de rua ou de prostituição. “No que diz respeito à educação, formação, saúde das meninas e emprego”, esclarece.
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O anteprojeto foi apresentado em 4 de setembro de 2017 e tem como justificativa o cotidiano depreciativo em que estão inseridas às adolescentes em situação de risco, expostas à violência doméstica e sexual, gravidez indesejável, maternidade desassistida, aborto ilegal, uso de drogas, exploração econômica e afetiva, risco de contrair AIDS ou outras doenças sexualmente transmissíveis. Nesse sentido, o Programa visa o fortalecimento das jovens para que possam escapar dessas armadilhas.
Outra proposta apresentada por ela, também em setembro do ano passado, foi a implantação do Programa “Mulher, Sua Saúde Seus Direitos”, que busca difundir informações importantes para a saúde feminina em diferentes etapas da vida, conscientizando-as do papel de cidadã e trabalhadora que possuem. “Embora nós tenhamos o Crismu, seria um atendimento mais especializado”. No entanto, ela diz que tanto esse anteprojeto quanto os demais, de sua autoria, permanecem parados, aguardando uma resposta do poder legislativo.
Atuação
A vereadora ainda observa que, por mais que as colegas de tribuna estejam em menor número na Casa, não há resistência ou relutância por parte dos companheiros parlamentares ou do presidente da CMM, Pedro Corrêa, para dar andamento às propostas da bancada feminina. “Nunca encontrei nenhuma dificuldade pela condição de ser mulher”.
Priscila Veloso (PTB), presidente da Comissão de Defesa do Direito da Mulher na CMM, é outra defensora da melhoria da saúde para as mulheres. Vários de seus requerimentos indicavam à Prefeitura de Marabá equipamentos e profissionais para postos de saúde e para o Centro de Referência Integrada à Saúde da Mulher.
“Desde o início do mandato, tive uma luta por questão do Crismu, porque estava todo desestruturado, não tinha mamógrafo, pouco atendimento de ginecologista. Isso melhorou um pouco, está com um atendimento melhor agora. E como eu estive a frente do Programa Bolsa Família, a gente via a vontade das mulheres de fazerem uma laqueadura em Marabá e foi um das questões que nos indignava muito. Então, a gente já conseguiu avançar em 2017 nessa questão, mais de 200 mulheres já fizeram essa cirurgia”, revelou.
A vereadora disse ainda que existem outras demandas que precisam ser resolvidas no município, como a situação de um mamógrafo que ainda está embalado e fora de funcionamento, e também da necessidade de uma casa de apoio em Belém, para as mulheres de Marabá que fazem Tratamento Fora do Domicílio.
Ocupação
Autora do Projeto de Resolução que criou a Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Mulher, Irismar Araújo (PR), observa que é preciso analisar a ocupação das mulheres na Casa Legislativa. “No meu primeiro mandato, nós éramos 13 vereadores e tínhamos cinco mulheres dentre eles. No meu segundo, fomos para 21 e permanecemos em cinco. E agora estamos em três e posso falar com muita veemência que isso faz toda a diferença, na hora de estar discutindo os debates voltados para a mulher e por mais que a gente não veja explicitamente uma rivalidade dentro da casa, a nossa força é menor”, afirma.
Além disso, ela observa que as mulheres são a maioria em vários segmentos e que existem mais eleitoras do que eleitores, portanto seria justo ter maior participação de mulheres no ambiente parlamentar. Por fim, ressalta que as mulheres não querem ter mais direito do que os homens, mas sim estar no mesmo patamar que eles.
Sessão solene homenageia 21 mulheres com títulos
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta (8), a Câmara Municipal de Marabá realizou na quarta-feira (7), uma sessão solene com entrega de títulos de Cidadã Marabaense e Honra ao Mérito a 21 mulheres, em razão da atuação delas no município. Em razão da data, toda a mesa diretora da Casa foi composta apenas por mulheres, tendo à frente a vereadora Irismar Araújo, como presidente, e Cristina Murtran e Priscila Veloso, como 1ª e 2º secretárias, respectivamente. Além das convidadas Júlia Rosa, coordenadora da Coordenadoria da Mulher de Marabá e ex-vereadora, Nadjalúcia Oliveira Lima, secretária municipal de Assistência Social, Jane Chaves, do Centro Regional de Governo, com sede em Marabá e da Miss Marabá, Ponnyk Torres.
Ao fazer uso da tribuna, Júlia Rosa, apresentou dados da violência doméstica, feminicídio e estupro no país, e ainda lamentou o fato das mulheres paraenses serem uma das maiores atingidas pelo câncer do colo do útero. Ademais, discorreu também sobre o calendário que está sendo realizado na cidade em decorrência do Dia Internacional da Mulher, demonstrando gratidão à homenagem da CMM.
“Esse é um momento muito oportuno em que a sociedade pode ouvir as mulheres e compreender o trabalho que cada uma faz e a importância que cada uma tem na sociedade”, disse, destacando que é preciso fortalecer as políticas públicas para as mulheres.
Rosalina Isoton, coordenadora de políticas públicas do Grupo de Mulheres Arco Íris da Justiça e coordenadora do Fórum Permanente da Mulher, declarou que é importante o apoio que os vereadores vêm dando aos movimentos sociais. Porém, revelou que ainda é preciso avançar muito no âmbito da melhoria da vida das mulheres, quanto à saúde e segurança.
Não só personalidades femininas foram homenageadas no evento, mas entidades também receberam Comenda de Honra ao Mérito, entre as quais a Associação da Mulher de Marabá (AMMA); Fórum Permanente de Mulheres de Marabá; Grupo de Apoio Esperança; Grupo de Mulheres Arco-Íris da Justiça; Ministério da Mulher da Igreja Adventista do Sétimo Dia; e União Brasileira de Mulheres. (Nathália Viegas, Com informações de Josseli Carvalho)
Dentre os 21 vereadores que compõem a legislatura 2017-2020 da Câmara Municipal de Marabá, apenas três são mulheres. Essa proporção pode parecer injusta, e muitos consideram que seja mesmo, porém, isso não as impede de defender a classe feminina. Várias proposições, inclusive, já foram feitas por elas para melhorar questões voltadas à saúde da mulher e à melhoria de políticas públicas de gênero.
“Mesmo em número reduzido, nós temos conseguido levar a nossa voz. Todas as três trabalham nas questões voltadas à mulher, cada uma com sua especificidade. Eu, como tenho a formação na área da saúde, sou médica, meus projetos são mais voltados para a saúde da mulher”, revela a vereadora Cristina Mutran (PMDB).
Ela é autora de, pelo menos, três anteprojetos de lei voltados exclusivamente ao gênero feminino. Um deles, o “Programa Pró-Meninas”, visa dar assistência às adolescentes com vivência de rua ou de prostituição. “No que diz respeito à educação, formação, saúde das meninas e emprego”, esclarece.
#ANUNCIO
O anteprojeto foi apresentado em 4 de setembro de 2017 e tem como justificativa o cotidiano depreciativo em que estão inseridas às adolescentes em situação de risco, expostas à violência doméstica e sexual, gravidez indesejável, maternidade desassistida, aborto ilegal, uso de drogas, exploração econômica e afetiva, risco de contrair AIDS ou outras doenças sexualmente transmissíveis. Nesse sentido, o Programa visa o fortalecimento das jovens para que possam escapar dessas armadilhas.
Outra proposta apresentada por ela, também em setembro do ano passado, foi a implantação do Programa “Mulher, Sua Saúde Seus Direitos”, que busca difundir informações importantes para a saúde feminina em diferentes etapas da vida, conscientizando-as do papel de cidadã e trabalhadora que possuem. “Embora nós tenhamos o Crismu, seria um atendimento mais especializado”. No entanto, ela diz que tanto esse anteprojeto quanto os demais, de sua autoria, permanecem parados, aguardando uma resposta do poder legislativo.
Atuação
A vereadora ainda observa que, por mais que as colegas de tribuna estejam em menor número na Casa, não há resistência ou relutância por parte dos companheiros parlamentares ou do presidente da CMM, Pedro Corrêa, para dar andamento às propostas da bancada feminina. “Nunca encontrei nenhuma dificuldade pela condição de ser mulher”.
Priscila Veloso (PTB), presidente da Comissão de Defesa do Direito da Mulher na CMM, é outra defensora da melhoria da saúde para as mulheres. Vários de seus requerimentos indicavam à Prefeitura de Marabá equipamentos e profissionais para postos de saúde e para o Centro de Referência Integrada à Saúde da Mulher.
“Desde o início do mandato, tive uma luta por questão do Crismu, porque estava todo desestruturado, não tinha mamógrafo, pouco atendimento de ginecologista. Isso melhorou um pouco, está com um atendimento melhor agora. E como eu estive a frente do Programa Bolsa Família, a gente via a vontade das mulheres de fazerem uma laqueadura em Marabá e foi um das questões que nos indignava muito. Então, a gente já conseguiu avançar em 2017 nessa questão, mais de 200 mulheres já fizeram essa cirurgia”, revelou.
A vereadora disse ainda que existem outras demandas que precisam ser resolvidas no município, como a situação de um mamógrafo que ainda está embalado e fora de funcionamento, e também da necessidade de uma casa de apoio em Belém, para as mulheres de Marabá que fazem Tratamento Fora do Domicílio.
Ocupação
Autora do Projeto de Resolução que criou a Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Mulher, Irismar Araújo (PR), observa que é preciso analisar a ocupação das mulheres na Casa Legislativa. “No meu primeiro mandato, nós éramos 13 vereadores e tínhamos cinco mulheres dentre eles. No meu segundo, fomos para 21 e permanecemos em cinco. E agora estamos em três e posso falar com muita veemência que isso faz toda a diferença, na hora de estar discutindo os debates voltados para a mulher e por mais que a gente não veja explicitamente uma rivalidade dentro da casa, a nossa força é menor”, afirma.
Além disso, ela observa que as mulheres são a maioria em vários segmentos e que existem mais eleitoras do que eleitores, portanto seria justo ter maior participação de mulheres no ambiente parlamentar. Por fim, ressalta que as mulheres não querem ter mais direito do que os homens, mas sim estar no mesmo patamar que eles.
Sessão solene homenageia 21 mulheres com títulos
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta (8), a Câmara Municipal de Marabá realizou na quarta-feira (7), uma sessão solene com entrega de títulos de Cidadã Marabaense e Honra ao Mérito a 21 mulheres, em razão da atuação delas no município. Em razão da data, toda a mesa diretora da Casa foi composta apenas por mulheres, tendo à frente a vereadora Irismar Araújo, como presidente, e Cristina Murtran e Priscila Veloso, como 1ª e 2º secretárias, respectivamente. Além das convidadas Júlia Rosa, coordenadora da Coordenadoria da Mulher de Marabá e ex-vereadora, Nadjalúcia Oliveira Lima, secretária municipal de Assistência Social, Jane Chaves, do Centro Regional de Governo, com sede em Marabá e da Miss Marabá, Ponnyk Torres.
Ao fazer uso da tribuna, Júlia Rosa, apresentou dados da violência doméstica, feminicídio e estupro no país, e ainda lamentou o fato das mulheres paraenses serem uma das maiores atingidas pelo câncer do colo do útero. Ademais, discorreu também sobre o calendário que está sendo realizado na cidade em decorrência do Dia Internacional da Mulher, demonstrando gratidão à homenagem da CMM.
“Esse é um momento muito oportuno em que a sociedade pode ouvir as mulheres e compreender o trabalho que cada uma faz e a importância que cada uma tem na sociedade”, disse, destacando que é preciso fortalecer as políticas públicas para as mulheres.
Rosalina Isoton, coordenadora de políticas públicas do Grupo de Mulheres Arco Íris da Justiça e coordenadora do Fórum Permanente da Mulher, declarou que é importante o apoio que os vereadores vêm dando aos movimentos sociais. Porém, revelou que ainda é preciso avançar muito no âmbito da melhoria da vida das mulheres, quanto à saúde e segurança.
Não só personalidades femininas foram homenageadas no evento, mas entidades também receberam Comenda de Honra ao Mérito, entre as quais a Associação da Mulher de Marabá (AMMA); Fórum Permanente de Mulheres de Marabá; Grupo de Apoio Esperança; Grupo de Mulheres Arco-Íris da Justiça; Ministério da Mulher da Igreja Adventista do Sétimo Dia; e União Brasileira de Mulheres. (Nathália Viegas, Com informações de Josseli Carvalho)