📅 Publicado em 22/12/2025 17h45✏️ Atualizado em 22/12/2025 17h59
Há exatos um mês e quatro dias após a interdição parcial da ponte sobre o Rio Itacaiunas, em Marabá, ainda não há respostas sobre o que será feito na ponte nova, inaugurada em 2011, durante a gestão de Maurino Magalhães. À medida que levou à interdição total para veículos pesados tem caráter preventivo e ocorreu após a detecção de um afundamento, chamado tecnicamente de flexão.
Desde então, desde o dia 18 de novembro, caminhões e veículos de grande porte estão sendo direcionados para um desvio à esquerda, na ponte antiga, enquanto motos e carros de passeio seguem liberados para trafegar pela ponte averiguada.
Durante esse processo, cerca de seis pórticos foram instalados para delimitar o acesso de caminhões. No entanto, a sinalização virou uma novela e até motivo de piada, já que a estrutura era frequentemente derrubada por caminhoneiros. Atualmente, a sinalização passou a contar com quebra-molas e reforço à esquerda, indicando o acesso correto para veículos pesados.
Leia mais:Esta não é a primeira vez, neste ano, que a ponte passa por alterações no tráfego. Em março, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizou uma intervenção para inspeções estruturais, o que também exigiu operação especial de trânsito e desvio de veículos pesados. À época, a medida foi adotada após a detecção de pontos que necessitavam de monitoramento, reforçando a atenção constante com a segurança da estrutura, uma das mais importantes do sistema viário de Marabá.

DO BLOQUEIO
Interditada para veículos de grande porte há mais de um mês, a ponte nova, que liga os núcleos Velha Marabá e Nova à Cidade Nova, passa por inspeções e avaliações estruturais realizadas por profissionais de diversas regiões. Até o momento, o DNIT não deu uma devolutiva sobre quantos dias ainda deve durar a interdição e o que será feito na via.
As análises tiveram início após uma matéria divulgada por este CORREIO em 2017, quando foram identificadas, por meio de registros, rachaduras e modificações, como afundamentos, na estrutura da movimentada via da cidade. Após a publicação, o caso passou a ser acompanhado de perto pelo DNIT e por especialistas da área vindos de Brasília e de outras regiões do país.
O comunicado inicial indicava 15 dias de interdição, onde a ponte nova seria utilizada exclusivamente por veículos leves, enquanto uma adaptação com trânsito em sistema de vai e vem foi implementada na ponte velha até a coleta dos materiais necessários para a conclusão das análises, com possibilidade de prorrogação. No entanto, o que se observa é uma extensão desse prazo sem qualquer comunicado oficial à população, que aguarda uma resposta do DNIT.
Conforme levantado anteriormente, junto ao órgão, pelo Correio de Carajás, a trinca foi posteriormente descartada por especialistas de Brasília e identificada como apenas uma junta de concretagem, mas a flexão permaneceu sob vigilância contínua.
DUAS MORTES REGISTRADAS
De lá pra cá foram registrados inúmeros acidentes, alguns deles com mortes. Marcelo de Oliveira Costa, de 43 anos, morreu no dia 30 de novembro após colidir de frente com um Jeep Willis que trafegava no sentido contrário, na ponte sobre o Rio Itacaiunas, na Transamazônica. A vítima era servidor público e atuava como agente patrimonial no Departamento de Segurança Patrimonial (DMSP) desde abril de 2006.

O acidente foi registrado por uma câmera de monitoramento. Nas imagens que circularam nas redes sociais, foi possível observar o momento em que a vítima trafegava pela faixa da esquerda, que atualmente funciona como mão contrária na ponte.
Embora a rodovia seja duplicada, a ponte nova sobre o Rio Itacaiunas está parcialmente interditada pelo DNIT. Por esse motivo, o tráfego é desviado para a ponte velha, que opera temporariamente com apenas uma faixa para cada sentido, em sistema de vai e vem.
O segundo acidente foi registrado oito dias após o primeiro. Hudson Luan Souza dos Santos morreu na madrugada do dia 7 de dezembro, ao se envolver em uma colisão entre um automóvel e duas motocicletas. Outras duas pessoas ficaram feridas.

O acidente ocorreu por volta da 1h30. Como noticiado por este CORREIO, a Polícia Militar atendeu a ocorrência e falou com o motorista do Volkswagen Fox envolvido no sinistro. Ele tentou realizar uma ultrapassagem e acabou colidindo com as motocicletas que seguiam no sentido contrário. A vítima fatal e os feridos estavam nos veículos menores.
PONTE JK
A interdição da ponte levanta questionamentos da população, que teme o pior, como o ocorrido na ponte JK. Há exatamente um ano, parte da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conectava as cidades de Estreito no Maranhão e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226, desabou provocando morte e desespero sobre o Rio Tocantins.
A catástrofe resultou na morte de 14 pessoas, enquanto outras três ficaram desaparecidas, e apenas um sobreviveu. Além disso, três caminhões e outros veículos caíram no rio, incluindo cargas como agrotóxicos e ácido sulfúrico, o que agravou ainda mais a situação.

Conforme o laudo da Polícia Federal, a queda foi provocada pela deformação do vão central, causada pelo excesso de peso dos veículos. Após o acidente, a parte remanescente da ponte foi demolida e uma nova construção foi iniciada.
Com uma extensão de 630 metros, 19 metros de largura, e um vão livre de 154 metros, a nova ponte será inaugurada nesta segunda-feira, 22 de dezembro, em uma cerimônia que simboliza não apenas a reconstrução de uma estrutura de concreto e aço, mas a restauração de uma das mais movimentadas e importantes vias que liga Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
