Correio de Carajás

Dom Vital conclama fiéis a resgatarem o sentido espiritual do Natal

Bispo da Diocese de Marabá destaca que o maior presente da data é o nascimento de Jesus; ele também exalta a busca de fraternidade

Dom Vital descreve o Natal como um momento único para as famílias cristãs/ Foto: Yan Lima
Por: Milla Andrade
✏️ Atualizado em 23/12/2025 14h40

Em meio às trocas de presentes que marcam o fim de ano, a Igreja Católica convida os fiéis a voltarem o olhar para o verdadeiro significado do Natal. Em entrevista, o bispo Dom Vital Corbellini, responsável pela Diocese de Marabá e reforça que a celebração natalina vai muito além do aspecto material e recorda que o centro da data é o nascimento de Jesus Cristo, Deus que se fez humano para dar sentido à vida.

“O Natal é o nascimento de Jesus Cristo na realidade humana. Ele é Deus e se fez carne, se fez gente igual a nós em tudo, menos o pecado”, diz Dom Vital.

Segundo o bispo, essa vinda foi preparada ao longo da história, desde o momento em que o homem e a mulher pecaram, passando pelo anúncio dos profetas que revelaram a encarnação do verbo. “Ele se tornou gente igual a nós. Veio a este mundo para nos dar sentido em tudo aquilo que realizamos”, explica.

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Para líder máximo da Igreja Católica em Marabá e região, o Natal é o grande presente de Deus à humanidade. E reconhece que, com o passar do tempo, a data ganhou novos contornos, marcados pelo consumo e pela troca de presentes, mas alerta que esse não pode ser o foco principal. “É claro que o Natal pegou um outro esquema, a troca de presentes, mas nós não podemos ficar só nos presentes materiais”, alerta.

Dom Vital argumenta que o maior presente a ser recebido é o próprio Cristo, destacando que é preciso olhar para esse dom maior. Ele também evidencia a proximidade do Natal com a busca pela fraternidade e o amor ao próximo.

“É O SENHOR QUEM PREENCHE O VAZIO”

Questionado se o excesso de compras e a troca de presentes podem atrapalhar o verdadeiro sentido do Natal, Dom Vital é direto. “Pode atrapalhar, sim, desde que a pessoa fique só no presente”, avalia.

Ele ressalta que, principalmente os católicos, precisam redescobrir o sentido profundo da data. “É importante, sim, a troca de um presente, mas não é tudo. Ele não preenche o vazio. O que preenche é o nosso encontro com o Senhor”, reconhece.

O bispo reforça ainda que os bens materiais são passageiros, enquanto a fé permanece e que, para os cristãos, viver o espírito natalino é reconhecer que Deus entra na realidade humana, mesmo marcada pelo pecado, para conduzir as pessoas até Ele.

Dom Vital também chama a atenção para os gestos de solidariedade que se intensificam neste período. “Nesta época, a caridade se torna um dos maiores sinais do Natal vivido de forma autêntica, aquela que leva humanidade ao próximo. A prática também é considerada um resgate do verdadeiro sentido do Natal”.

Outro ponto abordado por ele é a importância da preparação espiritual. “Deus quer que nos preparemos espiritualmente, rezando, fazendo o encontro com Jesus, recebendo-o na eucaristia, lendo a palavra e participando da comunidade”, conclui, ao dizer que a essência da data é a vida que nasce, Cristo que vem e o perdão.

O NATAL ESTÁ NA SIMPLICIDADE

Ao falar sobre o sentido do “Natal Encantado”, Dom Vital explica que a beleza está na simplicidade do nascimento do menino Jesus, ressaltando que ele não nasceu em palácios ou em uma realidade rica, mas no meio dos pobres. Esse contraste é o que torna o momento tão grandioso. “O criador de todas as coisas se faz pequeno e nasce numa realidade simples e humilde para ser pobre com os pobres”, compara.

Dom Vital recorda ensinamentos de autores do início do Cristianismo, como São Leão Magno, ao destacar que o Natal é para todos. “Exultem todos, aqueles que têm mais condições e aqueles que têm menos condições, pessoas de todas as raças e línguas, porque Deus entrou em nós”, encerra, pontuando que o momento deve ser festejado por todos.

Para o bispo, o Natal é um mistério de amor e alegria que ultrapassa o tempo. “Jesus se fez carne de Maria, com o sim de dela e de José, para nos levar até Deus”.

Para o bispo diocesano, viver o Natal é permitir que Cristo nasça todos os dias na vida de cada pessoa.