Chego ao fim na tarde desta quarta-feira (19) a greve dos motoristas e cobradores das empresas de ônibus em Marabá. O protesto foi desmobilizado depois de uma audiência na Justiça do Trabalho, entre o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará – SINTRARSUL e as empresas concessionárias do serviço, que firmaram um acordo para que as pendências salariais dos funcionários sejam pagas impreterivelmente até fevereiro de 2019. As pendências incluem salários, 13º e auxílio-alimentação.
A greve se iniciou nos primeiros minutos da madrugada de terça-feira, durando 42 horas, período durante o qual apenas 14 ônibus (30% do total) circularam pela cidade, atendendo a cerca de 40 mil usuários do transporte público na cidade.
Ao longo da terça e quarta-feira, grandes transtornos à população que precisa de ônibus para ir ao trabalho, estudar e se locomover em geral, foram registrados. Muita gente penou bastante nas paradas de ônibus. É o caso de Adriano Mendes que é estudante, morador do Bairro Amapá e que precisou passar mais tempo na parada de ônibus do que de costume. “Eu gostaria que os ônibus voltassem a funcionar, porque, inclusive, não está tendo aula na minha escola, eu estudo no IFPA (Instituto Federal do Pará) e desde ontem (terça) que não está tendo aula porque muitos alunos moram em Morada Nova, São Felix e até na Cidade Nova e não tem ônibus pra vir pra escola”, conta o adolescente.
Leia mais:A situação do garçom Luan Caíque da Silva também era similar, pois ele precisa se locomover diariamente da Folha 27, Núcleo Nova Marabá, onde trabalha, para o Núcleo Cidade Nova, onde reside. “Tem que esperar porque demora demais, atrasa muita coisa, chego atrasado, tem que levantar um pouco mais cedo da cama pra ver se chega na hora no trabalho, chega mais tarde em casa, ônibus superlotado”, enumera o garçom.
Por outro lado, a estudante Katia Freitas disse que fica quase todo dia cerca de 40 minutos na parada de ônibus, e pede melhora no serviço de transporte. “Têm tantos ônibus, tantos veículos parados lá na garagem né, sem funcionamento nenhum, então eles tinham que melhorar isso, porque a população tá só crescendo e veículo público não está bom”, conta Katia.
Saiba mais
A greve foi feita por cerca de 380 profissionais – a grande maioria motoristas e cobradores – que trabalham nas duas empresas de transporte público em Marabá.
Segundo o presidente do Sintrarsul, Geraldo Dean Silva, as dívidas que as empresas acumulam com o trabalhador são muitas: dois meses de auxílio-alimentação, salário do mês de novembro e primeira parcela do 13º salário. (Adriana Oliveira)