Nesse período de final de ano o movimento no varejo cresce e, consequentemente, crescem também os crimes como assaltos e roubos a estabelecimentos comerciais. Preocupado nisso o Sindicom – Sindicato do Comércio Varejista de Marabá – se reuniu, na noite da última terça-feira (18), com os órgãos de segurança de Marabá para debater medidas contra a violência que assola o comércio local.
Estavam presentes na reunião representantes da Polícia Civil, Polícia Militar e também da Guarda Municipal. O foco foi a segurança do comércio em geral, mas principalmente a zona comerciária do núcleo Cidade Nova, na qual está concentrado o maior número de reclamações.
Segundo o diretor do Sindicom, Francisco Arnilson Assis, semanalmente há denúncias de furtos, roubos e arrombamentos aos estabelecimentos. “As pessoas não querem mais fazer B.O. (Boletim de Ocorrência) julgando eles que a polícia não se interessa, mas nós diretores do Sindicom pensamos diferente, daí a gente busca estabelecer o diálogo com a polícia e a comunidade empresarial para que acreditem e possam cobrar ações práticas”, completa o empresário.
Leia mais:Na reunião, segundo Arnilson, foi cobrada ainda uma melhor integração entre os órgãos de segurança e uma melhor relação com a comunidade, principalmente nesse último mês do ano. “A nossa preocupação é muito grande por conta deste mês, geralmente tem o indulto natalino no qual muitas pessoas são liberadas dos presídios e coitados dos comerciantes, como é que fica? A gente não vê policiamento na rua e a gente ainda fica sabendo que uma quantidade grande de bandidos serão soltos”, desabafa o diretor do sindicato.
Dono de uma casa lotérica, o empresário Felix Ferreira se diz sentir inseguro, pois já teve sérios problemas por conta da violência que assola Marabá. “O risco é constante e a atenção tem que ser constante e de repente a gente começa a se acostumar a lidar com o medo; eu já passei por oito assaltos e por situações muito complicadas, já atiraram e felizmente não acertaram, então eu sou muito visado pelo movimento que tem no meu trabalho”, relata o empresário.
Felix, que já é lotérico há 35 anos, diz que a segurança sempre foi muito precária e anseia que medidas sejam postas em prática. “Gostaria que o policiamento fosse mais efetivo… não sei se tem efetivo pra isso, se falta uma organização maior ou vontade maior das nossas autoridades, porque nós já merecemos uma segurança em Marabá bem melhor do que a que nós temos”, critica.
Segundo Raimundo Aves da Costa Neto, vice-presidente do Sindicom, os crimes estão cada vez mais preocupantes e ocorrem tanto de noite quanto à luz do dia, no horário comercial. “Nós temos uma cobrança muito grande no que tange a questão da segurança pública, principalmente dos meses aí que antecedem o Natal, nós temos aí uma procura muito grande em função das reclamações de furtos no comércio”, conta Neto.
O delegado da Polícia Civil, Ivan Pinto da Silva, ressalta que cabe ao órgão os procedimentos investigativos. “A Polícia Civil tem feito um esforço gigantesco em manter a delegacia do núcleo Cidade Nova aberta, aí ela mobilizou com delegado e com investigadores e escrivão que tem surtido efeito, tem surgido algumas operações aqui na região, diligências que têm levado à prisão de alguns criminosos, mas a gente sabe que ainda é um trabalho que não conseguiu atender os anseios dos comerciantes”, reconhece. (Adriana Oliveira)